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IMIGRAÇÃO | 700 migrantes morrem na pior tragédia social do Mar Mediterrâneo

Na noite de 18 de abril, uma embarcação com mais de 700 migrantes a bordo, proveniente de um porto próximo a Trípoli, capital da Líbia, afundou e levou consigo a vida de mais de 700, com apenas 28 sobreviventes.

segunda-feira 20 de abril de 2015 | 19:13

O navio pesqueiro, de 20 a 30 metros de comprimento, demonstra o estado de amontoamento no qual estes migrantes viajavam, afundando no canal da Sicília, a 70 milhas das costas da Líbia e 120 milhas da Ilha de Lampedusa. De acordo à reconstrução dos fatos, o pesqueiro que transportava os imigrantes havia emitido um áudio de auxílio ao Centro Nacional de Socorro da Guarda Costeira da Itália, já que se encontrava em sérias dificuldades de navegação. Ao receber a notícia, se reportou a um barco português que se achava na zona, que ao chegar, encontrou quase todas as pessoas no mar. Os imigrantes a bordo, em pânico, amontoados e agitados ao ver o navio aproximar-se, moveram-se para um dos lados da embarcação, fazendo-a emborcar.

À luz deste ocorrido, o primeiro Ministro da Itália, Matteo Renzi, chamou os líderes dos países membros da UE a uma reunião esta semana, para discutir o problema da migração.

Também a chefe da diplomacia europeia, a italiana Federica Mogherini, instou a tomar medidas de proteção aos imigrantes. Por sua parte, a direita italiana de Forza Italia, encarnada na deputada Daniela Santanché e a extrema direita com Salvini à cabeça, declararam que há em curso uma invasão de imigrantes, que se deveria fazer bloqueios de barcos e construir CIEs (Centros de Identificação e Expulsão) nas costas africanas.

Tanto o governo Renzi, com sua cínica demagogia, como a direita com sua xenofobia descarada, escondem a verdadeira causa destas tragédias.

O acontecido na noite deste triste 18 de abril se converteu na pior tragédia migrante da história no Mar Mediterrâneo. Mas não é um caso isolado e um fato que se explica apenas pelas horrorosas condições de navegação.

A 14 de abril deste ano, 400 pessoas provenientes da Líbia, que rumavam para a costa da Sicília, morreram afogadas depois que o navio afundou na travessia. Em todo o ano de 2015, já são 1500 imigrantes que perecem tentando cruzar a fronteira para as costas europeias.

A causa destas verdadeiras embarcações do terror estão no estado de desespero social no qual vivem os migrantes em suas terras, estrangulados pela espoliação exercida pelas principais potências imperialistas da União Europeia e os EUA, que com seus capitais exploram os trabalhadores submetendo-os às piores condições de vida.

Populações inteiras que se vêem presas de guerras que não têm nada a oferecer senão mais miséria, já que são disputas de mercado entre as distintas classes capitalistas por um pedaço do saque, que obtêm através da usura e da rapina.

São os Renzi, os Hollande, as Merkel, os Cameron e os Obama, com suas políticas de saque, ajuste, suas leis racistas, seus exércitos e suas polícias, os responsáveis por este horror social, que só a classe trabalhadora pode enfrentar unindo sua luta e organização à escala internacional para derrubar estes estados capitalistas, e levantar sobre suas ruínas uma nova sociedade de homens e mulheres livres, onde as fronteiras não sejam propriedade de nenhum estado e sim desapareçam em favor do território mundial livre para a humanidade sem classes.




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