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ELEIÇÕES RIO | 7 Motivos para não votar em Jandira Feghali nestas eleições

Jandira Feghali (PCdoB), da coligação Rio em Comum (PCdoB/PT) tem subido nas pesquisas de intenção de votos, colada com o candidato do PMDB, o agressor de mulheres Pedro Paulo. Por ser uma candidata mulher a concorrer à prefeitura, tem tentado criar um consenso em torno do chamado de que “mulher vota em mulher”. Além disso, tem assumido um forte discurso de apoio à Dilma, acusando o golpismo dos outros candidatos da direita tradicional. Apresento aqui as contradições do discurso de Jandira, com 7 motivos para não votarmos em Jandira Feghali nessas eleições.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

domingo 25 de setembro de 2016 | Edição do dia

1 – Seu partido, o PC do B, é pioneiro na tradição de alianças com a direita.
Em 1986 o PCdoB já sinalizava sua simpatia e subordinação direita, ajudando a eleger Moreira Franco para Governador do Rio de Janeiro naquele ano. Nesta mesma eleição Jandira se elegeria Deputada Estadual. Em 91, nos últimos dias de seu governo, Moreira Franco (PMDB) ofereceu um coquetel aos bicheiros do Rio no Palácio da Guanabara. Este mesmo político que é hoje é Ministro da Secretaria Executiva do Programa de Parceria de Investimentos do governo golpista de Temer, é suspeito de ter negociado o leilão do Aeroporto internacional de Confins com o ex-presidente da Andrade Gutierrez, investigado pela Lava-Jato.

Em 1998, o partido de Jandira, junto ao PT, PSB e PDT, participou da coligação que elegeu Anthony Garotinho à Governador do Rio de Janeiro. Em 2006 PCdoB e PT, junto ao PSB, lançam chapa própria para governador, mas no segundo turno apoiam o favorito de Lula, Sérgio Cabral, firmando regionalmente a aliança de governo entre PT-PMDB, que em 2010 já se apresentariam novamente dentro uma chapa única com o PMDB re-elegendo Sérgio Cabral no primeiro turno.

2- Participou do governo de Eduardo Paes (PMDB).

Com um grande histórico de alianças com a direita, ninguém ficou espantado quando em 2008, Jandira concorreu à prefeitura do Rio pela coligação PCdoB/PT, e, ficando em quarto lugar, apoiou Eduardo Paes do PMDB, base aliada de Lula, virando Secretária de Cultura da Prefeitura do Rio. Segundo as suas próprias palavras “A aliança com o Eduardo Paes foi um pedágio nacional que nós pagamos para sustentar um projeto maior, que era Lula e Dilma. Eu fui candidata em 2008, não fui para o segundo turno e escolhemos o campo Lula.”

Quem verdadeiramente pagou este pedágio foram os trabalhadores com os sucessivos governos que garantiram lucros bilionários às empreiteiras enquanto a vida no Rio ficava cada dia mais cara, com a especulação imobiliária, tendo que enfrentar o transporte caótico controlado por máfias, os empregos precarizados e com crescente taxa de desemprego causado pela crise em que o PMDB largou o Estado do Rio, que também afeta o município, sem contar os moradores das favelas ocupadas pelas UPPs de Sérgio Cabral, aonde jovens negros inocentes são todos dias assassinados pela PMERJ.

3-Defendeu os ataques dos governos de Dilma e Lula e continua aliada a eles

Lutamos contra o golpe institucional lembrando sempre que foi esta política de alianças em troca de cargos e governabilidade que abriu caminho pra direita reacionária tomasse o poder. Nos 13 anos que esteve no poder, o PT governou ao lado de Cunha, Bolsonaro, Feliciano, uma tradição no âmbito federal que verificamos também no âmbito municipal aqui no Rio, na trajetória do PT e do PCdoB. Nos seus últimos suspiros, o PT com ajuda do PCdoB aplicou os ajustes atacando os setores mais oprimidos da sociedade, aprovou a Lei Antiterrorismo, aumentou a terceirização e a flexibilização do trabalho, dentre outros ataques aos direitos. E Jandira na sua crítica ao golpe institucional quer apenas desviar o descontentamento contra o governo Golpista de Temer para re-editar a história que já passou, defendendo as “Diretas Já” que é uma antecipação pela campanha eleitoral por Lula, ou seja, tentando desviar este descontentamento para o falido projeto de conciliações de classe do PT.

4 – O PC do B aceitou o golpe pacificamente

Por mais que fale contra o golpe e isto seja um perfil central em sua candidatura, o PC do B, partido do qual Jandira faz parte, dirige a terceira maior central sindical do país, a CTB. E, no entanto, esta central nada faz para organizar os trabalhadores contra os cortes e ataques aos direitos trabalhistas anunciados pelo governo golpista de Temer. Pelo contrário, a CTB é um freio à mobilização dos trabalhadores, atrelando os seus sindicatos à estratégia de “oposição responsável” e pacífica ao governo de Temer, esperando com isso eleger Lula em 2018.

O PCdoB não quer lutar contra o Golpe porque isso afastaria as suas coligações com a direita. Por trás do discurso “contra o golpe”, existe na realidade a contenção das lutas justas contra o governo Golpista, pela via do aparelhamento e burocratização dos sindicatos e associações estudantis.

5- Mantém a aliança com os golpistas em várias cidades do País

E mesmo criticando o golpe institucional que colocou Temer no poder, isso não impediu que em nenhum momento que PCdoB se aliasse aos partidos golpistas em várias cidades dos Pais. Isso é tão explicito que nos últimos debates e entrevistas Jandira, não se intimida de chamar os candidatos que votaram pela tirada do PT do poder de traidores, deixando bem claro as relações espúrias que mantiveram até o golpe, e em algumas cidades ainda mantêm.

6 - Esteve ao lado dos governos que reprimiram movimentos populares

O Rio de janeiro foi uma das cidades que vem protagonizando diversas lutas que se abriram á partir das mobilizações massivas das Jornadas de Junho em 2013, com a ocupação da Câmara, a greve dos professores, a vitoriosa greve dos garis, a ocupação da escolas, a greve da UERJ e etc. Em todos esses conflitos Jandira e seu partido tem escolhido o lado dos governos que tem reprimido e criminalizado os protestos e mobilização dos trabalhadores, estudantes e setores populares da sociedade, sempre optando por estar ao lado dos ricos e poderosos, apoiando medidas como a ocupação da polícia militar nas favelas com a Maré, a remoção de mais de 60 mil pessoas e votou á favor do projeto de lei que estabelece armamento da guarda municipal.

7 - É mulher, mas tá do lado do patrão!

A questão da representatividade tem sido um dos grandes alicerces que tem se fundamentado a campanha de Jandira, isso acontece porque nós mulheres ainda estamos longe dos espaços de relevância política mesmo sendo 51,4% da população, quem ocupa os espaços da política são em maioria absoluta homens, hetero e brancos.

Contudo, devemos tomar muito cuidado com esse discurso utilizados o pelos militantes do PCdoB, somente esse argumento não basta! Os últimos anos o pais foi governado por uma mulher, mas somente isso não garantiu nenhum avanço nos direitos das mulheres. O PT nos 13 anos que esteve no governo não representou os interesses das mulheres trabalhadoras. Na verdade rifou os nossos direitos para a bancada conservadora do congresso, e ainda hoje continuamos sem direito ao aborto legal, seguro e gratuito, ainda faltam creche, aprofundou terceirização que afetam principalmente as mulheres negras. Portanto não basta ser mulher tem que estar ao lado dos setores que se levantam contra os ajustes e o golpe.




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