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Greve MRV | 4 motivos para os professores apoiarem a greve dos trabalhadores da MRV

Os trabalhadores da MRV em Campinas e Santa Bárbara do Oeste estão em greve há mais de um mês pelo pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e por condições dignas de trabalho. A empresa de Rubens Menin, apoiador declarado de Bolsonaro, dono da CNN Brasil e acusado de trabalho análogo à escravidão, segue intransigente e tem junto consigo a grande mídia que nada fala sobre essa importante batalha dos trabalhadores. É fundamental que os trabalhadores de conjunto se solidarizem e apoiem essa greve. Abaixo um chamado aos trabalhadores da educação.

sábado 14 de agosto de 2021 | Edição do dia

Já são 31 dias de uma forte greve das e dos trabalhadores da construção civil da empresa MRV na cidade de Campinas e Santa Bárbara do Oeste, interior do estado de São Paulo. Os trabalhadores exigem o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados e melhores condições de trabalho. Conforme já evidenciamos, a MRV é acusada de trabalho análogo à escravidão. Os relatos dos trabalhadores grevistas revelam situações absurdas, tais como, jornadas extenuantes, falta de EPIs, papel higiênico, ferramentas e equipamentos elementares para construção civil nos canteiros de obra. Além do assédio cotidiano munidos de falsas promessas caso os trabalhadores adiantem os prazos de entrega do serviço.

Em agosto a empresa do bolsonarista e defensor incansável das reformas que atacam os direitos dos trabalhadores, Rubens Menin, publicou os resultados do 2º trimestre de 2021, anunciando que “a maior construtora residencial da América Latina” teve no trimestre “recorde histórico” (https://www.esquerdadiario.com.br/MRV-lucra-R-203-milhoes-no-2o-tri-empresa-mantem-condicoes-analogas-a-escravidao) de vendas líquidas (R$ 2,06 bilhões) e de lançamentos de unidades (R$ 2,40 bilhões), sendo que o “recorde histórico de lançamentos” incluiu “o lançamento de dois empreendimentos da AHS, nos EUA, e um empreendimento da Urba em Campinas”.

Frente à fome de lucro de Rubens Menin e todo cerco midiático é fundamental que os trabalhadores de conjunto apoiem a greve dos trabalhadores da MRV em Campinas. Abaixo 4 motivos para as professoras e professores, Brasil afora, apoiarem essa luta:

1. Os 700 trabalhadores grevistas da MRV são as mães e os pais dos nossos estudantes

São os filhos da classe trabalhadora que estão nas escolas públicas. A educação segue como alvo certo dos ataques dos governos, dos empresários da educação e da patronal de conjunto. Isso fica explícito, por exemplo com a PEC do teto de gastos que congela o orçamento da educação e saúde até 2036, assolando esse direitos dos trabalhadores e suas famílias. Também vemos a imposição da Reforma do Ensino Médio que irá aprofundar absurdamente a precarização da formação dos estudantes e das condições de trabalho dos professores. Além de abrir mais precedentes para a privatização da educação! Querem que os filhos da classe trabalhadora tenham uma formação esvaziada de sentido e alinhada à lógica empresarial. Esse ataque ideológico é parte da engrenagem da reestruturação das relações trabalhistas que sabota a vida dos trabalhadores e da juventude em nome do lucro dos patrões. É tarefa dos professores se solidarizar com cada batalha da comunidade escolar.

2. Eles lutam contra a precarização das relações de trabalho

Os trabalhadores da MRV lutam por condições dignas de trabalho e pelo direito a PLR. Os recordes históricos de lucro da MRV se dão às custas da exploração incansável dos trabalhadores da empresa. É escandalosa as acusações de trabalho análogo a escravidão nos canteiros de obra. Na educação, os empresários do setor impõem na rede privada valores baixíssimos a hora/aula de trabalho e o assédio e o medo da demissão é cotidiano. Na rede pública, os governos nos dividem entre efetivos e temporários, terceirizam as trabalhadoras da alimentação e da limpeza das unidades escolares, nos impõem condições precárias com salas de aula superlotadas, salários baixíssimos - algumas redes de ensino, tais como, a do Estado de São Paulo, a categoria está há mais de 7 anos sem aumento salarial - ausência de materiais e infraestrutura mínimas necessárias para o ambiente escolar. Falta tudo na escola pública! Também vemos um avanço em atacar os trabalhadores a nível nacional com a MP1045 que tira férias, FGTS, 13º e vínculo trabalhista da juventude de vez. A luta contra a precarização das relações de trabalho é a nossa luta também.

3. Os trabalhadores em greve da MRV mostram o caminho!

A greve dos trabalhadores da MRV é um exemplo de luta nacional frente à situação reacionária instalada no país com Bolsonaro, militares e todo regime político do golpe rifando às nossas vidas em nome dos privilégios deles e dos lucros da patronal e do capital financeiro. É somente a mobilização da classe trabalhadora com seus próprios métodos de assembleias de base, onde todos possam colocar sua opinião, votando as decisões que serão deliberadas, com piquetes para garantir a greve legítima, são esses organismos da classe que poderão derrotar os ataques em curso que buscam descarregar a crise capitalista nas costas dos trabalhadores e da juventude. É na unidade da nossa classe junto com a juventude a partir da auto organização desde a base e como os métodos da nossa classe que vamos derrotar os ataques em curso.

4. Que os sindicatos dos trabalhadores da educação expressem a mais ampla solidariedade aos trabalhadores em greve da MRV

Somos um batalhão de professoras e professores espalhados Brasil afora. A Apeoesp, sindicato dos professores do Estado de São Paulo dirigido pelo PT e PCdoB, é o maior sindicato da América Latina. Esse sindicato, que aliás é filiado a CUT - mesma Central Sindical que dirige o Sindicato de Trabalhadores da Construção Civil de Campinas - poderia ser ponta de lança de uma forte campanha nacional em solidariedade aos 700 trabalhadores em greve da MRV . É necessário radicalizar a solidariedade para fortalecer essa luta e romper com o isolamento que a mídia burguesa impõem a greve dos trabalhadores da MRV. Os sindicatos de professores devem cumprir esse papel imediatamente. Nós, do Nossa Classe Educação, fazemos um chamado às Centrais Sindicais e aos sindicatos da educação a apoiarem essa importante greve que, em meio a um cenário reacionário, se enfrenta com a enorme intransigência da empresa.

Abaixo, apoio das professoras e professores do Nossa Classe Educação direto do piquete dos trabalhadores grevistas em Campinas:

Veja também: Basta de escravidão nos canteiros de obra, diz professora Marcella Campos - Diretora da Apeoesp pelo Movimento Nossa Classe Educação




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