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CAMPINAS | 4,70 não! Em Campinas a juventude vai lutar contra o aumento do busão

Nesta quarta, 10, chamamos a juventude de Campinas a lutar contra o aumento da passagem de ônibus na cidade, a segunda mais cara do Brasil, e todo tarifaço que a prefeitura de Jonas (PSB) quer impor aos trabalhadores.

Taís Roldãoestudante da PUC e militante do Pão e Rosas

terça-feira 9 de janeiro de 2018 | Edição do dia

Campinas, que hoje é marcada pelo desemprego, pela má qualidade dos transportes, e pelos escândalos de corrupção do prefeito Jonas Donizete (PSB), é também a que continua tendo a segunda passagem mais cara do país. R$4,70 é o valor que qualquer campineiro que necessita pegar o ônibus para ir ao trabalho, às escolas, cursos e faculdades, espaços de lazer e cultura tem que desembolsar a partir de agora para se locomover pela cidade. Um aumento que serve apenas para entregar mais lucros aos empresários do transporte e continuar enclausurando a juventude pobre e negra nas periferias, sem nenhum direito à cidade e aos seus poucos espaços de lazer, cultura, educação.

Nós, juventude campineira, nos somamos aos 30% dos jovens no país que estão desempregados, o dobro da média mundial de desemprego na juventude, uma taxa que tende a crescer, com os empregos existentes ainda mais precários, já que a reforma trabalhista do golpista Temer já vigora nos direitos de todo trabalhador do país, sendo ainda pior a situação nos bicos e empregos temporários da juventude que passam a ser uma regra das condições de trabalho.

Além de boa parte da juventude campineira estar desempregada, ela ainda tem que enfrentar a realidade caótica do transporte da cidade, dificultando até mesmo a procura por empregos, já que a passagem de ida e volta custa quase 10 reais. Com essa situação, fica ainda mais difícil e em segundo plano o acesso aos poucos espaços de lazer e cultura da cidade, a maioria nas regiões centrais, longe da periferia, o que faz com que esse novo aumento empregado por Jonas Donizette seja mais uma ferramenta a serviço de excluir e segregar os jovens de periferia, determinando por onde a juventude pobre deve circular e limitar qualquer acesso a espaços que não estão na periferia.

O aumento se torna ainda mais absurdo com o que temos visto nos últimos meses da prefeitura de Jonas (PSB). Ao mesmo tempo em que a arrecadação anual de impostos da cidade se mostrou 10% maior que a do último ano, assistimos de perto absurdos como o atraso do pagamento dos servidores e pensionistas, a cada vez maior precarização da saúde pública, com um escandaloso caso de corrupção no hospital Ouro Verde e o aumento do IPTU e do preço da água. Pra completar a lista, temos ainda esse aumento que tem se tornado presente anual do prefeito do PSB à população de Campinas. Enquanto o subsídio à máfia dos transportes aumenta ano a ano, a qualidade dos serviços e número de ônibus diminui, motoristas exercem dupla função, já que os cobradores foram demitidos, entre outros absurdos do transporte público campineiro.

Nós jovens devemos estar a frente de mostrar toda nossa indignação contra o aumento do busão e todos os outros ataques da prefeitura de Jonas, por isso estaremos nas ruas nesta quarta, lutando pela revogação do aumento, mas não parando por aí. A perspectiva da Faísca, juventude anticapitalista e revolucionária é de uma aliança com os trabalhadores, desde os servidores e aposentados que estão sendo atacados pela prefeitura, os trabalhadores da saúde do Hospital Ouro Verde que encontram mais precarização no trabalho enquanto a empresa Vitale, que está na administração do hospital, e a prefeitura estão enlameadas pela corrupção, e lado a lado com os trabalhadores do transporte, para que os cobradores sejam recontratados e os motoristas deixem de cumprir dupla função, com salários dignos.

Queremos uma resolução real para os problemas dos transportes na cidade e em todo o país, que tire das mãos das empresas o dinheiro público. Basta de lucrarem com a precarização do trabalho e das condições do transporte, queremos um transporte estatal, controlado pelos trabalhadores e pela população que utiliza todos os dias para se locomover pela cidade, estes são os únicos que sabem como o transporte pode atender as necessidades reais dos trabalhadores e da juventude na cidade.




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