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CRISE NO RIO | 2016 está terminando, e Pezão não pagou os salários dos servidores

O governo de Pezão descumpriu as promessas do calendário de pagamento dos salários (já extremamente atrasados) e os servidores do Rio estão em uma situação absurda, sem receber sequer o pagamento de novembro. Além disso, Temer faz de tudo para impôr novos ataques estruturais. O que segue em dia é o pagamento da bilionária dívida pública para banqueiros e especuladores.

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

quinta-feira 29 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Todos puderam ver como às vésperas do Natal os servidores estaduais do Rio de Janeiro tiveram que ir às ruas exigir seus salários de novembro. Isso aconteceu logo após um novo atraso nas parcelas que Pezão havia prometido, que mesmo se tivessem sido cumpridas, levaria a que os salários de novembro só terminassem de ser pagos no dia 20 de janeiro! Mas nem isso o governo cumpriu.

Pezão garante a isenção milionária às joalherias que participaram do esquema de lavagem de dinheiro de Cabral, além do absurdo pagamento da dívida pública bilionária a especuladores e banqueiros, mas para o povo pobre e os trabalhadores não garante o mínimo. Fechou as portas de todos os restaurantes populares da capital e não paga nem sequer os salários dos trabalhadores.

Nem sequer as parcelas dos dias 23 e 29 de dezembro, que representariam R$ 640 reais para que esses trabalhadores pudessem sobreviver ao final do ano. Nessa quinta, 29, é uma parcela de R$ 270 reais com a qual Pezão já havia se comprometido que está deixando de ser paga. Mas para as parcelas dos juros e amortizações da dívida, nem um centavo está deixando de ser pago religiosamente em dia. O SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) está fazendo distribuição de remédios e cestas básicas para os professores aposentados para que esses consigam passar o fim de ano sem os salários.

Pezão não está atacando os servidores sozinho. Ele tem Temer como aliado, que foi o responsável pelo arresto das contas do estado que impediu o pagamento das parcelas. Publicamente, Pezão disse que "É uma tristeza muito grande (o bloqueio). Tentei junto ao Presidente Michel e ao Ministro Henrique (Meirelles) que fizessem a partir de janeiro. Eles dizem que o tesouro não pode deixar de arrestar." Mas a verdade é que ele está o tempo todo em negociação com Temer, e quando fez as suas promessas de pagamento das parcelas, já sabia que não as cumpriria de fato.

Mas não é apenas essa situação revoltante e inaceitável de ficar sem os salários dos meses que já trabalharam que ameaça os servidores do Rio. O pacote de renegociação da dívida (que não "renegocia" absolutamente nada, apenas adia o pagamento por até 36 meses) aprovado no Senado e na Câmara a partir das negociações lideradas por Pezão, Sartori (governador do RS) e Pimentel (governador de Minas) previa novos ataques aos servidores, como o congelamento de salários.

Os deputados, pressionados, acabaram aprovando o projeto sem as contrapartidas aos estados que atacavam servidores e liberavam privatizações. Mas Temer não ficou satisfeito e prometeu vetar a derrubada dessas contrapartidas. Ele quer que os trabalhadores paguem até o último centavo e a última gota de suor para garantir os lucros dos parasitas que nos exploram e que ganham com a dívida pública. Quer vender cada bem público para os empresários.

Para Temer, não basta deixar os servidores sem salários, sem dinheiro para comida, aluguel e as despesas básicas em pleno Natal e ano novo. Ele quer arrancar cada pedaço do nosso couro para garantir o lucro dos capitalistas. Não podemos aceitar esse absurdo! Exigimos o pagamento imediato de todos os salários! Precisamos nos organizar para acabar com o pagamento da dívida pública, tirar esses golpistas e impôr uma Assembleia Constituinte em que lutemos para impor nossas próprias regras e para que nenhum trabalhador fique sem salário para alimentar a ganância sem fim dos capitalistas.

Nós estamos levando às ruas, aos locais de trabalho e estudo, e nas redes sociais também a campanha pelo não pagamento da dívida pública, que é uma resposta dos trabalhadores para essa situação absurda, para que o dinheiro pare de ir para os banqueiros e os salários sejam imediatamente pagos! Participe você também da campanha.

*Carolina Cacau é professora da rede pública e foi candidata a vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL nas últimas eleições.




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