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#JUSTIÇAPORMARCELO | 1 mês sem Marcelo Guimarães e sem justiça

1 mês ainda não há justiça para Marcelo Guimarães, um trabalhador de 38 anos, cuja bala da polícia arrancou a vida.

quinta-feira 4 de fevereiro de 2021 | Edição do dia

Imagem: Domingos Peixoto / Agência O Globo

Marcelo Guimarães, um trabalhador negro, foi morto enquanto passava de moto por um viaduto na Cidade de Deus após deixar o filho na escolinha de futebol. Moradores do local só ouviram um tiro e negam a versão mentirosa da polícia de que estaria havendo um confronto.

No dia seguinte ao assassinato, um forte ato marcado por indignação e emoção marcou o inicio da luta por justiça. Estiveram presentes familiares, colegas, movimentos sociais e políticos. O ato ocorreu, como afirma sua esposa, Clara, em fala emocionada relata ao Esquerda Diário que aquele era um lugar de passagem cotidiana de Marcelo.

A resposta padrão de que se tratou de um confronto é usada para justificar cotidianamente a morte de negros e negras, trabalhadores e pobres no Rio de Janeiro, principalmente nas favelas e na Baixada Fluminense. Ontem, no assassinato de Ana Clara, de 5 anos, em Niterói, a mesma desculpa porca foi utilizada.

Vitória Guimarães, filha do Marcelo, denunciou nas redes sociais que o governador Claudio Castro tem ignorado seus chamados por uma reunião para o acompanhamento do andamento do caso. Ele postou na ocasião da morte uma mensagem de solidariedade, mas que se trata da mais pura hipocrisia.

No dia 31 de janeiro, domingo, uma nova homenagem aconteceu. A indignação foi grande frente a uma vida arrancada pelo racismo e violência policial. O Esquerda Diário conversou com ela:

Como aponta Carolina Cacau, será a força da mobilização que conseguirá arrancar justiça um mês após o assassinato:

“Para que tenhamos Justiça será precisamos estar cada vez mais organizado e nas ruas, como mostrou as mulheres na Argentina mais recentemente e também as massivas marchas por justiça por George Floyd que tomaram o EUA em 2020. Somente dessa forma, aliando a potência dos negros junto a classe trabalhadora é possível romper com a impunidade da polícia e logo, do estado capitalista, que ceifa a vida de negros e negras todos os dias. Só esse ano já foram 4 crianças assassinadas no Estado do Rio de Janeiro. O endurecimento da violência do estado contra os negros é fruto direto do regime do golpe, cujo herdeiro é Bolsonaro, que se degrada, sem empregos e nem perspectivas.

Nossa luta tem que exigir que o estado garanta indenização para todas as famílias, os policiais investigados não voltem para a corporação, fim dos autos de resistência e dos tribunais militares. Exigimos também um plano de lutas das centrais sindicais, que rompam sua paralisia imediatamente e organizem os trabalhadores em defesa do emprego, por vacinas para todos e por justiça para cada um dos negros e negras mortos pela polícia. Esse deveria ser o programa levantado pelos parlamentares do PSOL e organizações de esquerda, ao invés de semear confiança na polícia, ainda mais em um estado racista como o Brasil, no qual a morte dos negros e pobres é parte central da dominação capitalista. A cada criança, jovem e trabalhador morto pela polícia assassina, aumenta nosso ódio de classe e a certeza que só conseguiremos justiça pela luta de classes."




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