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Exemplo para a esquerda: panfletagem nas metalúrgicas de Osasco reivindicando greve geral
Santiago Marimbondo
São Paulo
Fábio Nunes
Vale do Paraíba
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É preciso romper com as amarras e freios da burocracia sindical, é preciso uma forte mobilização do conjunto da classe operária. Os atos de rua massivos são importantes, mas sozinhos, sem uma efetiva greve geral, não poderão derrubar o ilegítimo governo Temer e barrar os ataques aos direitos trabalhistas (fim do décimo terceiro, das férias remuneradas, aumento da jornada de trabalho, etc, ou seja, na prática o fim da CLT) e a “reforma” da previdência". Foi partindo dessa perspectiva política que nós do Esquerda Diário, da Juventude Faísca e do Movimento Nossa Classe (com uma delegação de bancários em greve, professores, trabalhadores do telemarketing) fizemos ampla panfletagem no polo industrial metalúrgico de Osasco reivindicando a necessidade de uma greve geral já!!!

Com nossas limitadas forças panfletamos em algumas fábricas da região (Meritor, Mecano Fabril, Etna Steeal, Intermarine, White Martins e Belco) buscando dar um pequeno exemplo do que pensamos deveria ser o papel de toda esquerda que se reivindica classista e revolucionária, exigir da burocracia sindical que rompa com seu imobilismo e organize a luta e insatisfação dos trabalhadores contra os ataques que se anunciam cada vez maiores para que possamos dar uma resposta unificada de nossa classe contra os ataques unificados dos patrões.

UM DEBATE ESTRATÉGICO COM A ESQUERDA

Com essa ação queremos também abrir um debate que vemos como estratégico com toda esquerda que se reivindica classista e revolucionária. O ceticismo com a classe operária e suas possibilidades de mobilização que se expressou durante toda etapa de restauração burguesa (que foi expressão na esquerda do discurso ideológico capitalista de fim da história e fim do trabalho) deve ser superado, é cada vez mais página virada na história.

A classe trabalhadora dá sinais de mobilização (alguns exemplos de ocupações de fábrica que tivemos entre 2015 e 2016, greves importantes nas principais montadoras como Mercedez, Volks, GM, a pressão que faz na burocracia sindical por paralisações nacionais, etc); cada vez mais se demostra que os limites para que se coloque mais fortemente em luta é o controle que exerce a burocracia sindical sobre sua mobilização.

Contudo, a constatação desse fato pelos grupos de esquerda não deve levar à passividade, ao contrário; quando reconhecemos que existe vontade de luta em nossa classe e que o que impede que ela se levante é a burocracia sindical, o papel da esquerda é se apresentar como alternativa, mesmo que inicial, à sua organização.

Frente a necessidade de que barremos os ataques que se anunciam e que organizemos uma forte mobilização para derrubar o governo ilegítimo que os prepara, devemos mostrar que apenas a classe operária mobilizada, com seus métodos clássicos de luta, pode ser o sujeito social que dirija essa mobilização que deve unir todos os oprimidos.

Não são apenas manifestações de rua (apesar de sua óbvia importância e legitimidade) a ocupação de praças, etc, que vão barrar os ataques e derrubar o governo usurpador. É necessário uma greve geral, onde a classe operária organizada mostre que não aceitará esses ataques e organizará uma resposta alternativa, sua, à crise dos capitalistas.

Essa greve geral, no entanto, não surgirá espontaneamente, como um raio no céu azul; nem podemos esperar da burocracia sindical, preocupada apenas com seus privilégios, que vá organizá-la; devemos nós que nos reivindicamos classistas e de esquerda nos dirigir as portas das fábricas e locais de trabalho e agitar a necessidade de uma greve geral, exigindo que a burocracia tome essa organização em suas mãos e a denunciando quando não faz.

Por isso, exigimos que a CUT e a CTB, que foram cúmplices em boicotar a organização dos trabalhadores, rompam sua passividade e organizem já assembleias de base que preparem uma greve geral e um plano de luta contra os ataques de Temer.

UM EXEMPLO PARA OS COLETIVOS DE JUVENTUDE

Pensamos também que a juventude Faísca deu um exemplo aos coletivos de juventude em todo país. É necessário que os diferentes grupos, organizações, coletivos, que se organizam nas universidades e escolas, utilizem a força social acumulada nesses espaços para buscar se ligar aos trabalhadores; é a aliança entre juventude e classe operária aquela que pode fazer balançar o sistema, barrar os ataques, derrubar o governo ilegítimo, e ser base na construção de uma alternativa classista à crise capitalista.

Sigamos conscientemente o exemplo que a juventude francesa deu esse ano, quando após um primeiro momento de protagonismo seu buscou de forma ativa a aliança com a classe operária do país como forma de barrar a reforma trabalhista de François Hollande. Os ataques à classe trabalhadora são ataques também à juventude, pois se não barrarmos esses ataques de forma conjunta hoje, serão os jovens que entrarão no mercado de trabalho a trabalhar 12h diárias, sem férias, décimo terceiro, FGTS, e na prática impedidos de se aposentar.

É o gás e a força da juventude que podem empurrar a classe operária a superar a carcomida estrutura sindical que emperra as lutas e a construir uma forte mobilização, forma de dar nossa resposta de classe aos ataques dos patrões.

A PARALISAÇÃO DO DIA 29/09 NÃO PODE SER UMA ENCENAÇÃO MAS DIA DE LUTA REAL RUMO À GREVE GERAL

No dia 29/09 a Centrais Sindicais estão chamando um Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos. Vemos como muito legítimo, e não só, essencial, esse dia de paralisação. No entanto, esse não pode ser como foi o 16 de agosto que era para ser um dia de mobilização nacional e não foi. Não precisamos de atos na Av Paulista onde vão apenas os burocratas e diretores dos sindicatos.

O que precisamos é de uma efetiva paralisação, construída no chão das fábricas, com assembleias democráticas, onde os trabalhadores efetivamente tenham voz, que seja um primeiro passo rumo à greve geral.

Em nossa panfletagem de hoje buscamos colocar isso para os trabalhadores, mostrando que é necessário parar a produção como única forma de dar uma resposta à crise.

CAMPANHA ELEITORAL NÃO ELEITOREIRA, MAS COMO FORMA DE DIVULGAR IDEIAS CLASSISTAS E REVOLUCIONÁRIAS

Junto a panfletagem do chamado a greve geral fizemos também campanha para a candidata a vereadora em SP Diana Assunção. Isso porque a candidatura de Diana não se coloca como uma campanha eleitoreira, que apenas visa ganhar votos e depois esquece seus eleitores, como é a da maioria dos políticos.

Ao contrário, Diana, caso fosse eleita, colocaria seu mandato a serviço das lutas da classe operária; defendendo que todo político ganhe igual a uma professora; luta contra os privilégios dessa casta e para que esses estejam mais próximos dos interesses de nossa classe, sendo parte das lutas em sua categoria (Diana é linha de frente nas lutas dos trabalhadores da USP, onde trabalha). Diana se colocaria como representante e porta-voz dos interesses da classe operária na câmara dos vereadores.

Pensamos que o pequeno exemplo que demos hoje deve ser meditado e seguido por toda esquerda. Os diferentes grupos, partidos, ligas, coletivos, que se reivindicam classistas, devem superar o ultrapassado ceticismo com o proletariado e girar suas forças para as portas das fabricas e locais de trabalho, exigindo da burocracia sindical uma efetiva e real mobilização que leve a uma greve geral. Só dessa forma podemos barrar os ataques que se anunciam cada vez maiores, derrubar o ilegítimo governo de Temer e preparar uma resposta proletária à crise capitalista.

 
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