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LAVA-JATO
Em novo depoimento, Delcidio afirma uso da Petrobrás no governo Lula
Guilherme de Almeida Soares
São Paulo

O ex-líder do PT no Senado Delcídio do Amaral afirmou esta semana à força tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, que o ex-presidente Lula tinha participação direta no esquema de loteamento político das diretorias da Petrobrás entre partidos da base aliada, em especial o PMDB. Esse esquema rendia propinas de 1% a 3% para os agentes públicos indicados e políticos.

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Delator da Lava Jato desde fevereiro, Delcídio foi ouvido na última quinta feira, em Curitiba, e detalhou como a Petrobras teria sido usada por Lula para garantir sua governabilidade e a reeleição. O ex-senador citou também o suposto uso da estatal depois do escândalo do mensalão, em 2005, para obter a maioria do Congresso, com o apoio do PMDB.

Delcídio, que foi preso em novembro de 2015 e colocado em prisão domiciliar em fevereiro deste ano, prestou depoimento nos procedimentos preparatório de denúncia contra o Lula. O ex-presidente é investigado pela Procuradoria por receber benefícios das empreiteiras que atuavam na Petrobras, como na reforma do Sitio Santa Barbara e do tríplex do Edifício Solaris.

O ex-senador, ao tratar da funcionalidade de indicações políticas na Petrobrás, citou a procuradores que é comum a todo o governo a participação do presidente da República nas nomeações de cargos principais, como os diretores. Segundo as apurações, PT, PMDB e PP controlavam as três principais áreas (Serviços, Exploração e Produção, Internacional e Abastecimento).

O que está por trás desta delação de Delcídio

Lula nega todas as acusações e sua assessoria afirmou que essa delação surge agora com o objetivo de inviabilizar a participação de Lula nas eleições de 2018, projeto que o PT tem em mente.

Após a consolidação do golpe institucional, abriu-se uma crise entre os golpistas em torno da cassação dos direitos políticos de Dilma. Para um setor dos golpistas é preciso acabar com todas as pretensões eleitorais do PT, pois é necessário impedir que a ala burguesa organizada em torno deste partido nunca mais consiga alcançar cargos importantes. Neste sentido, cassar os direitos políticos de Dilma e buscar fatos que levem à prisão do Lula é fundamental para que isso aconteça.

Por um lado, a cassação dos direitos políticos de Dilma se dá num momento onde os golpistas já estão arrumando pretextos para acirrar a repressão às manifestações contra o golpe, como está acontecendo em São Paulo. O que a direita golpista pretende fazer com esta ação é alterar a correlação de forças da luta de classes, podendo assim ter precedentes para atentar contra os direitos daqueles que estão saindo às ruas contra este governo ilegítimo.

Por outro, o PT está pagando o preço por assimilar os métodos corruptos da direita de governar e também por se aliar com os partidos desta mesma direita. Mas a intenção da operação Lava-Jato ao avançar contra o PT não é de combater a corrupção, mas sim abrir mais espaço para uma direita que quer atacar mais os trabalhadores do que fez o PT no seu ex-governo.

Na atual crise política que atravessa o país, a direita busca se fortalecer ainda mais depois de impor seu golpe, através dos ataques que já estão se encaminhado nesses poucos dias de governo golpista e os avanços da Lava-Jato contra o PT. Já o PT segue uma crise interna, mudando a linha política para tentar disfarçar o fato de que não quis travar uma luta séria contra o golpe. A crise que o PT, como parte da crise política que está passando o país, deve ser superada através da organização e luta dos trabalhadores, juventude, e todos setores oprimidos e explorados que são os diretamente atacados com esse golpe institucional.

 
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