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DESEMPREGO
Quase 40% de jovens no desemprego e aumenta a evasão escolar
Babi Dellatorre
Trabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE, em 30 de agosto, mostram aumento do desemprego na juventude e maior precarização do trabalho, com redução do número de trabalho com carteira assinada e também do valor dos salários recebidos, quando comparados ao mesmo trimestre de 2015 (maio-junho- julho).

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Quando denunciamos que os patrões querem fazer os trabalhadores pagarem pela crise significa que, frente às dificuldades econômicas, escolhem aumentar o desemprego, o preço dos alimentos, transporte e moradia, retirar direitos criando piores condições de trabalho e salários mais baixos.

Essa opção dos patrões se expressa nas pesquisas oficiais do governo, como o Pnad. O desempregou aumentou criando um exército de mais de 11 milhões de desempregados. O número de carteiras assinadas reduziu 3,9% e o rendimento médio recebido (o salário) reduziu 3%, ambos em relação ao mesmo trimestre de 2015. A inflação acumulada em agosto atingiu 8,95% reduzindo o poder de compra das famílias.

Todos esses elementos deixam a vida cotidiana muito mais dura, com menos tempo e dinheiro para o lazer, intensificam o aparecimento de doenças relacionadas ao trabalho, ao estresse, a uma alimentação inadequada. Também empurram os jovens a procurar emprego para complementar a renda em casa ou, pelo menos, ter algum dinheiro para o lazer. Entretanto, se deparam com uma taxa de desemprego que atinge 38,7% dos jovens entre 14 e 17 anos.

Para eles o trabalho formal que existe é como jovem aprendiz onde, apesar de ter a jornada reduzida para 6h, realizam o mesmo serviço que um trabalhador que ganha o salário integral, assim se configura como um trabalho precário e uma mão de obra desvalorizada. A maior parte dos jovens acabam em trabalhos informais, sem nenhuma regulamentação, que são cansativos e competem com a permanência desses jovens na escola.

O aumento do desemprego na juventude vem acompanhado do aumento da evasão escolar, em 2015 foi registrado 224 mil jovens fora da escola a mais do que o registrado em 2014, cerca de três vezes mais do que nos anos anteriores, segundo o Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira.

A perspectiva de futuro da juventude é ainda mais sombria com a proposta de redução da maioridade penal, o fechamento de salas de aula e os cortes na educação em geral, o difícil acesso ao ensino superior seja pela dificuldade de transpor o vestibular para entrar numa universidade pública ou de pagar as mensalidades das faculdades particulares. Também as mudanças nas leis trabalhistas que visam flexibilizar o contrato de trabalho e a reforma na previdência atingem em cheio esse setor da população.

Os partidos da ordem, como PSDB, PMDB, PT e outros menores, atuam como gestores das leis e da polícia em favor dos interesses dos empresários nacionais e estrangeiros, retirando os direitos dos trabalhadores e da juventude para manter os lucros intactos. Os governos estão decididos a rever na Constituição de 1988 tudo o que diz respeito aos direitos do povo, como o
direito universal à saúde, propondo que os trabalhadores paguem para ter acesso ao atendimento.

Os governos e patrões estão “fazendo política” e revendo as leis para se preparar para a crise e o fazem buscando desarmar os trabalhadores e a juventude.

Se estes senhores vão rever a Constituição nós necessitamos buscar protagonismo dos trabalhadores, é necessário construir uma forte mobilização nos locais de trabalho e estudo para impor uma Assembleia Constituinte que retire os privilégios dos políticos, acabando com o “carreirismo” na política e impondo que ganhem o mesmo que uma professora.

 
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