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IMPEACHMENT
Horas e horas de blá, blá, blá: burguesia quer ataques, Dilma e Lula encenam resistência.
Ana Paula
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A primeira sessão do impeachment durou cerca de 12 horas, tendo ouvido plenamente apenas a primeira testemunha de acusação Júlio Marcelo Oliveira (TCU). Seu testemunho levou cerca de 10 horas e a partir de uma batalha jurídica dada pelo advogado da defesa José Eduardo Cardozo, sua condição de testemunha foi rebaixada para informante por um post feito pelo procurador no Facebook pedindo uma manifestação em frente ao TCU, com o objetivo de pressionar pela rejeição das contas de 2014, servindo de base para o pedido de impeachment. Com isso o PT tenta ganhar tempo, além de mostrar como várias dessas testemunhas de acusação são suspeitas, e construíram todo o processo de golpe institucional.

O primeiro dia também mostrou que se prevê uma ampla vitória dos setores golpistas, um processo com muitas cartas marcadas, que ao longo do dia se expressou nos editorias dos jornais burgueses, e também na pressão que o PSDB vem fazendo desde a semana passada pela aprovação de medidas de austeridade, como a reforma da previdência, que se não aprovadas até setembro – prazo que encerra a interinidade – romperá com o governo. Ou seja, estão prevendo a vitória e cobrando o preço dos vitoriosos.

Hoje o presidente do Tribunal Superior do Trabalho expressou a necessidade de flexibilizar as leis trabalhistas como resposta à crise que enfrenta o país, ao passo que o golpe se consolida no Senado, ao mesmo tempo que o PMDB anuncia que até dezembro fará a reforma trabalhista, por um lado para mostrar serviço, para os setores da burguesia e do imperialismo que apostaram em Temer como a figura ajustador, mas por outro para ganhar tempo frente ao enorme descontentamento popular de seu governo.

A encenação do PT

Lula informou que ele pessoalmente, e o alto escalão petista como Jaques Wagner, acompanharão Dilma em seu depoimento no Senado. Em ato realizado hoje no Rio de Janeiro Lula chamou uma mobilização para o dia 29 em Brasília, segundo ele “rumo à greve geral”, tentando expressar uma cena de último momento para apresentar alguma oposição, porém, totalmente por fora dos métodos clássicos da classe trabalhadora, e sem que sirva de fato para o combate necessário ao governo golpista e seus duros ajuste a classe operária brasileira.

Com essa encenação cinematográfica do PT, que não chega a incendiar o país, tenta se mostrar como uma “oposição responsável" frente aos milhares que foram às ruas contra o golpe institucional, buscando cavar espaço nas eleições de 2018, se assim as urnas e a burguesia o permitirem. Uma cena que nos remete a Shakespeare no final da peça Ricardo III, quando depois de muita arrogância e não ouvir que estava tudo errado no plano militar o grande Rei Ricardo, derrotado completamente, mas para entrar para historia com alguma dignidade (ou ainda esperançoso de sua vitória impossível), resolve trocar tudo que tem por um cavalo, com o objetivo de enfrentar o general vitorioso, e posteriormente sua morte. Teatral, mas sem tragédia, o PT caminha à derrota. Uma derrota que não é só do PT, mas que abre espaço para maiores ataques à classe trabalhadora. Para resistir a esses ataques é necessário superar a passividade imposta aos sindicatos pelo mesmo PT que ordena agora de forma desordenada e somente para constar nos autos "atacar".

 
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