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REFUGIADOS
Aumenta o número de refugiados mortos em naufrágios
Allan Costa
Militante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

O fechamento de fronteiras na Europa e o patrulhamento das rotas mais comuns por parte dos países europeus, tem forçado os traficantes de seres humanos a buscar rotas menos comuns e mais perigosas.

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Com o acirramento do controle das fronteiras nos países europeus, começam a surgir novas caminhos para o tráfico de pessoas por rotas antes não tão uitilizadas e ainda mais perigosas, o que tem elevado o número de mortes no mar Mediterrâneo, só no primeiro semestre de 2016 o número de mortos ou desaparecidos foi de 2.901 pessoas, número 37% maior do que o período anterior, segundo informou o Centro de Análises de Dados sobre a Imigração Global, órgão da OIM (Organização Internacional para as Migrações) sediado em Berlim.

Levando-se em consideração a quantidade de mortes que acontecem distantes das praias, em alto mar, esse número pode ser ainda maior já que os barcos dos traficantes de seres humanos não tem qualquer tipo de controle de partida e chegada.

A chamada rota central do mediterrâneo, usada por aproximadamente 70 mil pessoas segundo estimativas, é a que concentrou a maior parte dessas mortes, 2484, mesmo sem o numero de viagens ter aumentado, o que indica que essas viagens estão cada vez mais perigosas.

Por outro lado, a rota oriental do Mediterrâneo, que tinha como ponto de partida a Turquia, teve uma redução drástica no número de mortes e no seu fluxo, isso se dá pelo fechamento das fronteiras na Europa, em países como a Áustria ou a Grécia, que antes funcionava como ponto de concentração de chegada de refugiados (principalmente do Afeganistão e da Síria) que depois seguiam a pé rumo à países como a Alemanha. Nos primeiros seis meses deste ano, a rota do Mediterrâneo oriental registrou um total de 376 mortes, mas em abril houve dez e em maio e junho, nenhuma, segundo o estudo.

Os números sobre a rota oriental do Mediterrâneo, porém, estão longe de significar que o horror e o desespero que marcam as trajetórias dos refugiados esteja diminuindo. Nessa semana, um jovem afegão foi descoberto perto de Roma, na Itália, amarrado por alguns cabos ao eixo de um caminhão que teria viajado mais de 400 km à partir da Turquia. O rapaz que antes buscava embarcar rumo à Espanha agora tem menos de uma semana para deixar a Itália, seu destino depende do asilo político de algum país, onde provavelmente encontrará uma situação de trabalho hiper precarizada, ou então só lhe restará ser deportado de volta ao Afeganistão.

Jovem afegão e as marcas deixadas na fuligem do eixo do caminhão onde viajou mais de 400km

A crise migratória continua sendo um retratos mais aterrorizantes da conjuntura internacional, espremendo seres humanos em direção à destinos onde as opções são morrer em guerras ou de fome em seus países natais, ou se lançar numa viagem onde a morte espreita em cada onda para, em caso de sucesso, chegar em terras onde não são bem vindos numa Europa cada vez mais xenófoba e ajudarão a inchar ainda mais o exército de reserva de mão de obra que satisfaz o capital.

 
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