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OLIMPÍADAS
Depois de muitas falcatruas, agora (!) o MP vai investigar Olimpíadas
Daniel Andrade

Encobrindo o rastro de falcatruas, agora (!) o MPF quer investigar os gastos com as Olimpíadas. A suposta devassa deixa de fora a empresa de Nuzman que lucrou horrores às custas de trabalho em condições análogas à escravidão.

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O Ministério Público Federal determinou que procuradores conduzam investigações em torno das obras do evento, com suspeitas de corrupção e improbidade administrativa. Dos serviços de esgoto para despoluir a baía de Guanabara aos contratos entre agências públicas e o Comitê Rio-2016, os procuradores federais na cidade carioca querem saber de que forma recursos públicos foram utilizados. Agora!

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, insistiu no fim de semana que o evento não contou com recursos públicos, o mesmo argumento usado pelo Comitê Rio-2016. Mas para o procurador da República, Leandro Mitidieri, as apurações já revelaram que pelo menos R$ 600 milhões em dinheiro dos cofres dos diferentes níveis de governo já abasteceram o evento, principalmente com subsídios para energia, segurança e transporte.

Inclusive é provável que a distribuidora de energia elétrica, a Light, aumente o preço da energia para todos cariocas devido aos gastos com as Olimpíadas. Do roubo dos cofres públicos passaremos ao roubo do bolso de cada um.

Além desses valores, o governo federal e o município prometeram mais R$ 250 milhões na semana passada. A isso tudo se soma um isenção fiscal que, segundo a Receita Federal, chegará a mais de R$ 3 bilhões para todas as empresas envolvidas até 2017.

Ou seja, um Rio de Janeiro que não paga salários em dia abriu mão de impostos sobre mercadorias, serviços e lucros (óbvio tudo pode ir embora “tax-free”, no melhor espírito olímpico). Tudo muito coerente. Tal como é coerente querer investigar agora, após anos de obras, gastos bilionários e com os lucros já remetidos à Suíça.

O MP suspeita que o Rio-2016 tentou dissimular recursos públicos em suas contas, fechando um acordo de patrocínio com a Agência de Promoção de Exportações (Apex) dias antes do início dos Jogos A suspeita dos procuradores é de que o contrato não seria de patrocínio, mas apenas um mecanismo para garantir dinheiro.

A Apex indicou que o contrato de patrocínio envolveu uma projeção, durante a festa de encerramento, de uma campanha internacional para promover o Brasil pelo mundo. As imagens foram colocadas no gramado do Maracanã. Foram apenas alguns minutos, mas o suficiente para justificar o patrocínio que a agência deu ao Comitê Rio-2016. Milhões de reais para isso.

Limpeza da Baía de Guanabara ou de dinheiro público?

Outra suspeita sob apuração (agora!) é o sistema de limpeza da Baía de Guanabara, uma das obras prometidas para garantir competições no local. Segundo Mitidieri, as estações de tratamento de fato foram construídas. "Mas o sistema opera apenas pela metade", apontou, sugerindo que está avaliando para onde teria ido os recursos.

O MP Federal ainda apura documentos que apontam também para suspeitas relativas às obras do Parque Olímpico da Barra, além de fazer (assim declaram) um “pente fino” em todos os contratos e acordos entre o Comitê Olímpico do Brasil e o Ministério dos Esportes. Parte dos recursos usados para as obras do Complexo de Deodoro está bloqueado. "Essa investigação corre sob sigilo de justiça", disse o procurador.

Com lucros no Olimpo, contratos sigilosos

Foi apenas na semana passada que os organizadores divulgaram no site do Comitê Rio-2016 os balanços financeiros dos últimos anos. Mas sem detalhamentos suficientes.

Nos documentos, fica claro que os oito diretores-executivos da entidade ganharam R$ 26 milhões em apenas quatro anos como salários. Os dados não incluem 2016, ano de maior pagamento.

Curiosamente o MPF não cita nenhuma investigação a empresa de Nuzman

Nuzman, como denunciamos no Esquerda Diário, Nuzman do Comitê Olímpico Brasileiro, junto à onipresente família Odebrecht são donos de empresa que vendia alimentos nas Olímpiadas a mesma que foi fartamente denunciada por trabalho em condições análogas a escrevidão. Nem essas condições de trabalho, nem esse contrato entram no escopo do MPF. Como vemos na Lava Jato e em várias operaçãoes o “partido judiciário” escolhe o que e quem investigar conforme seus jogos políticos.

O jogo político de hoje parece, depois de consumada a roubalheira, fingir que investigam algo. Pegar algo lateral e dar uma chancela “proba” no restante.

Com informações da Agência Estado

 
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