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CRISE ENTRE BRASIL E VENEZUELA
Escândalo: Brasil tentou “comprar o voto” do Uruguai contra a Venezuela
La Izquierda Diario Venezuela

A tensão política no MERCOSUL adquire uma nova dimensão, depois das revelações de que o Brasil tentou comprar o voto do Uruguai contra a Venezuela.

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Segundo as notas taquigráficas da sessão de uma comissão parlamentaria do Brasil divulgadas na terça-feira (16/08) pela mídia local, o chanceler uruguaio, Rodolfo Nin Novoa, afirmou que o Brasil quis “comprar o voto” do Uruguai para que o país se posicionasse contra a transição da presidência do MERCOSUL para a Venezuela.

O fato gerou um grande escândalo político regional, revelando a grave crise do bloco, onde a Venezuela está no centro das discussões políticas pela recusa de países como Paraguai, Brasil, e agora Argentina, de que a Venezuela assuma a presidência pro tempore do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).

“Não gostamos muito do fato de que o chanceler José Serra viesse ao Uruguai nos dizer – em público, por isso repito – que sua comissão viria com a pretensão de suspender a transição [da presidência a Venezuela] e que, além disso, se aceitássemos, [o governo brasileiro] iria incluir o Uruguai em suas negociações com outros países, como se quisesse comprar o voto uruguaio”, afirmou Nin Novoa diante da comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Representantes em Montevidéu.

Segundo as atas, o ministro do exterior uruguaio afirmou que a posição brasileira “incomodou muito” o presidente Tabaré Vázquez, que por sua vez confirmou que o Uruguai vai se ater as normas do MERCOSUL e que não fará oposição a transição da presidência pro tempore do bloco integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

Além disso Nin Novoa argumentou que as posturas contrarias a transição da presidência do bloco por parte de “certos sócios mercosurenhos”, em especial Brasil e Paraguai, “burlam o campo jurídico” e deixam prevalecer motivos “claramente políticos”. “Citando razões que não estão aqui [nos regulamentos do MERCOSUL], querem evitar, corroer e fazer “bullying” com a presidência da Venezuela. Essa é a pura verdade”, finalizou Nin Novoa.

Com as declarações de Nin Novoa, o Governo brasileiro convocou na terça-feira o embaixador uruguaio no Brasil, Carlos Daniel Amorín-Tenconi para cobrar explicações. Isso abre uma nova etapa na crise do MERCOSUL, onde a tensão política também se insere entre Uruguai e Brasil.

Enquanto isso, Nin Novoa lembrou que o Uruguai considera a Venezuela o “legítimo ocupante da presidência pro tempore” e, portanto, afirmou que o governo uruguaio estará presente nas reuniões convocadas pelo país caribenho.

“Se os outros (países membros) não forem, será responsabilidade deles”, comentou, ao mesmo tempo que disse ser “provável” que não haja resoluções do bloco para o próximo semestre, já que “alguns países não se farão” presentes nas convocatórias para as reuniões de ministros do MERCOSUL.

Por outro lado, Nin Novoa expressou que o Uruguai se opõem, por enquanto, a sancionar a Venezuela, já que “não estão dadas as condições” para ativar os mecanismos de sanção previstos nos regulamentos do MERCOSUL no caso de ruptura democrática. “No dia que disserem que a Assembléia Nacional foi fechada, para nós será uma ruptura democrática. Enquanto isso não acontece, não consideremos uma ruptura”, enfatizou.

A situação interna venezuelana entrou em cheio no MERCOSUL, e a crise interna atual sobre a transição da presidência pro tempore não obedece nada mais que os interesses criados por Brasil e Paraguai para apoiar a direita da Venezuela aglutinada, em sua maioria, na chamada Mesa de Unidade Democrática (MUD).

E também para pressionar ao máximo o governo de Nicolás Maduro para que a balança pese a favor da direita do MUD. Essa é a única explicação para a situação de tensão interna de um organismo que por si só, e mais além da Venezuela, vem se arrastando em uma profunda crise.

 
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