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OLIMPÍADAS 2016
Na Olimpíada Rio 2016 quem brilha são as mulheres!
Rafaella Lafraia
São Paulo

A participação das mulheres na Olimpíada Rio 2016 é a maior de toda história dos jogos e o destaque delas não é só por causa da alta participação e sim pela força de todas!

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A olimpíada Rio 2016 tem vários pontos de discussão. Como já abordamos aqui e aqui alguns dos pontos, este texto abordará outro ponto: a participação das mulheres. Este evento esportivo tem o número recorde de participantes mulheres na história, sendo 45% dos participantes, o que abre o debate por igualdade de gênero nos esportes.

Em declaração, apresentada pela Agencia Brasil, a ex-nadadora olímpica estadunidense, Dona de Varona, ressaltou a importância deste fato histórico e defendeu a necessidade de ampliação de espaço para mulheres, tanto nos esportes quanto em outras áreas. Esta questão também foi abordada pela vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Nawal El Moutawakel, que falou, em evento no Rio de Janeiro, que a igualdade é algo levado a sério pelo comitê e que apoios de ex-atletas são relevantes pois aceleram a equiparação.

Mas devemos colocar que não é somente pela representatividade que devemos lutar, afinal de contas, sabemos que muitas mulheres são impedidas de praticarem esportes, desde a infância, pois precisam participar da rotina da casa – ajudando nas tarefas domésticas e/ou entrando em trabalhos, na maioria das vezes precarizados – para ajudar nas contas ou afazeres da casa. Ou seja, as meninas, filhas da classe trabalhadora, são impossibilitadas, desde novas, a praticarem esportes e de fazer desta atividade seu sustento de vida.

Para aquelas que assim conseguem a diferenciação entre gênero (machismo) é presente, já que questões de diferenças biológicas são colocadas como desculpa para tal diferenciação. Ou seja, a visão de sexo frágil (reducionismo biológico), que se baseia na ideia de que as mulheres não aguentariam peso, força, maiores distâncias, dentre outros. Assim, as mulheres disputam provas mais curtas na modalidade de atletismo, competem no heptatlo ao invés do decatlo (modalidade masculina). Nas lutas, as mulheres ficam restritas a categorias de pesos mais leves, quando não tem disputa (como no caso da luta greco-romana). Mulheres praticam somente caiaque e não competem nas provas de canoagem.

Apesar destas atletas chamarem a atenção mundial por seus resultados, elas não possuem o mesmo incentivo que as categorias masculinas. Colocamos aqui de exemplo as seleções brasileiras de futebol masculina e feminina. Presente em vários posts nas redes sociais, nem mesmo uma camiseta com o nome de Marta, capitã do time e maior artilheira da seleção (inclusive se comparada à masculina) e cinco vezes eleita melhor futebolista do mundo, feito que nenhum jogador conseguiu, existe para comercialização.

Post feita em página do Facebook e compartilhado pela página Quebrando tabu.

Post feito em conta do Twitter e compartilhado, inúmeras vezes, em páginas do Facebook.

Sem falar na questão, que já havíamos abordado aqui, nem a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos (a melhor e com mais investimento dentro desta categoria) tem igualdade de salários. No caso do time feminino brasileiro, as atletas nem tem contratos assinados e precisam seguir outras profissões para se manter como jogadoras, como também apresentamos aqui.

Post feita em conta particular do Twitter e compartilhado em páginas do Facebook.

E hoje, para saudar a temática aqui abordada, uma mulher, negra e da periferia garante a primeira medalha de ouro para o país sede das olimpíadas. Sim, a primeira medalha de ouro do Brasil vem de uma modalidade esportiva não comumente associada à mulher – luta: judô – e a atleta que a conquistou – Rafaela Silva – é uma mulher, que cresceu na favela da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro e que na olimpíada de Londres sofre com um caso de racismo.

Em várias modalidades as mulheres veem apresentando resultados cada vez mais promissores e enchendo nossos dias de alegria e esperança, mas, mesmo com o resultado tão positivo nos esportes femininos, as mulheres, principalmente as mulheres negras da periferia, continuam invisíveis, sofrendo com a violência machista, racista, homofóbica, tanto dentro quanto fora dos campos e quadras. Desta forma, a luta e força destas atletas vai além da medalha de ouro, vai contra o machismo que, no sistema capitalista, sempre nos coloca em um patamar de submissão e inferioridade.

 
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