Vocês não sabem,
Da dor, da revolta,
E da bala assassina
Que fazem chacina
Em nossos corações.
Vocês não vivem
Em manhãs
De coletivos lotados
E cafés mal tomados
Pra garantir o ganha pão.
Não fazem ideia
Das torturas,
Dos assédios,
Do serviço pesado
Que eles nos dão.
Nunca sentiram
O chicote
Entre as pernas abertas
À força do patrão.
Nem imaginam
Que em noites silenciosas
Nossos corpos dormem
Sem a chance de afeto
E vivem o "não".
Esses são os versos
Em forma de protesto
De quem jamais vai sossegar
Enquanto "o patrão" não derrubar.
Mulheres negras resistirão!