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CONGRESSO DOS TRABALHADORES DA USP
"Especialista em Direitos Humanos", Diretor da FFLCH-USP proíbe todas as atividades sindicais
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Da redação.

Em resposta, a decisão de diretor, trabalhadores da faculdade paralisam o trabalho durante toda a semana e se integram ao 6º Congresso dos Trabalhadores da USP.

Na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, que se orgulha de uma história de atuação nos debates em defesa das liberdades democráticas, o diretor Sérgio Adorno, reconhecido como um intelectual da defesa dos direitos humanos, vetou a liberação dos funcionários delegados para participar do 6º Congresso dos Trabalhadores da USP, que está ocorrendo de 27 a 30/04. Dizendo cumprir orientação da Procuradoria Geral da universidade, ligada à reitoria, foi além, e declarou que está será sua orientação frente a todas as atividades sindicais dos trabalhadores, e que inclusive os representantes sindicais não teriam liberação para participar de qualquer das atividades regulares do sindicato.

Em nota, o diretor afirmou ainda que "Caso o fizesse [autorizasse a participação dos delegados no congresso], estaria assumindo o risco pessoal de ser responsabilizado por qualquer evento extraordinário que viesse a acontecer", reconheceu ser "esta Diretoria, a única entre tantas outras que não acolheu o pedido", e alegou que "Esta Diretoria considera a paralisação constrangimento moral à Direção"

Patricia Galvão, trabalhadora da faculdade e membro do Conselho Diretor de Base do SINTUSP, relatou: "Na reunião de negociação o diretor usou ainda o argumento de que os professores sempre recebem liberações para participar de congressos porque esses eventos tem finalidade acadêmica. Isso mostra que não reconhece o papel dos trabalhadores na universidade."

Para Bruno Gilga, também trabalhador da faculdade e diretor do SINTUSP, "Tratar isso como uma questão jurídica é absurdo, é uma decisão política, tanto é que centenas de delegados foram liberados em dezenas de unidades, e ele mesmo assumiu que não queria assumir a responsabilidade. Tão absurdo quanto dizer que trabalhadores realizarem uma paralisação em defesa de uma reivindicação, contra uma medida como essa é ’constrangimento moral’. Constrangimento é o que nós estamos passando".

Em resposta, no mesmo dia, os trabalhadores decidiram pela paralisação da faculdade durante toda a semana, e que já que os delegados foram proibidos de participar do congresso, agora não somente eles, mas todos os trabalhadores vão participar.

Entidades estudantis da FFLCH já se pronunciaram contra a decisão do diretor e em apoio à paralisação dos funcionários. Alguns professores chegaram a cancelar as aulas em função da paralisação, e a Associação dos Docentes da USP publicou nota de repúdio à atitude do diretor, que classificou como "autoritária".

Publicamos abaixo a nota do Conselho Diretor de Base do SINTUSP - FFLCH:

"ENORME ATAQUE AO DIREITO DE ORGANIZAÇÃO SINDICAL NA FFLCH
FUNCIONÁRIOS EM PARALISAÇÃO DE 28 A 30/04

O diretor da FFLCH, Sergio Adorno, vetou a liberação dos funcionários da FFLCH delegados do 6º Congresso dos Trabalhadores da USP para participar nessa atividade, que acontece de 27 a 30/04. O Congresso é a instância máxima do sindicato, se realiza a cada alguns anos. Para este congresso há mais de 300 delegados eleitos em toda a USP, e na maior parte das unidades receberam as liberações. O veto da liberação dos 13 delegados da FFLCH, determinando que não possam participar do Congresso, é portanto uma restrição das condições indispensáveis ao exercício do direito de organização sindical.

O diretor Sergio Adorno argumenta que consultou a Procuradoria Geral, que disse que "não há amparo legal" para a liberação, e que se ele o fizesse, seria sob sua responsabilidade, e que ele não está disposto a assumi-la. Vai assumir, então, a responsabilidade por se alinhar à Reitoria e à Procuradoria e determinar que a FFLCH seja a única unidade de ensino em toda a universidade em que os delegados tiveram as liberações completamente vetadas, desprezando, mais uma vez, a tradição democrática de que a FFLCH se orgulha.

Mas o diretor foi além, e disse que essa será sua decisão em relação a todos os pedidos de liberação para participação em atividades sindicais. Significa vetar que qualquer funcionário participe de seminários e atividades, que os membros do Conselho Diretor de Base participem das reuniões do CDB, que o diretor sindical que trabalha na unidade passa participar mesmo das reuniões ordinárias da diretoria do sindicato! Em resumo, significa vetar completamente todas as condições efetivas para que haja qualquer organização sindical dos trabalhadores da unidade!

Este ataque, sem precedentes, não pode ser aceito. Por isso os trabalhadores da FFLCH, em assembleia da unidade, aprovaram a paralisação das atividades nos dias 28 a 30/04, reivindicando o reconhecimento efetivo do direito de organização sindical.

Chamamos todos a defender o direito democrático elementar de organização sindical na universidade e repudiar essa medida da direção da FFCLH, alinhada com a reitoria!

Conselho Diretor de Base do Sintusp - FFLCH"

 
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