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VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
Sejamos milhares pelas Ruas: Delegado afastado declara novamente que a culpa é da vítima
Ana Paula
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Em entrevista cedida ao jornal O Estado de São Paulo Thiers argumenta todo tipo de absurdo possível para incriminar uma jovem de 16 anos que foi estuprada, exposta, e está nesse momento tentando reconstruir sua subjetividade frente à barbárie cometida por mais de 30 homens no mês de maio.

A principal preocupação do referido é se os acusados tiveram satisfação sexual ao “achincalhar a garota”, e que no máximo os monstros que aparecem nas fotos e vídeos estavam querendo se “autovangloriar, de ser o garanhão da favela”(!!!!). E no mais, a polícia deve ser técnica, e o vídeo expressa apenas, em termos técnicos, que houve crime de difamação.

O seja, não basta o depoimento da adolescente - que certamente pelo abalo emocional, e pela pressão da opinião pública, se confundiu em algumas partes – para determinar que foi crime de estupro, precisa saber que roupa usava, saber se gostava ou não de sexo grupal, todo um histórico para saber se ela mereceu ser estuprada. Tais declarações só poderiam partir de alguém cuja preocupação primeira é a manutenção da cultura do estupro na sociedade misógina e machista que vivemos.

Sejamos milhares pelas ruas!

As declarações escandalosas de Thiers são uma mostra do porque milhares de mulheres acabam não denunciando os casos de estupro que sofrem, que muitas vezes ocorrem no interior de seus lares, nos locais de trabalho e estudo, uma vez que significa aumentar o nível de humilhação e os traumas que decorrem de tal violência.

As mulheres não devem se calar frente ao estupro, e sim denunciar, mas com a certeza que sua emancipação e fortaleza, não se realizará pelas mãos de delegados, juízes e promotores, ou mesmo dos governos, como no caso do governo Temer que chama Alexandre Frota, um estuprador confesso em cadeia nacional a dar opiniões sobre educação, ou mesmo no governo Dilma que não foi capaz de levar a frente a demandas democráticas básicas como a legalização do aborto.

O objetivo dos governos e do judiciário não é libertar as mulheres e os LGBTs, mas sim retirar do currículo das escolas o debate de gênero e sexualidade para que a cultura do estupro e a homofobia possam seguir perpetuadas na sociedade misógina e machista, e que leva milhares a morte anualmente no Brasil e no mundo, questões pelas quais nós mesmas devemos nos organizar para arrancar.

Nossa fortaleza e libertação estão nas grandes marchas de mulheres pelo direito de existir, pela legalização do aborto, pelo fim da cultura do estupro, pelo fim da homofobia; nas greves que enfrentam os duros ajustes que tentas nos fazer descer goela abaixo; nas ocupações estudantis; nas lutas que ocorrem hoje na França contra os ataques à previdência; na Argentina com milhares nas ruas pelo “Nenhuma a Menos”. Ou seja, na auto-organização das mulheres em seus locais de trabalho e estudo, em aliança com os trabalhadores, para emancipar a classe trabalhadora de conjunto, e por essa via as mulheres, negros e LGBTs contra o julgo do capital sobre nossos corpos e nossa existência.

Mulheres, sejamos milhares pelas ruas, essa é a chave que nos emancipará!

 
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