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ELEIÇÕES ESTADOS UNIDOS
Dia D nas internas democratas: Clinton cantou vitória
Celeste Murillo
Argentina | @rompe_teclas

Hillary Clinton ao finalizar a última “super-terça” das primárias se proclamou candidata à presidência. A definição oficial chegará em julho com a convenção.

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Foto: EFE/PAUL BUCK

A terça 7 foi a última “super-terça” na longa corrida primária marcada pela crise dos candidatos do establishment e na elite política. Se entre os Republicanos esta crise resultou na liderança “incontestável” de Donald Trump entre os eleitores, entre os Democratas significou uma competição até o último momento entre a favorita Hillary Clinton e o “intruso” Bernie Sanders.

Embora Hillary Clinton abriu a última “super-terça” com uma vitória em Nova Jersey que a coloca praticamente no tapete da nomeação, o sol ainda brilhava na Califórnia, onde 475 delegados disputavam. Na terça também de voto em Montana, Novo México, Dakota do Norte e do Sul (cada uma dividia cerca de 30 delegados).

Hillary Clinton ganhou em Nova Jersey por quase 20 pontos, e também na Dakota do Sul e Novo México. Bernie Sanders ganhou as prévias de Dakota do Sul com 60% e as primárias de Montana. Até o final dessa edição, ainda não eram conhecidos os resultados da Califórnia.

Embora a definição oficial se dará em julho, quando a convenção democrata nomear seu candidato, Clinton celebrou no Brooklyn (Nova York) onde estreou o vídeo de sua candidatura à presidência e saudou suas seguidoras e seguidores antes se se tornar conhecido os resultados da Califórnia. Entre as imagens das sufragistas e o movimento feminista, Clinton disse que era necessário construir um governo que não seja controlado por Wall Street, reconhecendo as críticas que recebeu de Sanders e seus seguidores por seus laços com a elite financeira.

De sua parte, Bernie Sanders encerrou sua jornada em Santa Mônica (Califórnia), antes de viajar à Washington DC, onde sua campanha definirá os próximos passos. Já antes de conhecer os resultados da “super-terça”, cresciam as pressões para que Sanders saia da corrida e unifique o partido atrás da candidatura de Clinton. Nesse contexto, a agência de notícias Associated Press (AP) anunciou na segunda, 6, que Hillary Clinton havia alcançado os 2383 delegados necessários para a nomeação. O que não disse a AP nem os que festejaram o anúncio (inclusive Clinton) é que o “número mágico” só foi alcançado somando os superdelegados sem mandato “popular”.

Ao final da terça, 7, nenhum dos pré-candidatos alcançaria a nomeação exclusivamente mediante delegados com mandato. Estes resultados desmentem as denúncias dos seguidores de Sanders sobre o sistema de nomeação do partido Democrata? Absolutamente. E, apesar das críticas mornas de Sanders, foi sua própria base que desnudou o sistemas antidemocrático dos superdelegados, que são quem acabam desequilibrando a balanço na eleição do candidato democrata.

Hillary Clinton não chega ilesa ao final das primárias, embora se alce com a nomeação, chega com pouco entusiasmo na base democrata e baixos índices de confiança entre o público em geral. Mas isso não impede que seja vista como o mal menor frente a uma hipotética vitória de Donald Trump (embora Bernie Sanders siga melhor colocado como oponente do multimilionário).

O que será da “revolução política” de Sanders?

A campanha de Bernie Sanders anunciou que tentará convencer aos superdelegados para que apoiem sua plataforma na convenção da Filadélfia ao final de julho. Essa será a data de nomeação oficial, e até lá os superdelegados podem mudar de candidato quantas vezes quiserem, já que não tem mandato do voto das primárias. É possível que mudem seu apoio de Clinton para Sanders? Sim, mas é improvável que haja uma mudança qualitativa.

Como assinalou a própria campanha de Sanders ao longo das primárias, os superdelegados expressam antes de tudo a vontade e os interesses do establishment do partido. Se há alguma modificação, terá que haver uma mudança na direção democrata, como ocorreu em 2008 quando o establishment decidiu apoiar Barack Obama e não Hillary Clinton.

Sanders aceitará os limites que o partido Democrata impõe à sua moderada “revolução política”? Até terça tudo indicava que buscava uma via interna para fazer pesar seu capital político dentro de um partido irreformável e que já demonstrou a cada passo que seus interesses são os de Wall Street e Washington. Cumprirá sua promessa inicial e chamará aos milhões que o adotaram como porta-voz de suas lutas a votar pela candidata do establishment? E se faz isso, a verdadeira questão será a resposta dos milhões de apoiaram, financiaram e militaram em sua campanha, que prometia lutar contra a desigualdade e as corporações.

Enquanto isso, no partido Republicano

Donald Trump, o único candidato republicano com os votos necessários para ter acesso à nomeação, ganhou todas as primárias de terça e anunciou em Nova York que sua campanha havia recebido mais votos que qualquer outro candidato republicano na história. Mais uma vez é lembrado ao establishment do partido sua derrota em conseguir um combatente capaz de derrotar aquele que se transformou no porta-voz da ira da base de direita, que vê com desconfiança os líderes em Washington.

 
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