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FORA TEMER
Unificar as greves e ocupações contra os ataques e o golpe, e impor uma nova constituinte
Edison Urbano
São Paulo

Agora já é história. Dilma caiu e Temer anunciou o ministério de seu governo golpista. Sem nenhuma mulher, nenhum negro ou índio, composto apenas de filhos das velhas famílias de oligarcas, coronéis, latifundiários e banqueiros.

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Para os capitalistas, os grandes empresários e patrões, a resposta para a crise brasileira é rebaixar salários, cortar direitos, aumentar a exploração. Temer e toda a estrutura do golpe que o sustenta hoje, da Rede Globo ao Poder Judiciário e o imperialismo, apostam nisso. Por incrível que pareça, o golpe se consumou, sem qualquer resistência séria do PT e seus satélites.

O PT, a CUT e a CTB mostraram uma vez mais que têm mais medo da luta de classes, do que dos próprios golpistas. E se uma boa parcela do povo, até mesmo da própria classe trabalhadora, se deixaram levar pela demagogia da direita, é porque o governo petista,ao contrário dos discursos e propagandas de TV, foi também um governo de ajustes, que beneficiou os “de cima” e não hesitou em atacar e reprimir os trabalhadores e o povo pobre.

PT, CUT e CTB não resistiram de fato ao golpe

No minguado ato de 1º de Maio da CUT em SP, Lula sequer se dignou a aparecer. O líder do PT no Senado garantiu de antemão que eles "não querem incendiar o país”. A prometida jornada de luta do dia 10/5 teve algumas poucas ações, sem qualquer impacto. As centrais sindicais governistas CUT e CTB não usaram seu peso social para impedir a consumação do golpe.

Essa inércia e paralisia das direções que até ontem eram governistas, mostra como hoje eles se preparam para retornar ao papel de "oposição dócil" e garantidora da ordem social capitalista. Estão de olho nas eleições de 2018, e nada mais.

A juventude e as universidades no centro da luta contra os ataques do governo golpista

Estamos diante de uma enorme onda de luta da educação. Em SP, foram dezenas de escolas técnicas e diretorias de ensino ocupadas. No Rio de Janeiro e no Ceará dezenas de escolas estão ainda ocupadas. Agora é no Rio Grande do Sul que as ocupações se espalham por todo o estado, e no Paraná também já começou. Esse processo tem tudo para se espalhar país afora.

Estudantes da Unicamp e da USP iniciaram um grande movimento de greve, com ocupação da Reitoria em Campinas, e de cursos como a Letras no Butantã. A UNESP se somou depois, mas também “já tá fervendo” no interior paulista. Os trabalhadores das três universidades também iniciaram greve, com o Sintusp à cabeça.

A juventude já abriu uma nova onda de mobilização, que cedo ou tarde irá arrastar novamente os trabalhadores para ocupar o posto central na luta. Diversas categorias já começam a demonstrar isso: metroviários no Recife, professores cariocas, operários no ABC ou no interior de SP, entre outros.

Fora Temer golpista! Por uma saída de fundo, dos trabalhadores e da juventude

Unificando todas as lutas contra os ataques de Temer e dos governos estaduais – inclusive os do PT, é claro – podemos gerar um grande movimento nacional contra os golpistas e seus ajustes. E que isso abra caminho para um questionamento cada vez mais profundo a esse sistema político podre, e ao sistema econômico injusto que ele serve para proteger.

Precisamos colocar abaixo esse governo usurpador, em conjunto com as instituições reacionárias que pavimentaram seu caminho ao poder. A Câmara Federal e o Senado, ao lado do agora todo-poderoso Judiciário, são também pilares de um Estado dos grandes empresários, que beneficia um punhado de exploradores, e impõe miséria, opressão e humilhações de todo tipo ao grosso do povo brasileiro.

A direita avança em liquidar mesmo os mínimos direitos democráticos desta Constituinte de 88, de origem tutelada pelos militares. Precisamos de uma nova Constituinte, que arranque o poder não só de Temer, mas também desse Congresso das trevas e do Judiciário autoritário.

Não é uma coisa distante, é uma necessidade imediata.

“Eleições Diretas” são uma falsa alternativa para os trabalhadores

Algumas correntes de "esquerda", como o PSTU e Luciana Genro do PSOL, se prepararam para comemorar a queda de Dilma, sem se importar que fosse pelas mãos da direita, dos capitalistas, dos parlamentares e juízes reacionários, da Rede Globo... Mas agora essas correntes estão bem perdidas, porque as massas sentem muito bem a diferença, quando são elas que derrubam um governo impopular como o de Dilma, e o entusiasmo se propaga pelo ar... ou então, quando são os setores mais conservadores que o fazem, e aí dá pra sentir o clima sinistro que se impõe – apesar das lutas em curso que já questionam esse mesmo “clima”.

Para os mais desavisados, pode até parecer “democrático” pedir Eleições Gerais agora. Afinal ninguém quer Temer, e poucos querem Dilma de volta. Mas “novas eleições” com os partidos da ordem que aí estão, com as mesmas regras da “farsa eleitoral” que existem hoje, beneficiariam apenas os mesmos poderosos de sempre. Os golpistas iriam tentar ganhar o ar de legitimidade que não possuem, e o PT iria tentar voltar parar cumprir o mesmo plano de ataque a nossos direitos, para favorecer os capitalistas e seus lucros.

As demandas de Junho e a Assembléia Constituinte

Desde Junho de 2013, com o povo na rua e a multiplicação das demandas sociais, está colocado o tema de uma nova Constituinte: vieram à tona os problemas e mazelas que estão na base da sociedade brasileira, e que exigem uma solução radical, independente de qualquer setor capitalista.

A questão de uma nova Constituinte é também a questão dos negros, das mulheres. É a questão dos índios, e do povo nordestino e sertanejo espalhado pelo país. É a questão da terra para quem planta e colhe, da moradia para quem vive esmagado entre o aluguel e a habitação precária. É a dos operários que deixam a saúde e a própria vida nas fábricas, e são rifados pelas demissões ao bel prazer dos patrões e sua sede de lucro. É a questão do direito ao lazer, à cultura e a uma vida digna. É a da saúde e educação de qualidade e gratuitas para o povo. É pelo fim da entrega das riquezas nacionais para os países imperialistas e seu punhado de sócios menores brasileiros.

Uma Assembleia Constituinte, para debater esses e todos os outros grandes problemas sociais do país, é o mínimo que se poderia chamar de realmente democrático. Elegendo seus representantes por fora do sistema eleitoral atual, por fora dos políticos profissionais que dominam hoje, com regras democráticas para expressar os lutadores de todas as categorias decisivas da classe trabalhadora, dessa nova geração de jovens que já vem sacudindo o país, em cada bairro popular, em cada acampamento de sem terra, nos movimentos por moradia e dos setores oprimidos. Uma Constituinte assim poderia ser o palco para que os trabalhadores, as mulheres e a juventude se choquem contra todo este podre regime político.

Por um governo operário e popular que rompa com o capitalismo

Lutamos pra derrubar o Temer golpista, e impor uma nova Constituinte pela força da mobilização. Mas nosso objetivo mais profundo não pára aí: queremos que os próprios trabalhadores e a juventude tomem em suas mãos a tarefa de governar os seus destinos. Mediante a luta, os trabalhadores, junto a seus aliados na juventude e no povo pobre, devem rumar estrategicamente à conquista revolucionária de um governo dos trabalhadores que rompa com a burguesia e o capitalismo.

 
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