A companhia apresentou uma carta, praticamente dando como encerradas as negociações, impondo novos ataques à categoria e claramente propondo alterações que indicam a privatização.
Nesta quinta, 19, ocorreu a quarta rodada de negociação, onde a empresa anunciou grandes ataques aos direitos conquistados pelos trabalhadores.
O Metrô anunciou que a primeira parcela do 13° seria creditada junto com o pagamento das férias do empregado no ano em curso. No caso de parcelamento das férias, será paga no primeiro período. O valor corresponderá a 50% do salário nominal e gratificação por tempo de serviço.
A empresa também pretende mudar a política de pagamento de horas extras. A remuneração de horas extras para os empregados que já trabalham na companhia se manteria como de 100% sobre a hora normal. Mas os admitidos a partir de 1 de maio de 2016 seriam remunerados pelo percentual da CLT (50%). A hora extra noturna seria paga em 50% sobre a hora normal para os já empregados, mas para os admitidos a partir de 1 de maio de 2016 também seriam pagas com o índice da CLT (20%).
O ponto sobre escalas de trabalho e intra-jornada será decidido apenas na comissão do TRT e não na campanha, o que na prática retira os 30 minutos de almoço/janta do Acordo Coletivo da categoria.
A Companhia não apresentou nenhum índice de reajuste, nem proposta de Participação nos Resultados (PR).
Thiago Mathias, cipista da linha 1 do Metrô e membro da comissão de negociação, alertou que "estão, na prática, construindo dois tipos de metroviários, com o intuito de privatizar, dividindo os trabalhadores em dois grupos e facilitando a posterior demissão dos mais antigos, com mais direitos, mantendo os mais novos mais precarizados".
O grande retrocesso que significa a privatização das bilheterias e da Linha 5 também estaria mantido.
Daphnae Helena, cipista da linha 3 do Metrô e também membro da comissão de negociação na campanha salarial, chamou os trabalhadores à mobilização. "Não podemos fechar a campanha sem paralisarmos o avanço destes ataques e pra isso precisamos nos unir com outras categorias que estão na mesma luta, como ferroviários e rodoviários. Precisamos lotar a assembleia de hoje para repudiar essa proposta e sair do rotineirismo no nosso trabalho. Corremos o risco de não termos mais o Metrô como empresa pública e nossa estabilidade e direitos, se não nos movimentarmos a partir desta campanha de 2016."
Veja abaixo o vídeo de Daphnae e Barba após a reunião de negociação na manhã dessa quinta-feira, 19: