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DECLARAÇÃO ESTADO ESPANHOL ’NO HAY TIEMPO QUE PERDER’
Há cinco anos do 15M, façamos como na França: retomar a indignação contra o capitalismo

Há cinco anos a situação política no Estado Espanhol experimentou um profundo giro com a irrupção do movimento dos indignados.

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A juventude e os setores populares tomaram as ruas para denunciar o atual sistema bipartidário e exigir demandas básicas que têm sido postergadas durante anos pelos governos vigentes. Aquele 15 de maio de 2011, ainda que inicialmente, começava a pôr em cheque os pilares de um regime que ainda não conseguimos derrotar, mas cuja crise segue aberta.

Milhares de jovens em todo o Estado preenchiam as praças, apesar da repressão o governo do PSOE e a pacificação social que se impôs desde as burocracias sindicais. Denunciavam as bases desta democracia para ricos, exigiam o fim dos cortes, leis contra os despejos, a defesa dos serviços públicos, o não pagamento de uma dívida ilegítima. Este espírito se estendeu aos levantes de trabalhadores públicos, nas greves gerais, no movimento anti despejos, na luta dos mineiros ou em manifestações massivas como “Em torno do Congresso”, as Diadas catalãs (Dia Nacional da Catalunha) ou as “Marchas da Dignidade”.

Porém, a falta de unidade nas lutas e de uma perspectiva política que transformasse o descontentamento em uma alternativa para enfrentar o Regime levou ao desgaste e o protesto social entrou em refluxo a partir de 2013. Passou-se de uma “ilusão do social”, pela qual se considerava que a mera explosão de indignação poderia conquistar as demandas sociais e democráticas, à uma “ilusão do político” e de que tais demandas podem se alcançadas por meio das eleições e no marco das instituições do Regime.

A cinco anos do 15M nem os partidos do establishment, nem os partidos emergentes, nem os “governos da mudança” têm respondido à estas demandas; pelo contrário, têm sido relegadas, adiadas e, no melhor dos casos, limitadas a medidas cosméticas. Podemos e as chamadas “prefeituras da mudança” têm canalizado as novas ilusões políticas, mas renunciando à maior parte das reivindicações colocadas nas ruas desde o 15M. O direito de decidir sobre o fim da Monarquia já não está na agenda. Do “não devemos, não pagamos”, passaram às auditorias e depois à uma reestruturação cada vez mais morna. À experiência feita por milhares de jovens com as corporações repressivas, querem refutar com elogios aos “cidadão de uniforme”. Deixaram de falar de “processo constituinte” para substituí-lo pela proposta de um “governo de progresso” com os sociais liberais do PSOE.

Nas novas eleições de 26J, Podemos e Izquierda Unida concorreram em uma mesma chapa que gerou muitas expectativas. Mas farão com a mesma estratégia que lançaram depois do 20D: pactuar com o PSOE, o partido do Gas Natural, dos ERES de Andaluzia, dos GAL (grupos antiterroristas de libertação) e as contra reformas trabalhistas. O oposto do “PSOE-PP é a mesma merda” que entoávamos. E também o oposto da situação que vive atualmente a França, onde há semanas os trabalhadores, as mulheres, a juventude e o Nuit Debout fecham as ruas contra a nova Reforma Trabalhista, enfrentando a repressão do governo do “socialista” Hollande.

O que faz falta não é rebaixar o programa para unir a “esquerda” por detrás do PSOE, senão retomar o caminho da mobilização e levantar um programa anticapitalista que una as reivindicações democráticas e sociais: para terminar com o Regime de 78 e abrir um processo constituinte frente às tentativas de converter o 15M na data fundacional de uma Transição 2.0.

Os que integramos “No Hay Tiempo Que Perder” (“Sem Tempo a Perder”) chamamos à construção de uma frente anticapitalista e de classe para impulsionar a mobilização da classe trabalhadora, das mulheres, da juventude e dos setores populares. Para que todas as nossas reivindicações se façam realidade e que os responsáveis pela crise, os capitalistas, paguem por ela. Some-se!

Tradutor: Alexandre "Costela"

 
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