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PARALISAÇÃO NACIONAL?
CUT e CTB não mobilizam e Dia de paralisação nacional tem pouca força
Allan Costa
Militante do Grupo de Negros Quilombo Vermelho - Luta negra anticapitalista

As maiores centrais sindicais do país e a Frente Brasil Popular não constroem o dia de lutas contra o golpe através de suas bases e o resultado é uma mobilização muito aquém da necessária.

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Desde as primeiras horas do dia, um pequeno grupo de manifestantes contra o impeachment já bloqueava a Marginal Pinheiros em SP, outro pequeno grupo bloqueou a AV. 23 de Maio, na sequência, outras avenidas importantes da cidade que dão acesso à terminais de ônibus e aeroportos também foram interditadas, mas no final da manhã, a maioria dessas ações já havia terminado.

O que se viu no resto do Brasil foi muito parecido, pequenos grupos, em média os atos variaram entre algumas dezenas ou centenas pessoas segundo os próprios organizadores, que promoveram barricadas em estradas e avenidas durante um período do dia. Rodovias foram paradas em estados como por exemplo o Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Pernambuco, DF e Paraná. Poucos foram os casos de categorias de trabalhadores somando-se aos atos, como os petroleiros de Mauá, através do Sindipetro, os rodoviários de Natal, que recolheram os ônibus até por volta do meio dia. No final da tarde, em Natal uma passeata com aproximadamente 5 mil pessoas, segundo os organizadores, foi um dos maiores atos do dia.

É importante lembrar que o dia de hoje foi votado pela direção da CUT como "Dia Nacional de Paralisações" na luta contra o golpe que se desenrola no Brasil. Porém, o que vimos, conforme já haviamos previsto aqui mesmo no Esquerda Diário, foram manifestações com um verniz mais radical bancadas por movimentos sociais como o MTST, e MST e a Frente Brasil Popular, mas que em nada expressam a possibilidade que as duas maiores centrais sindicais do país poderiam fazer caso mobilizassem suas bases. Isso se dá porque, apesar de fechar importantes vias em 17 cidades e no DF, o modo utilizado pelas direções da CUT para construir essas paralisações passou bem longe de se apoiar nas bases dos milhões de trabalhadores brasileiros filiados para discutir, denunciar e traçar ações para barrar o golpe.

Enquanto as principais centrais sindicais do país fazem pouco barulho e mobilizam menos ainda, o golpe institucional reacionário vai passando, amanhã (11) acontecerá no Senado a votação que deve selar o afastamento de Dilma e a concretização do golpe. Enquanto CUT e CTB, diretamente ligadas ao governismo se abstém de realizar uma luta séria a partir das bases com os métodos históricos da classe trabalhadora, por cima, o PT já declarou publicamente que não vai romper com sua vocação histórica de freio das lutas dos trabalhadores mesmo sendo frontalmente atacado pela oposição, se contentando em apenas fazer uma oposição comportada que não pretende "incendiar o Brasil", A maior parte da luta contra o golpe está sendo travada nas mesmas instituições que estão aplicando o golpe, como no caso do STF. O PT também já dá sinais de que a saída que encontrará será voltar a negociar espaços através de politicagem. Cada vez mais, "já teve golpe, com pouca luta"!

Para barrar o avanço dessa direita reacionária que vai se instalando no Brasil é necessário que os trabalhadores construam uma forte mobilização a partir de seus locais de trabalho e estudo, com assembleias de base e desenvolvendo um plano de lutas independente de governos e patrões, que se enfrente com o governo golpista de Temer e seus ajustes, que defenda nossos direitos e contra os ataques que virão, com o intuito de construirmos uma assembleia constituinte, livre e soberana, onde possamos impor medidas que confrontem essa podridão que hoje é vigente, como por exemplo, que todo político ou funcionário de alto escalão ganhe o mesmo que uma professora, e que este salário seja o suficiente para satisfazer todas as necessidades das famílias dos trabalhadores.

 
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