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UNICAMP
IFCH: Vamos parar a universidade e construir o 1º de maio contra o golpe e os ataques dos governos
Tatiane Lima

Nessa segunda, 25, nós estudantes de Ciências Sociais e História nos somamos a centenas de estudantes de outros cursos da UNICAMP para remarcar no grande debate nacional, que se aprofunda após a votação do impeachment na câmara, que a nossa posição política contra o golpe institucional, que queremos derrotar a partir de nossos métodos de luta. Por isso votamos parar a universidade nessa quarta, 27, fazer junto aos estudantes de outros curso e funcionários um trancaço, além de que iremos ao ato em São Paulo com os trabalhadores nesse 1º de maio.

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Hoje a discussão sobre a situação nacional está fervendo e inunda os corredores, as salas de aula, as filas, os ônibus, as redes sociais, os jornais, todo o país e também está com grande repercussão internacional. Nossa assembleia refletiu sobre o fato de que absolutamente todas as pessoas estão pensando sobre para onde irá o Brasil e discutimos sobre os desdobramentos da aprovação do Impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados em meio ao “show de horrores” que embasou o golpismo dos políticos profissionais do parlamento brasileiro, indo desde as cenas mais ridículas de votar “sim” justificando que era “pela minha esposa que faz aniversário” até as defesas mais absurdas que chegaram a reivindicar escravocratas e torturadores com fama de serem os mais duros dos dias de chicote aos rebeldes negros ou dos anos de chumbo da Ditadura Militar que viveu o Brasil. Essa pós-votação do impeachment suscitou em setores amplos da população muito asco com a expressão do que é a política que quer decidir os rumos do país e de nossas vidas e colocou uma afirmação categórica de que estamos vivendo um golpe institucional no país.

A maioria da nossa assembleia afirmou com todas as letras que “é um golpe sim”, organizado pelos setores mais conservadores e fundamentalistas do Congresso Nacional, junto à Justiça hiper arbitrária, à Polícia Federal e a todos que apoiam a demagogia dos patos da FIESP, porque todos estão unificados por uma “saída” para a crise política que quer nos fazer pagar pelas contas dessa crise capitalista que se aprofunda. Discutimos como derrotar esse golpe para combater essa falsa saída que propõe a direita é hoje fundamental para impedir o sequestro da decisão de milhões de pessoas, que passou por cima do mais elementar dessa que está longe de ser uma verdadeira democracia, mas também para impedir que os planos nefastos de impor uma correlação de mais ataques ao conjunto da classe trabalhadora. E derrotar esse golpismo da direita é também parte de aprofundarmos a luta que sempre travamos contra o projeto político e todas as derrotas que o PT construiu e consolidaram com seus governos. O PT que fortaleceu e abriu espaço para essa mesma direita que lhe apunhala, que parasitou as entidades sindicais dos trabalhadores e da juventude, como a CUT e a UNE, para servir de freio às nossas aspirações por direitos sociais e lutas, esse que se vitimiza e na essência só quer se preservar para as eleições municipais desse ano e nas de 2018, que nunca organizaria uma luta séria contra o golpe porque, assim como a direita golpista, está com um medo imenso de que nós trabalhadores e jovens construamos a partir de nossos métodos e com muita gana essa derrota do golpe, que isso fuja do controle da ordem e estrague os seus interesses eleitoral.

Compreender hoje que existe uma grande oportunidade da juventude e dos trabalhadores, a partir de uma luta séria e contundente contra o golpe, derrotar a direita golpista e colocar abaixo as velhas direções que seguraram e quiseram engessar o movimento de massas, disputar para construir uma forte resistência que barre também os ataques e enterre de vez toda a demagogia do PT é fundamental. Infelizmente setores da Esquerda não compreendem esse debate profundo, escolhem enfiar a cabeça embaixo da terra e (o mais inacreditável) em sua posição política fazem coro com o golpismo e o que tem de mais podre desse regime de democracia degenerada. A defesa amplamente derrotada do PSTU na assembleia com base no seu “Fora Dilma”, bem como à parte da sua posição, envergonhada e não dita nesse espaço, a favor de eleições gerais, que também é compartilhada pelo MÊS de Luciana Genro e o Juntos, é uma expressão disso.

E é por isso que nós estudantes do IFCH estamos no caminho certo em querer dar nosso primeiro passo na construção de uma via realmente independente a partir de impor uma derrota a esse golpe. E essa via independente não ficará passiva enquanto o país derrete e tampouco defenderá ou apoiará qualquer uma das alas burguesas em seus planos contra nós. Começaremos paralisando a UNICAMP contra o golpe e os ataques dos governos à educação: Por cotas e permanência já! e organizaremos o dia 27 como um grande dia de luta, que começará com um trancaço e desenvolverá uma série de atividades que debaterão a fundo os problemas específicos que nos acometem (o racismo estrutural e institucional, o corte de 40 milhões da UNICAMP, a demanda não atendida por permanência, a falta de manutenção aos nossos prédios etc.) e como eles se ligam a essa resposta política mais de fundo que queremos construir coletivamente. E assim, com os nossos métodos, começaremos com essa paralisação e piquete, também indo com pelo menos um ônibus para São Paulo no ato do dia do trabalhador, 1º de maio, que unificará diversos setores que estão se colocando contra o golpe, com o mote Estudantes do IFCH com os trabalhadores contra o golpe e os ajustes dos governos, e iremos por muito mais, construiremos um plano de lutas efetivo para incendiar nossa mobilização!

 
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