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UNESP - MARILIA
Chamado para o Movimento Estudantil da Unesp: Organizar uma luta a altura das grandes tarefas nacionais!
Ana Carolina Fulfaro
Mariana Galletti
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Em meio a todo o agudo cenário político e econômico nacional, estamos mais uma vez vendo os setores da classe dominante tentarem descarregar sobre as costas da classe trabalhadora e da população pobre toda essa crise criada por eles. A educação está sendo uma das áreas mais afetadas pelos cortes e ajustes. Mas se há ataques, há luta e há resistência.

Na Unesp, os estudantes que às duras penas conseguiram passar pelo filtro social do vestibular, veem sua possibilidade de permanência no ensino superior sendo rifados pelo governo e Reitoria, já que a atual política de permanência estudantil é totalmente insuficiente, um verdadeiro deboche na cara dos estudantes que sustentam dia a dia esses “centros de excelência”. Neste ano de 2016, temos 35% de vagas reservadas para as cotas, ao passo que as políticas de Restaurante Universitário e Moradia Estudantil não atendem nem 10% do total de estudantes da universidade. Isso para não falar da falta e insuficiência de vagas para filhos de estudantes ao Centro de Convivência Infantil (CCI), insuficiência das bolsas estudantis, negligência com a segurança, precarização do trabalho, avanço da terceirização, dentre muitos outros exemplos. O que apenas reafirma o caráter elitista e opressor deste atual projeto de universidade pública que está a serviço dos interesses dos lucros das grandes empresas, e não da população.

Por outro lado, vimos nas últimas semanas que há disposição de luta entre os estudantes. Ourinhos ocupou e paralisou as aulas por uma semana, obtendo uma importante vitória, paralisações em Franca e Assis, entraço no RU de Marília, entre outros exemplos que os estudantes vem dando.

Nacionalmente, vivemos um momento particularmente importante. Ontem (17/05) foi aprovado o impeachment da presidente Dilma na Câmara dos Deputados em meio a um verdadeiro “show de horrores” que expressou reacionarismos de todos os tipos. O governo do PT foi responsável pelo avanço de todo esse reacionarismo com seus acordos espúrios com essa mesma direita que agora se coloca contra seu governo, além de ser também responsável por vários ataques aos nossos direitos: há duas semanas o governo federal cortou mais de 20 bilhões das pastas da saúde e da educação, aprovou a lei antiterrorismo para criminalizar as nossas lutas, entregou o pré-sal para o imperialismo, quer atacar os direitos dos trabalhadores com a reforma da previdência, etc. Por outro lado, temos uma oposição de direita financiada pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pela Rede Globo, que além de querer avançar em ajustes e ataques ainda maiores, é extremamente racista, machista e LGBTfóbica.

Bolsonaro, Cunha, Feliciano se posicionaram... O Movimento Estudantil da Unesp também precisa discutir e se posicionar diante do cenário nacional!

Ontem durante a votação do impeachment na Câmara dos Deputados, Bolsonaro dedicou o seu voto em rede nacional para homenagear o torturador da ditadura militar, o general Brilhante Ustra, o Golpe de 64, o exército assassino de Duque de Caxias que reprimiu as revoltas negras, indígenas e populares do séc. XIX, as Forças Armadas e por aí vai. Centenas votaram “por Deus”, “pela família”, “contra a indecência da ideologia de gênero”, “pela polícia”, etc. Assim, discutir a conjuntura é fundamental por vários motivos. O primeiro é que se a voz de Bolsonaro ecoa ideias reacionárias em rede nacional, o Movimento Estudantil da Unesp tem um potencial de difundir sua voz (ou seu grito!) por dezenas de cidades em todo o Estado de São Paulo. O segundo é que todas as pautas elencadas pelo movimento estudantil estão diretamente relacionadas com o combate aos governos que implementam essas políticas de precarização, e o projeto que já bem conhecemos dessa oposição de direita é o de aprofundamento ainda maior da retirada de direitos (PSDB que já vem implementando uma política que está destruindo dia a dia a educação pública no estado de São Paulo, Bancada Religiosa que vem com profundas violências ao nosso direito de autodeterminação dos corpos e mentes e por aí vai).

Fica claro que se por um lado precisamos combater os ajustes e ataques do governo do PT sem nenhuma ilusão neste governo que é o responsável pelo momento que estamos passando agora, por outro não podemos deixar de nos posicionar contra o impeachment dessa direita reacionária que quer atacar ainda mais os direitos da juventude e dos trabalhadores. Dessa maneira, se posicionar contra o impeachment e contra os ataques do governo do PT é a única maneira de não cairmos em nenhum dos dois blocos burgueses.

A importância de levantarmos um forte Movimento Estudantil estadual da Unesp

O Movimento Estudantil da Unesp vem dando passos importantes em sua articulação. É fundamental que consigamos articular um forte Conselho de Entidades Estudantis (CEEU) e Fórum de Moradias (com indicativo de serem realizados conjuntamente dos dias 26 a 29 de maio), para que possamos discutir os ataques à educação por parte dos governos federal e estadual nos últimos tempos, que têm resultado na precarização do trabalho e ensino, na falta de políticas para permanência estudantil, além da conjuntura que estamos vivendo, para que então as/os estudantes possam se articular e pensar um plano de lutas para enfrentar os governos.

Porém, a conjuntura urge e não podemos esperar! Deste modo, fazemos um chamado para que todas/os estudantes discutam junto à suas assembleias de base e entidades estudantis a necessidade de novamente levantarmos um movimento estudantil que se coloque contra esse projeto de educação para que, junto com os outros setores da educação, possamos levantar um forte movimento contra o impeachment da direita reacionária e contra os ataques e ajustes do governo do PT!

 
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