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CORTE NA UNIVERSIDADE
Reitoria da Unicamp anuncia corte de R$ 40 milhões
Artemis Lyrae

Essa semana os estudantes do Instituto de Artes (IA) receberam de sua diretoria um email anunciando um terceiro corte da reitoria para toda a Unicamp, de $40 milhões. Pouco tempo antes desse anúncio, uma chuva alagou o auditório do instituto, estragando o piso e tornando-o interditado até que se complete a reforma - a qual, segundo a diretoria, deverá ser finalizada em 6 meses.

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Construção parada do Teatro-Laboratório do IA da Unicamp (Foto: Fernando Pacífico/G1)

Vale lembrar que esse é o mesmo instituto cuja obra do teatro-laboratório, estrutura fundamental para as disciplinas e apresentações dos cursos, além de demanda dos estudantes por quase 30 anos, se encontra paralisada desde 2013. O custo total do projeto da construção era de R$17 milhões. Ou seja, com o valor cortado seria possível construir dois teatro-laboratórios.

Em resposta ao anúncio de corte, não tem como não nos perguntarmos: para onde exatamente ia esse dinheiro? Porque se antes o IA recebia qualquer parcela desses R40 milhões, ela nunca foi usados para resolver os diversos problemas de estrutura, como goteiras, mofos nas paredes, manutenção e compra de novos equipamentos, reposição de funcionários aposentados, contratação de professores, etc. E fica a pergunta: em quanto as condições já precárias do instituto vão piorar se esse corte passar sem resistência dos estudantes?

O IA é considerado por muitos o instituto mais precário da Unicamp, e não é por coincidência ou azar: na Unicamp que é segunda maior produtora de patentes do país e terceirizadora da mão de obra feminina e negra, não é do interesse da reitoria que o repasse de verbas atenda às necessidades de cinco cursos de artes, afinal eles não geram retorno financeiro. E com a crise e os cortes na educação vindos tanto do governo Alckmin quanto do governo Dilma, nada mais lógico para esse projeto de universidade produtivista que cortar dos institutos que não produzem para o mercado, em nome de manter os laboratórios da universidade em funcionamento e gerando lucro para as grandes empresas.

O Centro Acadêmico do Instituto de Artes (CAIA) chamou uma assembleia de todos os cursos do instituto para a próxima terça feira (19/04), para que os estudantes possam decidir quais rumos tomar frente a esse novo corte, que não pode passar sem luta!

Segue o email da diretoria na íntegra:

Sobre cortes que afetam o IA

Prezados membros da comunidade do Instituto de Artes da Unicamp

Na última sexta-feira, dia 08/04/2016, os diretores das unidades de ensino e pesquisa foram convocados para uma reunião com o Reitor. O assunto central da reunião foi a posição financeira da instituição e a proposta de mais um corte orçamentário.

Para entender um pouco do que está ocorrendo, saliento que em reuniões anteriores do CONSU foi solicitado por vários membros daquela instância que os dados financeiros bem como os critérios para contingenciamentos fossem mais claros e que a comunidade pudesse ter acesso aos dados. Pois bem, a reitoria forneceu o material, o qual se encontra com livre acesso no link abaixo em nosso website do IA. Esse material servirá de base para a decisão do terceiro corte orçamentário que nos afetará, um corte previsto de 40 milhões de reais.

Realizaremos uma reunião de emergência nesta quarta-feira às 15h no IA, convocando os chefes de departamento, representantes na congregação do IA dos funcionários e alunos, e com funcionários técnicos das áreas, visando formular uma proposta de nossa comunidade para reitoria.

Qualquer sugestão após análise da proposta da reitoria deve ser encaminhada por meio dos representantes que estarão presentes nesta reunião de quarta-feira, e não transformando essa comunicação em lista de discussões via email, o que será contraproducente neste momento.

Várias discussões e posições opostas foram levantadas pelos diretores, como por exemplo não contingenciar nada e gastar a reserva técnica da Universidade. Outras sugestões que não se encontram na proposta da reitoria foram discutidas, como cortar a premiação anual de docentes e funcionários (seria um montante de 2 milhões de reais somente com esse quesito), ou cortar a emissão de holerites em papel.

Enfim, agradeço a atenção de todos e estamos abertos para toda e qualquer ajuda neste momento difícil que a universidade está passando.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Fernando Hashimoto

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