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9 DE ABRIL / CONTRA A LEI DE TRABALHO
França: Paris se mobiliza em clima de greve geral
Comitê de Redação - Révolution Permanente

Ainda que as mobilizações tenham sido menores que as da jornada de greves do 31 de Março, milhares de manifestantes saíram às ruas de Paris pela “retirada completa da lei de trabalho”.

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Ao grito de “greve geral, retirada total”, milhares de manifestantes se mobilizaram em Paris e outras 200 cidades do país contra a reforma trabalhista do governo de Hollande.

Os manifestantes marcharam da capital desde a Praça da República até a Praça da Nação pedindo a retirada total e definitiva da Lei de Trabalho. Apesar de ser uma mobilização que pareceu menor do que as anteriores, especialmente em comparação com a da jornada de greves do 31 de Março, o ânimo e a determinação dos manifestantes se encontram todavia intactos. A combatividade dos manifestantes se mantém frente à forte presença policial, que ameaçou com gás lacrimogêneo, armas de guerras, carros-pipa e helicópteros.

Nem sequer a provocação da polícia, que reprimiu até o final da mobilização na Praça da Nação, desanimou os manifestantes.

Os estudantes se reuniram de manhã na Praça da Nação para denunciar a brutal repressão e os presos da última semana, que passam de cem. Após, participaram das marchas junto aos trabalhadores e às centrais sindicais. Ali se encontravam os dirigentes Felipe Martínez (CGT), Jean-Claude Mailly (FO) e William Martinet (UNEF), Bernadette Groison (FSU), Eric Beynel (Solidaridad)

Os sindicatos marcharam à frente da manifestação, seguidos pelas inumeráveis e coloridas colunas de estudantes universitários e secundaristas. Os estudantes cantavam consignas contra a lei de trabalho e contra a repressão policial: “Nem carne para os patrões, nem carne para a repressão, os estudante contra-atacam”.

Os secundaristas, por sua vez, cantavam a favor da unidade das lutas: “Universitários, secundaristas, desempregados e ocupados [com ocupação]. Todos juntos temos de lutar, porque todos juntos vamos ganhar”. Dessa maneira, mostravam sua oposição à tentativa do governo de dividir os jovens dos trabalhadores, mediante negociações com o sindicato, para evitar a unidade de todos os setores nas ruas. Também cantaram contra a reforma trabalhista impulsionada pelo governo do Partido Socialista de Hollande: “quem não pula é do PS”.

Na coluna da CGT pode ser visto um contingente substancial e combativo com importante presença de delegados sindicais. Também estavam presentes os professores de escolas, os trabalhadores de hospitais e os trabalhadores do trem.

Na praça da Bastilha, a consigna mais destacada foi "greve geral, retirada total". Fez-se notar em meio à manifestação a combatividade da coluna da Assembleia Geral Interprofissional (estudantes e trabalhadores) de Saint-Denis, reforçando assim a similitude que muitos estabelecem com as marchas de 2010 (durante a luta contra a reforma das pensões com a unidade entre universitários, secundaristas e trabalhadores).

Para o final das mobilizações, o movimento "a noite de pé" (Nuit Debout em Francês) havia realizado um chamado para que as manifestações culminem na Praça da República, onde se reúnem há mais de uma semana.

A nova jornada de luta demonstrou que o estado de ânimo entre os secundaristas, universitários e trabalhadores segue intacto. Sua combatividade se demonstra na gana de seguir lutando até a retirada definitiva da lei. Contudo, o chamado a uma greve geral por parte da Intersindical para o próximo 28 de Abril parece demasiado distante para esse objetivo. Serão necessárias mais ações para fazer retroceder o governo e sua reforma trabalhista. Apenas é necessária uma faísca, algum setor chave da produção que entre em greve indefinida, para que se desencadeie a dinâmica mais temida pelo governo, a de uma greve geral que reúna todos os setores em luta.

Tradução: Vitória Camargo

 
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