Na última sexta-feira (18), os moradores da comunidade do Sapé, na Zona Oeste da capital paulista, foram surpreendidos com a apresentação de um documento oficial do governo estadual (Tarcísio de Freitas/Republicanos) e municipal (Ricardo Nunes/MDB) sobre o plano de reintegração de várias áreas habitadas na região.

O Sapé abriga centenas de trabalhadores da região, muitos deles terceirizados da USP, dos postos de saúde e escolas do entorno, cujas famílias são moradoras da comunidade há décadas.

O banho de sangue promovido pela Polícia Militar que tirou a vida de mais de 20 pessoas na chacina no Guarujá e Baixada Santista, e o recente desalojamento da Ocupação do MMJL (Movimento de Moradia na Luta por Justiça) no centro de São Paulo na última segunda feira (21), são exemplos claros da política de repressão e autoritarismo do governo Tarcísio, o que concretiza a possibilidade de medidas de reintegração no Sapé conforme os vídeos e informações que circulam nas redes sociais e entre os moradores da região.

Os governos têm agido de forma autoritária e arbitrária nas periferias, reprimindo enquanto não apresentam qualquer plano de construção de moradias populares. Grandes centrais como a CUT precisam sair de sua paralisia e organizar um plano de luta imediato para, junto aos movimentos sociais e por moradia, enfrentar essas medidas repressivas e ataques como o arcabouço fiscal e lutar por um plano de obras públicas que garanta moradia digna para todos.

É escandalosa a ameaça de Tarcísio e Nunes de despejo dos moradores do Sapé na ZO em SP. Milhões para os empresários, chacina e repressão aos pobres e negros! As grandes centrais sindicais precisam organizar já um plano de luta contra a repressão, os ataques e por moradia!

— Marcello Pablito (@PablitoMarcello) August 23, 2023

Neste momento de ameaça iminente de despejo e reintegração, os sindicatos, parlamentares e movimentos sociais precisam se colocar ao lado dos moradores para apoiar e defender os moradores da comunidade do Sapé.