Para esta quarta-feira, 27 de julho, o Ver.di, um dos sindicatos da companhia aérea alemã Lufthansa, convoca uma nova greve para exigir aumento salarial. Diante da inflação, o sindicato exige um aumento de 9,5% para os trabalhadores da empresa. Essa greve também afetará os trabalhadores alocados no solo, como manutenção ou reboque.
"A situação nos aeroportos está se deteriorando e os funcionários estão cada vez mais estressados e sobrecarregados devido à grave escassez de pessoal, inflação alta e nenhum aumento por três anos", disse Christine Behle, chefe da Ver.di, segundo a AFP.
Há falta de 7.000 funcionários no setor aeronáutico alemão, precarizado e marcado por baixos salários e perdas significativas de empregos durante a pandemia.
Em um comunicado de imprensa dirigido aos passageiros, o sindicato explica: "Queremos que o transporte aéreo funcione sem estresse e restrições para nossos passageiros e para nós, funcionários. A Lufthansa demitiu muitos funcionários durante a pandemia. Estamos realizando negociações coletivas, mas até agora a Lufthansa se recusou a investir em pessoal suficiente e, portanto, em um tráfego aéreo mais fluido”.
Uma tempestade de raiva entre os trabalhadores das companhias aéreas na Alemanha e na França
A mobilização na Lufthansa é a continuação de um verão de revolta no setor aéreo, diante da inflação e da retomada do tráfego após a pandemia. Na França, o sindicato Unsa convocou os trabalhadores do aeroporto de Saint-Exupery, em Lyon, a entrarem em greve nesta terça-feira, 26 de julho, entre 12h e 14h.
Nas últimas semanas, mobilizaram-se trabalhadores da Ryanair, Easyjet, Brussels Airlines (subsidiária da Lufthansa), British Airlines, mas também dos aeroportos de Paris e Bruxelas, provocando o cancelamento de vários milhares de voos. Quanto à Lufthansa, a transportadora alemã viu 6.000 de seus voos cancelados nas últimas semanas e deve ver mais durante a greve anunciada pelo sindicato Ver.di.
Nos últimos anos, os empregadores deste setor vêm pressionando os trabalhadores das companhias aéreas. Congelamento de salários, demissões, contratação insuficiente e condições de trabalho difíceis, que levaram à morte de um funcionário do aeroporto de Roissy no início de julho. Um coquetel explosivo que está na origem da onda de greves que afeta os aeroportos europeus.
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