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Neoliberal disfarçado de progressista
4 motivos por que Ciro Gomes não é uma alternativa aos trabalhadores contra Bolsonaro
Rosa Linh
Estudante de Ciências Sociais na UnB

Apresentado como uma alternativa "progressista" à polarização Lula x Bolsonaro, Ciro Gomes não passa de um velho político da ordem, com histórico machista, neoliberal e anti-operário. Nada mais distante de uma alternativa para combater a extrema-direita.

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1 - Ciro ajudou Bolsonaro a aprovar a Reforma da Previdência

Em 2019, o pedetista enviou seu principal assessor econômico, um neoliberal defensor das privatizações, para se reunir com a equipe de Paulo Guedes e aconselhar na tomada de “iniciativas boas para o país”, já mostrando que Ciro Gomes vê o mundo com os olhos dos patrões que querem que trabalhemos até morrer, e sua oposição ao bolsonarismo só diz respeito ao discurso e não ao programa.

Ele chegou inclusive a reivindicar o modelo de capitalização pretendido por Guedes, implementado pela ditadura de Pinochet no Chile, que levou o país à taxas recorde de suicídio de idosos e que foi um dos principais agravantes do descontentamento social que levou à rebelião aberta em outubro de 2019.

Como se isso não bastasse, 30% de seu partido votou favoravelmente à Reforma da Previdência, como a queridinha da Faria Lima, Tábata Amaral, que agora está no PSB de Geraldo Alckmin, vice de Lula.

2 - Por várias vezes, o PDT de Ciro vota junto do bolsonarismo

Mais de uma vez, o partido de Ciro blocou junto do centrão e dos bolsonaristas para votar ataques aos trabalhadores.

Exemplo disso foi quando o PDT votou à favor da Medida Provisória 881, a “MP da Liberdade Econômica”, que permite trabalho aos sábados, domingos e feriados, sem o pagamento de horas extras caso seja oferecida folga compensatória, diminui as folgas obrigatórias para apenas um domingo por mês.

Mais recentemente, 15 dos 24 deputados do partido (62,5%) votaram junto do governo na Proposta da PEC dos Precatórios, proposta que foi aprovada com o perdão de dívidas bilionárias do Estado.

Além disso, em vídeo postado nas redes sociais, Carlos Lupi, presidente nacional da sigla, declarou que defendia o voto impresso, uma posição alinhada ao bolsonarismo e de tom golpista.

3 - Ciro, além de machista, é contra a legalização do aborto

"A legalização do aborto não é tarefa do presidente”, foi o que disse o pedetista em ato de lançamento do Movimento Cristãos Trabalhistas, criticando uma suposta agenda “muito enfrentada” de Lula nesse quesito - o que, evidentemente, não passa de demagogia eleitoral de Lula que quando governou apenas conciliou com a bancada evangélica.

Esse é um claro aceno de Ciro para as bases evangélicas, demonstrando que está disposto a rifar o direito elementar e básico ao corpo da mulher em nome da governabilidade, fazendo coro com os machistas bolsonaristas e fundamentalistas.

Não bastasse isso, Ciro tem um histórico grotesco de frases misóginas que não deixam para trás os próprios bolsonaristas. Exemplo disso foi sua declaração em 2002 sobre a ex-esposa Patrícia Pillar, cujo ’papel principal’ seria ’dormir com ele’.

4 - Ciro ajudou Itamar Franco (PSDB) e a burocracia sindical a desmontar a greve dos petroleiros de 1994 contra a investida neoliberal

Em uma entrevista no Roda Viva, Ciro disse com orgulho ter sido responsável por desmontar a greve dos petroleiros de 1994, quando era ministro no governo de Itamar Franco. Na entrevista ele conta como desmontou uma luta operária e comemorou com um chopp em meio aos burocratas sindicais. Ele mesmo fala como os petroleiros “apanharam pra cacete” e “foram muito maltratados” do “Fernando Henrique pra cá”. Parte fundamental disso se deve ao papel traidor das lideranças que junto com Ciro sentaram para desmobilizar a greve e da qual ele se orgulha tanto.

Ou seja, em um momento no qual os conflitos operários têm uma enorme importância e se colocam frontalmente contra as privatizações e os ataques aos direitos dos trabalhadores, como o aumento dos combustíveis, está muito claro que um eventual governo Ciro teria “mão de ferro” para reprimir essas lutas.

Na entrevista, ao ser questionado sobre o “endurecimento”, ele complementa afirmando que “o Brasil precisa restaurar a autoridade”. Autoridade dos patrões em seus ataques impiedosos aos que se levantam por direitos sociais.

Um ano depois, em 1995, os petroleiros realizariam uma histórica greve com ocupação de refinarias, pondo em cheque o conjunto da investida neoliberal. Essa greve foi brutalmente reprimida pelo então governo do PSDB, o qual Ciro Gomes foi parte de compor antes da entrada de FHC, simbolizando a consolidação da aplicação do neoliberalismo no Brasil, com uma onda de privatizações, flexibilização trabalhista entre outras coisas com as quais Ciro foi cúmplice direto.

Nem a frente ampla com Lula-Alckmin, nem uma terceira via da direita: para combater Bolsonaro e a extrema-direita, precisamos de uma alternativa independente da juventude e dos trabalhadores

Diante da necessidade de derrotar Bolsonaro, os militares, a extrema-direita e o conjunto dos ataques imposto por esse regime contra nossa classe e os oprimidos, nenhuma alternativa neoliberal da terceira via pode ser uma opção, como Ciro Gomes. No entanto, a chapa de Lula com Alckmin, além de representar a conciliação de classe típica do PT e da burocracia sindical, significa que se eleitos iram manter intactos todos os ataques ultraneoliberais de Bolsonaro, administrando a crise capitalista internacional a favor do capital financeiro e dos setores mais reacionários da burguesia. Isso não apenas é incapaz de derrotar a extrema-direita, como abre passagem a ela com sua conciliação.

Diante do brutal giro à direita do PSOL apoiando a chapa Lula-Alckmin e a federação com a REDE e da necessidade de fortalecer uma alternativa de independência de classe para derrotar a extrema-direita na luta, nós do MRT estamos construindo o Polo Socialista e Revolucionário junto de companheires da esquerda do PSOL, PSTU e ativistas. O sentido disso é justamente avançar na reagrupação da vanguarda socialista e apresentar uma alternativa radical, com um programa operário e à esquerda do PT nessas eleições, mas também na luta de classes. Por isso, apresentamos o nome de Marcello Pablito, trabalhador negro da USP, para vice na chapa de Vera Lúcia do PSTU, bem como de Maíra Machado, professora da rede pública de Santo André para vice da chapa com Altino também do PSTU. A unidade que precisamos é das e dos trabalhadores, sem conciliação e defendendo um programa para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

 
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