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Paralisação Nacional
A importância de uma paralisação nacional para unificar as lutas em curso e derrotar os ataques
Juliane Santos
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Sentimos cada vez mais a inflação, o efeito da precarização do trabalho que ocorreu por meio da aprovação das reformas, e todos os ataques dos governos e dos grandes capitalistas que para manter seus lucros descarregam a crise nas nossas costas. Precisamos de uma paralisação nacional pois não aceitamos mais essa situação, seguindo o exemplo da onda de greves em MG

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Foto: SindUTE-MG

Em Minas Gerais vemos um grande exemplo da força e potência dos trabalhadores quando se organizam. Nesse estado ocorre uma verdadeira onda de greves dos trabalhadores da educação e dos metroviários. No último dia 16 de março, os trabalhadores da educação de Belo Horizonte entraram em greve pelo piso salarial e progressão de carreira, se somando à luta dos trabalhadores da educação de Minas Gerais, que já estavam em greve desde o dia 9 de março também pelo piso, além da denúncia do Regime de Recuperação Fiscal de Romeu Zema (NOVO).

As professoras e professores da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), a partir de uma assembleia que contou com a participação de centenas de trabalhadores na terça-feira, (15), decidiram entrar em greve a partir de sexta-feira (18), em luta por seus direitos e contra a precarização da universidade realizada pelo governo de Romeu Zema. Os trabalhadores do Metrô de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, também entraram em greve a partir desta segunda (21), eles lutam contra a privatização e entrega do Metrô da cidade, operado pela CBTU, feita por Paulo Guedes e Bolsonaro, e apoiada pelo governador Romeu Zema.

Tais exemplos servem de inspiração e mostram o caminho que devemos seguir na luta contra todos os ataques que os governos e os grandes capitalistas descarregam em nós. O custo de vida está cada vez mais caro, sentimos a inflação no dia a dia, e a precarização cada vez maior do trabalho se expressa a partir de todas as reformas e privatizações que foram aprovadas pelo governo Bolsonaro, que para isso contou com o apoio do Congresso, Senado e STF.

Toda essa situação demonstra que a saída é confiar nas nossas próprias forças, com a clareza de que a classe trabalhadora é internacional e de que a saída para todas essas mazelas virá da nossa força unificada. No Brasil sentimos no bolso o aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, com aumentos em itens básicos como o gás de cozinha, o que nos afeta ainda mais nesse momento de crise. Essa situação colocada, que se relaciona ao conflito em aberto na Ucrânia, demonstra que enquanto os grandes capitalistas e diferentes governos disputam entre si os seus interesses, é a classe trabalhadora de conjunto que paga a conta.

Na Ucrânia os trabalhadores sentem o peso do ataque absurdo do governo reacionário de Putin, que devemos repudiar totalmente, ao mesmo tempo que a OTAN, os Estados Unidos e outras potências européias se aproveitam da situação em prol de seus interesses, colocando uma saída que sabemos que de nada servirá as demandas dos trabalhadores e demais setores oprimidos. Por isso a nossa defesa precisa ser por uma saída independente dos trabalhadores, contra todos os capitalistas, seja internacionalmente seja dentro de seus próprios países.

Nesse sentido vemos o enorme valor da onda de greves que se desenvolve em Minas Gerais, assim como todas as lutas que vemos ocorrer, mesmo que em pequena escala, em diversas partes do país, pois são os trabalhadores a partir de métodos históricos da luta de classes que dão um basta aos grandes capitalistas que sugam nosso trabalho em nome de manter seus enormes lucros.

Para potencializar essas lutas, precisamos organizar uma grande paralisação nacional, que unifique todas as lutas em curso, construindo paralisações a partir de cada local de trabalho para que o conjunto dos trabalhadores avistem uma saída de luta contra todos os ataques dos patrões. Para isso é fundamental que as Centrais Sindicais saiam da imobilidade que hoje se encontram e construam essa paralisação desde as bases, a partir dos métodos democráticos de luta.

As grandes Centrais Sindicais como a CUT (dirigida pelo PT) e a CTB (dirigida pelo PCdoB) dirigem de forma direta ou indireta milhões de trabalhadores, mas não vemos utilizarem dessa localização para fomentar a organização da nossa luta, mas ao contrário disso confiam em uma estratégia eleitoral, ficam passivos esperando até o final do ano com a esperança de que o voto no Lula será a saída, quando na verdade já temos inúmeros exemplos que será somente pela nossa força que conseguiremos nossas demandas.

A estratégia de conciliação petista, que se expressou em seus 13 anos de governo, permitiu a aliança desse partido com setores da direita e anti-trabalhadores, o que se expressou quando muitos desses "aliados" apoiaram o golpe institucional e nos últimos anos foram parte de apoiar as inúmeras reformas e privatizações anti-operárias feitas pelo governo golpista do Temer e também de Bolsonaro. Essa estratégia que busca conciliar os interesses dos trabalhadores com os dos patrões só pode levar a um lugar: o freio da nossa luta. Nesse momento de crise os grandes capitalistas não querem largar o osso, aplicam cada vez mais ataques que afetam os mais pobres e os setores mais oprimidos em nome de manter seus lucros, sua única prioridade, por isso somos nós que precisamos lutar pelas nossas prioridades.

É necessário superar essa burocracia que hoje dirige esses sindicatos e colocar essa importante ferramenta de luta novamente nas mãos dos trabalhadores, para que ela esteja a serviço de construir a nossa luta, começando por uma grande paralisação nacional, superando a estratégia desses partidos, como o PT e o PCdoB, que também dirigem entidades Estudantis e atuam da mesma forma, não fomentando os espaços de autoorganização dos estudantes em prol de uma estratégia eleitoral que não será uma saída para nós.

A nossa batalha precisa ser por uma vida que mereça ser vivida, que avance para uma sociedade que rompa com o capitalismo, esse sistema que prioriza o lucro em vez das nossas vidas. Isso só ocorrerá com uma forte luta dos trabalhadores em unidade com todos os setores oprimidos, exprimindo toda a força que temos quando nos organizamos. Essa é nossa batalha.

 
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