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Que os capitalistas paguem pela crise
Pela revogação integral da reforma trabalhista e de todas as reformas
Cássia Silva

Em meio à demagogia de Lula sobre a revisão da reforma trabalhista de Temer e dos golpistas institucionais de 2017, Bolsonaro, como bom herdeiro da implementação das reformas, veio a público defender esse ataque e mentir sobre seus impactos. É urgente uma saída dos trabalhadores que imponha a revogação integral da reforma trabalhista contra Bolsonaro, e que não confie na conciliação de classes do PT.

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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Nesta segunda (17), Bolsonaro defendeu a reforma trabalhista, dizendo que ela não retirou direitos dos trabalhadores: "O governo Temer fez uma pequena reforma trabalhista, não tirou direito de nenhum trabalhador. Mente quem fala que a reforma trabalhista do Temer retirou direitos do trabalhador", disse em entrevista a uma rádio do Espírito Santo.

Essa declaração ocorre justamente após uma encomenda de Bolsonaro por um projeto para dar uma recauchutada na lei atual para atacar ainda mais os trabalhadores. Nessa "nova" reforma trabalhista de Bolsonaro entrariam aspectos absurdos como a revisão da proibição dos locautes para atrelar a organização sindical às empresas e trabalhos aos domingos com folgas a cada 7 semanas.

Bolsonaro mente porque a reforma trabalhista rasgou os direitos dos trabalhadores, com contratos de longo tempo estabelecidos com o funcionário e a empresa, com remuneração por hora de trabalho e sem a garantia de que o funcionário trabalhe o número de horas necessárias para receber o salário mínimo, também conhecido como contrato intermitente. Além de permitir trabalho insalubre para gestantes e flexibilizar a jornada de trabalho, legalizando que jovens, massivamente negros, estejam hoje rodando em entregas de app de bikes nas ruas com uma bag nas costas sem dormir, para conseguir uma renda. Isso sem contar o fim da negociação coletiva dos trabalhadores com os patrões e a predominância do negociado sobre o legislado.

Veja mais: “Nova” reforma trabalhista de Bolsonaro: aprofundamento da precarização e favorecimento dos interesses capitalistas

Além disso, essa declaração é na realidade uma resposta a Lula, que recentemente reivindicou a reforma trabalhista do Estado Espanhol, dizendo que faria igual se fosse governo no Brasil. Essa discussão sobre a reforma trabalhista concretamente demonstra a demagogia de Lula e do PT em torno de uma suposta "disposição" para "devolver os direitos dos trabalhadores".

A classe trabalhadora de conjunto, unindo efetivos e terceirizados, trabalhadores mais estabilizados e precários, empregados e desempregados, assim como os estudantes, os setores oprimidos e o povo pobre, precisa dar sua própria resposta que é a única que pode dar um combatebde fato à reforma trabalhista e todos os ataques. Somente essa força organizada é que pode impor a revogação integral da reforma trabalhista e de todas as reformas.

Assim como pelo reajuste salarial mensal igual à inflação e para levantar um grande plano de obras públicas para geração de empregos com direitos para todos. Porque estamos cansados de todos os trimestres ver se atualizar os números em pelo menos uma dezena de milhões de desempregados no país. No Amazonas, moradores chegam a desenterrar frango em lixão para comer. Precisamos botar um basta nos ataques, que servem para descarregar a crise dos capitalistas nas nossas costas, sendo que essa crise não é nossa, mas, sim, deles.

Para isso, é necessário exigir que as direções burocráticas organizem a luta em cada local de trabalho e de estudo. Porque, por um lado, estão ligadas diretamente com a colaboração para implementar esses ataques, como Paulinho da Força Sindical. E por outro lado, organizam a trégua da nossa luta, como a CUT, a CTB e a UNE, centrais sindicais e entidade estudantil nacionais, que durante todo o ano de 2021, não chamaram ou construíram assembleias esvaziadas, sendo um freio para que cada trabalhador e estudante não tivesse direito a voz e voto, mesmo com focos de lutas ocorrendo pelo país, como da MRV de Campinas, da Proguaru em Guarulhos, da Carris em Porto Alegre e do Detran no RN. No fim do ano passado, cancelaram as manifestações por Fora Bolsonaro, para no lugar construir reuniões de cúpula fechadas, e apoiaram uma possível vice candidatura de Alckmin para Lula.

Essa reforma espanhola, oriunda de um acordo entre o governo PSOE-UP, empresários e centrais sindicais, continua permitindo demissões irrestritas, sem indenização por parte do empregador, possibilitando também demissões coletivas por “causas econômicas, técnicas, organizacionais e produtivas". Os mecanismos de redução salarial e de jornada de trabalho são perpetuados graças a participação ativa das burocracias sindicais e dos patrões nessa reformulação. E, como se não bastasse, as terceirizações continuam também por essa reforma reivindicada por Lula. Nada novo sob o sol dos anos de governos petistas que triplicaram a terceirização no Brasil.

Veja mais: O que garante a reforma trabalhista espanhola reivindicada por Lula e Gleisi Hoffmann?

Pela organização da gigante classe trabalhadora brasileira, junto aos setores oprimidos e ao povo pobre, para fazer com que sejam os capitalistas a pagarem por essa crise. Sem confiança em nenhum setor que nos ataca ou que quer nos conciliar com nossos inimigos capitalistas. Por isso nós do Esquerda Diário colocamos a necessidade de uma nova Assembleia Constituinte, que seja livre e soberana, com deputados eleitos e revogáveis por bairros, para que discutamos a revogação de todos os ataques, rumo a um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo.

Não deixe de ler: Alckmin, Estadão e Paulinho da Força juntos defendem a reforma trabalhista. Lula recua para manter alianças com a direita

 
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