PDT/Divulgação
Na manhã desta quarta-feira (15), a PF (Polícia Federal) realizou uma operação em função de desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, no Ceará, realizando 14 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça, tendo entre os alvos os irmãos Ciro Gomes, pré-candidato a presidente, e o senador Cid Gomes, ambos do PDT. Lúcio Gomes, irmão de Ciro e Cid, também sofreu busca e apreensão.
A PF diz em nota que as suspeitas são de "fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos decorrentes de procedimento de licitação para obras" no estádio, entre os anos de 2010 e 2013. O inquérito teve início em 2017 e contou com relatos de quatro delatores.
A investigação vem se dando em cima de pagamento de propinas a servidores públicos e agentes políticos do governo do Ceará na gestão do então governador Cid Gomes.
A fraude foi feita de modo que a Galvão Engenharia obtivesse êxito no processo de licitatório para realizar reformas no estádio. O valor da concorrência foi de R$ 518 milhões, oriundos do BNDES.
Também há a suspeita de que na fase de execução contratual tenham sido pagas vantagens indevidas para que o governo estadual repassasse valores que estavam supostamente retidos.
A PF fala de indícios de que a propina era paga muitas vezes disfarçada de doações eleitorais para Cid Gomes e os irmãos Ciro Gomes e Lúcio Gomes.
Além disso, dois advogados que ocuparam o cargo de Procurador-Geral do Estado do Ceará também foram alvos da operação. Eles são suspeitos de atuar no processo licitatório e promover uma blindagem aos políticos.
A apuração da PF contou com delações premiada de executivos da Galvão Engenharia.
Os pagamentos de propina, diz a PF, eram feitos em espécie tanto em um escritório de advocacia quanto na residência de um dos advogados investigados.
No seu Twitter, Ciro disse que a ação da PF foi política, alegando que Bolsonaro buscou atacar sua pré-candidatura a presidência em 2022. "Não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade". Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT, deram seu apoio a Ciro Gomes em suas redes sociais.
Esse tuite de Ciro mostra como o presidenciável, um árduo defensor dos interesses da elite econômica do país contra a classe trabalhadora, parece ter sido "iluminado" com uma "sabedoria inigualável" após ter se tornado alvo de investigações. A verdade é que para Ciro o Brasil só é antidemocrático quando ele é o alvo de investigações, enquanto que na realidade o Brasil nunca foi um país democrático para a classe trabalhadora, as mulheres, negrxs, LGBT’s e demais setores oprimidos, que são a esmagadora maioria da população.
Pode te interessar: 5 vezes que Ciro deixou claro que não é uma alternativa para os trabalhadores
Ciro sempre defendeu os ataques contra esses setores explorados e oprimidos, apoiando a draconiana reforma da previdência junto com Bolsonaro, teve como vice em 2018 a latifundiária e reacionária Kátia Abreu, e hoje defende abertamente o golpe de 2016, golpe que vem sendo responsável pelo desemprego, precarização e miséria da classe trabalhadora brasileira. Além disso, o partido de Ciro, o PDT, é um partido burguês que vem apoiando uma série de ataques contra a classe trabalhadora, como a Reforma Trabalhista, da Previdência, a PEC dos Precatórios, entre outros ataques.
Veja também:Em socorro ao governo Bolsonaro, 14 deputados do PDT e PSB mantém voto a favor da PEC dos Precatórios
Ao mesmo tempo, não podemos ter nenhum centímetro de ilusões com a Polícia Federal, que nunca atuou para acabar com a corrupção, como ficou claro com a operação Lava-jato, mas sim para garantir os interesses da burguesia e de consolidar o regime do golpe, garantindo a aprovação dos ataques mais deploráveis contra a classe trabalhadora, levando figuras como o vampiro neoliberal Michel Temer e o genocida e fascista Bolsonaro ao poder.
A PF também vem sendo utilizada para perseguir opositores ao governo Bolsonaro, acionando diversas vezes a arbitrária Lei de Segurança Nacional, um resquício da ditadura militar, contra esses opositores, assim como para blindar e favorecer interesses da família Bolsonaro.
|