Na manhã de hoje (segunda-feira, 15 de fevereiro), o Esquerda Diário esteve na porta da Mecano Fabril, importante autopeças de Osasco (SP) para prestar solidariedade aos operários e operárias desta empresa que estão há 11 dias de greve exigindo o pagamento dos salários atrasados desde dezembro do ano passado. São três meses de salários atrasados!

Sindicato e trabalhadores realizaram uma assembléia dentro da fábrica, mas, como na semana passada (11 de fevereiro), a patronal não deu as caras. Os trabalhadores votaram pela continuidade da greve e amanhã, às sete horas da manhã, vão realizar outra assembléia na fábrica para exigir que o patrão caloteiro dê as caras e pague o que deve porque quem trabalha de graça é relógio e salário é um direito constitucional.

A Mecano, que nos últimos anos lucrou milhões vendendo peças para montadoras como Fiat, Ford e Volkswagen, segundo o patrão, devido à crise econômica mundial e à crise no setor automobilístico em particular, chegou ao ponto de não ter dinheiro para comprar matéria-prima e pagar os salários dos trabalhadores, uma situação, conforme a empresa, insustentável. Isto é o que o patrão fala, mas ele não abre seus livros de contabilidade e mostra o quanto ganhou ou deixou de ganhar.

Não acreditamos em exploradores, não podemos aceitar conversa fiada e desculpa esfarrapada. Atrasar salário é crime! Trabalhou, tem que receber! O patrão que se vire! Os trabalhadores da Mecano devem exigir o pagamento imediato de todos os salários atrasados, a manutenção dos empregos, fim dos atrasos e o não fechamento da fábrica.

E se o patrão não aparece para dialogar mesmo com a produção parada há 11 dias, então o sindicato e a peaozada devem radicalizar ainda mais esta greve com atos no centro de Osasco, corte de avenida, assembléia no chão de fábrica, denuncias no Ministério do Trabalho, etc, medidas para fortalecer a greve, garantir o pagamento dos salários atrasados e impedir que siga este cenário de calotes e chantagem.

Nós do MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores), que impulsionamos o Esquerda Diário e levamos a edição imprenssa do jornal à diversas fábricas, dentre elas a Mecano Fabril, estamos prestando solidariedade ativa desde o início do processo de luta contra a fraude patronal na Mecano. Da mesma forma, dedicamos nossas energias à uma campanha contra as 517 demissões anunciadas pela GM de São José dos Campos, que teve lucros bilionários no Brasil e na América Latina e agora quer jogar centenas de famílias na rua.

Pelo pagamento imediato dos salários atrasados!

Nenhuma demissão!

Pela abertura dos livros de contabilidade!

Contra o fechamento de fábricas!

Que os capitalistas paguem pela crise!