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Traição das centrais
Centrais sindicais querem cancelar atos do dia 15. Basta de trégua! É preciso manter e construir na base
Caio Reis

Com o país afundando no desemprego, na precarização, na fome e na miséria promovidas por Bolsonaro, a direita e os capitalistas, as centrais sindicais querem cancelar a mobilização que estava indicada para o dia 15 de novembro. Cogitam substituí-la por um eleitoreiro palanque de lideranças, organizado em espaço fechado. É a continuação de uma trégua traidora que vem permitindo que passem sem luta uma série de ataques contra a classe trabalhadora e o povo pobre. É preciso manter a data de mobilização e construí-la com assembleias nos locais de trabalho, além de organizar nacionalmente um plano de lutas da nossa classe.

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Os capitalistas, o governo Bolsonaro e o conjunto da direita e das instituições desse regime herdeiro do golpe de 2016 são responsáveis pela barbárie social, econômica, sanitária e ecológica que atinge o país. São responsáveis pela fome e pela crise que nos empurra a 15 milhões de desempregados e dezenas de milhões em empregos precários.

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Famílias trabalhadoras, muitas despedaçadas pela pandemia e pelo negacionismo de Bolsonaro e dos governadores, se veem lutando para sobreviver ao avanço da miséria e da fome, com a alta nas contas e nos alimentos. Enquanto isso, o reacionário agronegócio exportador torra nossas florestas, nosso planeta, e persegue - com armas de fogo e com o apoio de legislativo e judiciário - os povos indígenas e os sem-terra. Motivos não faltam para justificar a necessidade de organizar trabalhadores, jovens, e os setores oprimidos que mais vem sentindo o peso da crise para enfrentar Bolsonaro e esse projeto de miséria capitalista na luta de classes.

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Não é o que pensam as centrais sindicais como a CUT, dirigida pelo PT de Lula, que em uma traição aberta, junto com a pelega Força Sindical, agora defendem desconvocar as manifestações que estavam indicadas para o dia 15 de novembro. No lugar dos atos de rua, querem organizar um grande comício de lideranças, em local fechado e com objetivos claramente eleitorais. Chamamos as organizações da esquerda socialista a repudiar fortemente essa decisão e defender que as centrais mantenham as manifestações do dia 15 e as construam nas bases através de assembleias democráticas.

As organizações de trabalhadores, como sindicatos, centrais e partidos da esquerda socialista precisam erguer uma política alternativa, e levantando uma resposta operária e popular para a crise, com um programa emergencial para enfrentar a fome, por empregos com direitos para todos e pelo reajuste salarial mensal igual à inflação.

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Como expressamos em nosso Editorial do MRT, “bastaria expropriar meia dúzia de grandes empresas do agronegócio para acabar estruturalmente com o problema da fome no Brasil, mas mesmo aqueles que se dizem contra a fome, como o PT, o que apresentam como alternativa é votar em Lula em 2022”. Mas o próprio Lula, como foi debatido ontem no programa O Brasil não é para amadores, é um defensor do agronegócio e de seus lucros, dando imensos recursos, subsídios e governando ao lado desse setor ultrareacionário da burguesia brasileira, hoje uma base bolsonarista.

É urgente que todos os setores que se colocam à esquerda do PT e das direções burocráticas do movimento operário, estudantil e dos movimentos sociais, unifiquem forças na luta de classes, cercando de solidariedade, unindo e coordenando cada processo de luta em curso, como a dos servidores estaduais e municipais de São Paulo e dos agentes escolares, que se enfrentam com os ataques de Dória e Nunes.

É preciso exigir das centrais que rompam com sua paralisia e que convoquem um plano de luta nacional que unifique a classe trabalhadora empregada e desempregada, bem como as massas oprimidas e os povos indígenas. Os parlamentares de esquerda, como os do PSOL, deveriam colocar seus mandatos a serviço dessas batalhas. Nós do MRT fazemos também um chamado à CSP-Conlutas, que construímos, e aos companheiros do Polo Socialista e Revolucionário, a batalharmos conjuntamente por essa perspectiva, para que possa surgir uma alternativa operária e popular que dê resposta para a crise.

Confira: Editorial MRT: É urgente um plano de luta contra a fome o desemprego!

 
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