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Ensino Superior
Das 69 universidades federais, 10 têm previsão de volta presencial em 2022 segundo levantamento
Júlio Dandão

Levantamento feito pelo UOL indica que das 69 universidades federais do país, 10 delas anunciam que preveem a volta de aulas presenciais em 2022 e 25 delas não têm previsão para a volta presencial. As outras 34 ou não responderam ao levantamento ou não foram consultadas. Veja lista ao final.

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Desde o início da pandemia, as universidades federais mantêm as aulas sob ensino remoto. Apenas algumas atividades práticas, em especial nos cursos da saúde, se mantiveram em caráter presencial. Agora, com a vacinação acelerando, as médias de casos diminuindo e boa parte das atividades econômicas voltando presencialmente, muitas universidades discutem a volta presencial.

Além das questões sanitárias, também pesa na decisão das reitorias a enorme crise financeira que hoje atravessa a situação da educação pública. A diminuição gradativa dos repasses da União para as federais vem colocando em xeque a volta presencial iguais ao período pré-pandêmico.

Desde 2012, durante o governo Dilma, a bem dizer, os investimentos nas universidades federais vem diminuindo. Com o golpe em 2016, o Teto de Gastos foi aprovado e agravou a situação, chegando no governo Bolsonaro com ameaças reais de fechamento de portas de algumas universidades ou cursos. Veja gráfico das verbas de investimento ao longo da última década aqui. A crise da universidade ameaça empregos, pesquisas, permanência e, sobretudo, o sonho de milhares de jovens.

Diante desse cenário escabroso para a educação superior no país, muitas reitorias estão indicando a dificuldade do retorno presencial por conta da falta de verbas. A UFRJ, por exemplo, informou que a falta de verbas não ajuda no retorno presencial em 2021. Se depender de Bolsonaro e sua trupe olavista, as universidades podem se afundar na falta de verbas que está tudo bem. Afinal, a produção de conhecimento crítico e ciência, para essa patota, é puro gasto e balbúrdia.

Ao cabo dessa matéria nós apresentamos a lista feita pelo levantamento do UOL, que pode ser lido aqui (apesar de não estar tão organizado quanto a nossa matéria). Importante notar que na matéria deles, não fica claro quais são as 25 que não apresentaram previsão ainda, por isso não listamos todas aqui.

Cabe a nota de que as decisões estão sendo feitas de maneira antidemocrática pelas reitorias, em especial as que sofreram intervenções bolsonaristas nos últimos anos. Na UFRGS, por exemplo, o interventor Bulhões, de nome mal-apanhado e escolhido a dedo por Bolsonaro para descarregar a crise nas costas dos estudantes, vem decidindo tudo à revelia da comunidade. Bulhões e tantos outros gestores administram a crise com menos gastos de luz, manutenção, cortando bolsas de permanência e pesquisa e decidindo tudo a portas fechadas. O jumento que hoje preside o MEC já deu infinitas amostras de sua disposição em deixar as universidades à míngua, ou diretamente destrui-las (afinal, a "universidade deve ser para poucos").

Por isso a necessidade de haver assembleias de base massivas nas universidades a fim que os estudantes, junto dos servidores, professores e terceirizados, possam decidir como e quando retornar presencialmente. São esses que movem as universidades, são esses que devem decidir. Essa força pode ser canalizada para resistir aos cortes feitos pelo governo e lutar por uma universidade a serviço da maioria da população, controlada democraticamente pela comunidade universitária.

As universidades que apresentaram previsão de volta presencial em 2022 são:

  •  UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
  •  UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
  •  UFC - Universidade Federal do Ceará (CE)
  •  UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco (PE)
  •  UFERSA - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (RN)
  •  UFAM - Universidade Federal do Amazonas (AM)
  •  UFT - Universidade Federal de Tocantins (TO)
  •  UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá (MG)
  •  UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (RJ)
  •  UNIPAMPA - Universidade Federal do Pampa (RS)

    As universidades que, segundo o UOL, não têm previsão de retorno em 2022:

  •  Unifesp - Universidade Federal de São Paulo (SP)
  •  UFBA - Universidade Federal da Bahia (BA)
  •  UFSCar - Universidade Federal de São Carlos (SP)
  •  UNB - Universidade Federal de Brasília (DF)
  •  UFG - Universidade Federal de Goiás (GO)
  •  UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  •  UFSB - Universidade Federal do Sul da Bahia (BA)
  •  UFPR - Universidade Federal do Paraná (PR)
- UFR - Universidade Federal de Rondonópolis (MT)
  •  UFPA - Universidade Federal do Pará (PA)
  •  UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul (SC)
  •  UFTM - Universidade Federal do Triângulo Mineiro (MG)
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