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GEOPOLÍTICA, CORRUPÇÃO E FORÇAS ARMADAS
Compra de Caças Suecos será investigada
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EFE/Esquerda Diário

O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta quinta-feira que abriu uma investigação para determinar se houve irregularidades na compra de 36 caças de combate da fabricante sueca Saab pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Os procuradores pretendem investigar, entre outros aspectos, o motivo do aumento no valor do contrato, assinado em outubro de 2014 entre a empresa sueca Saab e o governo brasileiro, em relação ao que foi inicialmente pactuado entre as partes, disseram à Agência Efe fontes do MPF.

Através de um comunicado, a FAB informou que, até o momento, não foi notificada oficialmente da investigação, mas transmitiu sua disposição "para atender a todas as solicitações das autoridades competentes".

A FAB negou qualquer tipo de irregularidade na compra dos 36 caças modelo Gripen-NG, mas reconheceu que no contrato final assinado no final de 2014 houve um aumento sobre a oferta inicial realizada em 2009 devido a solicitações de mudanças nos aviões.

A oferta de compra foi de US$ 4,5 bilhões, mas o contrato assinado no final de 2014 em coroas suecas aumentou até o equivalente a US$ 5,4 bilhões, que ainda não foram pagos, detalhou a FAB.

No entanto, devido à oscilação cambial, o valor do contrato assinado em 2014 hoje equivale de novo a US$ 4,55 bilhões.

O governo brasileiro anunciou em 2013 que escolheu os caças da Saab na licitação aberta para adquirir 36 aviões de combate de última geração Y para substituir seus Mirage 2000 de fabricação francesa, cuja vida útil já terminou.

Os aviões suecos concorriam com os Rafale da empresa francesa Dassault e com os FA-118 Super Hornet da americana Boeing em uma licitação lançada em 2001 e adiada várias vezes.

As negociações para a troca dos caças arrastaram-se de 1995 até 2014, passando pelos governos FHC, Lula e Dilma, tendo diversas implicações econômicas e políticas. Em 2009, no governo Lula, em um momento em que o Brasil ensaiava uma participação mais independente nas relações internacionais, intervindo no conflito político de Honduras, por exemplo, chegou a ser anunciada a escolha pelos caças franceses. Naquele momento, os EUA viviam o auge da crise econômica, e perdiam posições importantes internacionalmente, inclusive na América Latina. No entanto, o Brasil retrocedeu com a França, por razões possivelmente econômicas e devido a lobby americano e dentro das forças armadas.

Em 2013, as relações do Brasil com os EUA ficaram estremecidas devido ao caso de espionagem revelado por Edward Snowden, o que teria inviabilizado a escolha pela Boeing.

Agora, a investigação é aberta num momento em que o Brasil enfrenta crise econômica e política, aprovando medidas de austeridade por um lado, e com escândalos de corrupção por outro, e ao mesmo tempo com os EUA retomando uma atuação imperialista mais agressiva na América Latina.

 
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