O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), cancelou todas as sessões plenárias que seriam realizadas pelos próximos dois dias, além de todas as sessões de comissões que seriam realizadas esta semana. A decisão de Pacheco vem sendo vista como um reação às ameaças diretas feitas por Bolsonaro ao Congresso e Judiciário nos atos de 7 de setembro.
O comunicado da decisão foi enviado aos parlamentares por mensagem na noite de ontem e confirmada pela assessoria da Presidência do Senado. Com isso, portanto, não haverá a audiência com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prevista para hoje na Comissão de Acompanhamento da Covid-19 no Senado.
A decisão de Pacheco vem sendo vista como um reação às ameaças diretas feitas por Bolsonaro ao Congresso e Judiciário nos atos de ontem (terça-feira, 7 de setembro). Supostamente, segundo interlocutores do presidente do Senado, Pacheco acha que não há clima para votações e nem garantia de segurança a senadores e servidores.
Pacheco e o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), foram "convocados" por vários representantes de associações e políticos a reagirem à altura ao discurso de Bolsonaro, que, entre outros pontos, desafiou o Supremo Tribunal Federal e disse que não cumprirá decisões do ministro Alexandre de Moraes. Os membros da Suprema Corte se reuniram na noite de ontem e informaram que o presidente do STF, Luiz Fux, demonstrará o posicionamento do grupo hoje.
A decisão de cancelar as sessões pode prejudicar ainda mais os interesses do Governo. No Senado, há projetos relevantes de Bolsonaro à espera de análise, que se derrotados podem aumentar ainda mais a debilidade da relação de Bolsonaro com alguns senadores que poderiam dar uma maior sustentação ao presidente.
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