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Atos 7 de Setembro
Unificar indígenas e trabalhadores nas ruas contra o golpismo bolsonarista

A classe trabalhadora e os setores oprimidos estão enfrentando duros ataques, enquanto são espremidos pelas disputas de projetos autoritários dos atores do regime político. Mas indígenas e lutas iniciais da classe trabalhadora podem apontar um caminho, com o fortalecimento de uma ampla unidade nas ruas contra Bolsonaro, Mourão, STF e os ataques.

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Foto: Dalton Yatabe (Chun)

A classe trabalhadora e os setores oprimidos estão enfrentando duros ataques, enquanto são espremidos pelas disputas de projetos autoritários dos atores do regime político. Ao mesmo tempo que busca se aproximar ainda mais do Centrão com Ciro Nogueira (PP) na Casa Civil, Bolsonaro lustra suas armas junto a seus seguidores provocando os trabalhadores e o povo pobre e o rebaixamento do nível de vida devido a fome e desemprego desenfreados, ao dizer: "Tem que todo mundo comprar fuzil. Povo armado jamais será escravizado. Sei que custa caro. Tem idiota, ’ah, tem que comprar feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar". Para isso, conta com o apoio das Forças Armadas e da polícia, colocou a ofensiva pauta do voto impresso, busca coesão na sua base, e o bolsonarismo mira suas manifestações no dia 7 de Setembro.

Enquanto isso, o STF e o Judiciário promovem ações contra o bolsonarismo para se apresentar como “protetores da democracia”, como a prisão de Roberto Jefferson, do presidente do PTB, ambos árduos defensores da política armamentista de Bolsonaro. Mas a realidade é que é esse mesmo Judiciário que manda prender Paulo Galo, liderança de entregadores de São Paulo, e Antônio Macapá, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. E é esse mesmo STF que colocou em pauta a votação contra a Terra Indígena Ibirama-Laklaño, em Santa Catarina, fazendo coro com o governador desse estado, um representante da extrema-direita, Carlos Moisés, do PSL, e abrindo a porteira para os grandes pecuaristas e empresários do agronegócio tomarem todas as terras dos povos originários com o Marco Temporal.

Eles disputam entre si, mas estão unificados em atacar os povos originários, os trabalhadores e o povo pobre. Vemos isso com a aprovação da privatização dos Correios, a privatização da Eletrobras, a “mini” reforma trabalhista. Para tudo isso, assim como para o avanço do Marco Temporal, Bolsonaro se aliou com Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, e vai se aliar com quem for preciso entre seus supostos opositores para nos atacar, porque o interesse central dos representantes políticos da burguesia é descarregar a crise em nossas costas, para que não sejam os empresários a pagar pela crise que eles mesmos criaram.

E os indígenas acampados na última semana em Brasília apontaram o caminho para enfrentar Bolsonaro, Mourão, STF e os ataques. Os povos originários, enfrentando um brutal bloqueio midiático da mobilização histórica contra o Marco Temporal, é exemplo de luta, que inclusive é marca mesmo antes de 1500, para o conjunto da necessária luta contra os nossos inimigos. É nessa disposição, assim como a de lutas iniciais em curso da classe trabalhadora, como a greve dos trabalhadores da construção civil da MRV de Campinas, que arrancou a PLR; a greve dos trabalhadores da CPTM que enfrentou as demissões impostas por Doria; os terceirizados em Araguari em MG que bloquearam rodovias com barricadas, fazendo a maior parte das empresas ceder às demandas dos trabalhadores; os rodoviários da Carris em Porto Alegre que adiaram a privatização da empresa com uma forte paralisação na última segunda; e outros processos moleculares de luta Brasil afora.

Veja também: A luta dos indígenas mostra o caminho para enfrentar a extrema direita e os ataques

Se querem intimidar o movimento operário e popular com discursos golpistas, nós devemos responder unificando nossas forças nas ruas e a partir dos locais de trabalho e estudo. É a única forma de fazer a extrema direita recuar e de barrar os ataques em curso. E para isso, precisamos exigir que as grandes centrais sindicais, como a CUT e a CTB, dirigidas pelo PT e pelo PCdoB, e às direções dos movimentos sociais, uma fortíssima convocação das manifestações em cada local de estudo e trabalho, com construção de assembleias com direito à voz e voto. Essa exigência é extremamente necessária diante da política do PT, que durante toda a caravana de Lula pelo nordeste, nem abriu a boca sobre o Acampamento Indígena. Fez isso enquanto se reunia com oligarquias regionais donas de terras e inimigas de indígenas, como é no Rio Grande do Norte, único estado em que não há nenhum centímetro de terra demarcada e que tem um importante contingente de população indígena. Lula e o PT nem mesmo mencionaram a forte luta dos indígenas porque seus interesses estão em se reunir com as oligarquias e figuras de direita que são contra os setores oprimidos, como Pastor Sargento Isidório, inimigo das LGBTQIA+ na Bahia. Basta de estratégia eleitoral que custam nosso futuro e abrem ainda mais espaço para a direita e para a extrema-direita. Por isso, fazemos um chamado às organizações de esquerda, como PSOL e PSTU, que encampem também essa exigência às centrais sindicais e à UNE, porque podem dar exemplo a partir dos sindicatos e entidades estudantis que dirigem, em vez de saudar a caravana de Lula pelo nordeste costurando alianças com o Centrão e até mesmo com a base de Bolsonaro. No dia 7 de Setembro, ocupar as ruas na mais ampla unidade entre trabalhadores, indígenas, todos os setores oprimidos e a esquerda, contra Bolsonaro, Mourão, STF e os ataques!

Veja também: 7 de setembro: enfrentar Bolsonaro, os ataques e a medida ditatorial de Doria nas ruas

 
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