Os secundaristas de São Paulo deram uma verdadeira aula de luta quando ocuparam as escolas e gritaram que não aceitariam a Reorganização do governador Geraldo Alckmin, quando afirmaram que os oportunistas da UBES não lhes representam e também quando bravamente enfrentaram o gás, bombas e toda a violência da mesma polícia que chacina a juventude negra nas favelas e periferias. Esse levante fez brilhar os olhos da juventude no país inteiro e até em Goiás se viu muitos secundas de luta, contra a privatização e militarização das escolas. Esse aprendizado apaixona justamente por sua tremenda audácia em “ir por mais”.

As fotos e vídeos da luta dos secundas mostram um protagonismo de muitas jovens mulheres, negras e negros e LGBTs. Era comum ouvir a frase “Lute como uma menina”, que afronta o machismo que parte de ideias conservadoras para mentir que as mulheres são inferiores. Também ouvimos muito nas ocupações a palavra de ordem “As bi, as gay, as trava e sapatão, tá tudo organizada contra a reorganização”, mostrando que o combate à nossa opressão cotidiana ganha mais sentido quando miramos o alvo das opressões sociais. No Acampamento vamos assistir a um filme e fazer uma roda de conversa sobre as opressões, com a presença da militante travesti Virgínia Guitzel.

O grito de guerra dos secundas expressa a profundidade dessa geração de jovens que não tem a perder mais do que a próprias amarras. “O Estado veio quente, nós já tá fervendo” não foi só um grito de alerta para Alckmin, foi também um aviso, “em alto e bom som”, para todos os governos que estão a cada segundo na TV ou na Internet dizendo ser “nossos representantes”, enquanto estão metidos a cada dia em mais uma denúncia de corrupção, decretam mais um corte na Educação, no Transporte, na Saúde... Enxergamos como esses governantes são verdadeiros serviçais dos empresários e fazendeiros assassinos de indígenas, aquele 1% bilionário que “rouba legalmente” os 99% trabalhador e pobre da população. Por essas conclusões é que queremos debater no Acampamento sobre o Estado e a Revolução, a partir de uma bibliografia selecionada que fizemos especialmente para isso, que você pode acessar aqui e aqui.

E para construirmos uma escola de qualidade, uma universidade que não sirva apenas para 1/5 de cada jovem, para termos um transporte de qualidade e lutarmos para que os próprios trabalhadores possam ter voz sobre tudo o que eles mesmos constroem cotidianamente, para combater capitalismo, opressor e explorador, precisamos derrotar esses parasitas e buscar compreender como funciona esse sistema podre para destruí-lo.

Para compartilhar experiências apaixonantes e discutir profundamente como avançamos é que faremos em Campinas o Acampamento de Secundaristas Anticapitalista. Te esperamos lá!!