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MAIS DESEMPREGO
CBIC prevê queda de empregos na construção civil
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A construção civil poderá perder mais empregos em 2016 do que os cortes registrados no ano passado, afirmou o presidente da organização patronal Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins.

De acordo com o executivo, as obras públicas que estão em andamento, incluindo o segmento mais popular do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), devem acabar antes do final de 2016. "Não tem obra começando, só acabando. E terminou a obra, dispensa o trabalhador", afirmou o presidente da CBIC. A construção civil bate recordes em termos de trabalho precário, temporário, terceirizado e com altos índices de acidentes. São operários afetados pela alta rotatividade e jogados constantemente ao desemprego.

Do ponto de vista do empresário, para evitar esse cenário, é necessária a "redução do tamanho do Estado" e não se pode mais aplicar reduções de investimento.

Ele explicou que o ano de 2015 foi marcado pela falta de recursos públicos, levando a atraso em pagamentos do governo para empresas, e pelo esvaziamento da caderneta de poupança, limitando os recursos para empréstimos. Este ano, por sua vez, poderá registrar a falta de reposição de obras. "Não tem perspectiva de obra nova de infraestrutura ou da faixa 1 do Minha Casa. Precisa começar um novo ciclo, caso contrário, não tem como segurar o emprego", conclui em tom de chantagem.

A construção civil perdeu 416.959 vagas no ano passado e foi o segmento com segundo maior número de cortes, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado foi melhor do que o projetado pela CBIC, de 450 mil. "No ritmo que vínhamos, a expectativa era pior, mas percebemos que não tinha mais onde cortar", disse o presidente da CBIC.

O executivo pede medidas estruturais na economia e discute com desconfiança possíveis estímulos do governo. "Se forem aplicadas medidas estruturais na economia, o emprego pode estabilizar ou, pelo menos, não cair. Mas se não diminui o tamanho do Estado ou continuar cortando investimento, vai para o buraco", afirmou Martins. "A diminuição da máquina pública abre espaço para queda de juros, porque reduz o risco. Com isso, cai o custo de investimento", acrescentou.

Sobre o impasse político, Martins disse entender que o governo não tem atualmente "muita representação no Congresso", o que seria necessário para aplicar medidas de ajuste. "Ou ele recupera a força no Congresso ou a sociedade se organiza para que isso aconteça", disse o presidente da CBIC.

José Carlos Martins voltou a ressaltar que a principal reivindicação do setor é o pagamento de quase R$ 7 bilhões em atrasos das obras públicas, o que já seria suficiente para dar fôlego às construtoras. O governo estuda medidas para estimular a construção, que responde rápido aos incentivos, como forma de reanimar a economia. A nova estratégia foi batizada no Palácio do Planalto de "novo PAC".

Já sobre a chegada da terceira fase do MCMV, o executivo disse que ainda não há grandes expectativas de contratação de imóveis na faixa 1 do programa, que oferece subsídio estatal para os compradores das unidades. Enquanto isso, por mais que os outros segmentos, como a faixa 2 e 3, continuem a crescer, eles "não compensam a queda do mercado em geral". Essas faixas têm pouco subsídio do governo e, como incentivo para famílias de baixa renda, oferecem financiamentos com juros menores que os praticados no mercado.

Em outras palavras, o patrão pede ajustes que afetem os trabalhadores, com cortes em direitos sociais já parcos, como saúde, educação, moradia e transporte, e ataques nas estatais e servidores púbicos (ou, no discurso neoliberal capenga, “enxugar a máquina pública”), mas com investimentos nos programas sociais que beneficiam somente aos empresários, como Minha Casa Minha Vida, feito para aquecer o mercado imobiliário, setor que, como ele mesmo afirma, não garante sequer os empregos aos trabalhadores, e dá a entender que a possibilidade do impeachment seria uma saída, caso o governo e a oposição não sejam capazes se unificar em torno dessa pauta.

Mais uma vez, a conclusão é que de um jeito ou de outro, os trabalhadores pagam tanto pela crise quanto pela corrupção, seja pelos ajustes e ataques, seja pelo desemprego. É preciso dar um basta a esta realidade, e, através da mobilização dos trabalhadores.

Agencia Estado/Esquerda Diário

 
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