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Atos 24 de julho
Fora PSDB e a direita golpista do 24J
Tatiane Lopes

Se aproxima o 24J e é preciso fortalecer a construção desse ato nas bases da juventude e dos trabalhadores, ao contrário da conivência e até mesmo apoio que toda a esquerda tem dado à presença da direita golpista nos atos.

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Imagem: Reprodução

Nos atos do dia 3 de julho o PSDB, cinicamente, já deu as caras em São Paulo. Uma provocativa demonstração de como a direita golpista, assim como foi com a entrada de MBL e companhia no super pedido de impeachment, está decidida a embarcar no movimento pelo Fora Bolsonaro com interesses próprios que são contrários aos dos trabalhadores, jovens e setores mais oprimidos.

Relembrar é preciso. O mesmo PSDB que hoje quer estar nos atos, mesmo após o governo Bolsonaro, literalmente dava risada (Bruno Covas) na cara de professores que estavam sangrando com os tiros de bala de borracha em uma manifestação contra o Sampaprev – a reforma da previdência do município de São Paulo. É o mesmo partido que esteve à frente em incontáveis políticas de destruição da educação e da saúde públicas. É o partido que está há anos à frente de privatizações, que demitem trabalhadores, que sucateiam todos os tipos de serviços públicos para depois vir com a lenda do “milagre da iniciativa privada”.

Dória em seu período na prefeitura, quis alimentar as crianças na escola com “ração humana”, uma farinata. Tentou aprovar a reforma da previdência dos servidores municipais e não conseguiu na primeira tentativa. Foi Bruno Covas, já quando Dória saiu da prefeitura para concorrer ao cargo de Governador, que aprovou esse duro ataque aos professores e servidores municipais em 2018. Também foi ele que às vésperas do natal de 2019 demitiu em massa trabalhadoras terceirizadas da escolas, diminuindo para menos da metade o quadro de trabalhadoras e aumentando ainda mais a carga de trabalho.

Aliás, Bolso-Dória - como esquecer? - é uma das figuras que ilustra mais claramente o cinismo oportunista dos golpistas, que foram determinantes para eleger Bolsonaro, protagonizando o golpe institucional com STF, mídia e Congresso e que agora, preocupados em ter alguma localização nas eleições de 2022 inventaram a tal “terceira via” que no quesito agenda econômica em nada se distingue do entreguismo sacal de Bolsona-Mourão e Guedes. Nada mais coerente se tratando dessa direita tradicional, já que todo o esforço do golpe foi justamente para aprofundar os ataques contra os trabalhadores que o PT tentou, mas não conseguiu implantar até o final.

E é assim, com um verniz de “oposição moral” ao bolsonarismo, que essa direita, bastante fragilizada pela polarização PT-Bolsonaro nas duas últimas eleições, busca seu novo lugar ao sol, querendo tomar para si parte da base arrependida da ultra direita. Se tratando de tucanos e sua corja de entreguistas não era de se esperar outra coisa senão oportunismo barato, mas o que dizer do PT e até mesmo dos partidos que se colocam à sua esquerda e apoiam unidade com essa gente?

As direções sindicais do movimento, CUT (dirigida pelo PT), CTB (PCdoB), assim como a UNE (UJS, Levante, JTPT) circulam orgulhosas chamados de um "bloco democrático" para o 24J onde estão incluídos PSB, PSDB e até Cidadania..., partidos burgueses, golpistas e que atuam na prática política cotidiana contra todos os interesses dos trabalhadores e oprimidos. Mais que uma armadilha que desperdiça a energia de cada trabalhador e jovem que decidiu ir pra rua para enfrentar Bolsonaro, essa política é uma traição, porque as direções sabem que a burguesia nunca dá ponto sem nó, ou são ingênuos a ponto de não ver como o PSDB sai mais forte se localizando contra Bolsonaro nesse momento pelo nível de desgaste que se encontra o governo?

No debate sobre qual tática é necessária para enfrentar a extrema direita defendemos, contra o confucionismo teórico que conscientemente fazem as correntes da esquerda, não só as estalinistas como UP e PCB, que já era de se esperar, mas até mesmo que se reivindicam trotskistas, como a Resistência, que é necessário impor com urgência uma frente única operária, com os métodos tradicionais da luta de classes. Mas isso, muito diferente de marchar ao lado de tucanos em atos pacíficos aos sábados, significa impor a partir das bases, exigindo e denunciando a burocracia sindical e estudantil nos locais de trabalho e estudo, um plano de luta efetivo rumo à greve geral tão necessária, coisa que infelizmente, apesar de insistentes chamados à conformação de comitês pela greve geral como exemplo de auto organização que viemos fazendo à esses setores da esquerda, não aconteceram.

Entenda mais com a coluna de Diana Assunção: Unidade de ação com a direita?

No caminho da luta contra Bolsonaro e Mourão é preciso analisar e ter clareza de como todo o regime e suas instituições são tão inimigos da nossa luta quanto a ultra direita que hoje dá sua cara à democracia degradada brasileira. A amplitude da nossa luta não tem a ver com dissolver qualquer limite de alianças com a direita, mas sim com colocar de pé a única aliança potente, em primeiro lugar a unificação da classe trabalhadora, hoje fragmentada em categorias, entre efetivos e terceirizados, em diferentes ramos, por estados. Essa classe precisa estar unificada como uma força única, entrando em cena de forma auto-organizada e com uma aliança explosiva com a juventude, as mulheres, os negros, indígenas e LGBT´s e isso naturalmente vai se enfrentar com com PSDB e companhia, que se aterrorizam com a força dos trabalhadores quando lutam de forma independente.

 
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