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CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Caixa Seguros sob a mira da privatização
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Nesta quarta-feira, o governo Dilma, por meio de seu porta-voz, o ministro da Fazenda Joaquim Levy, quebrou o silêncio em relação aos planos de ajuste para a Caixa Econômica Federal e anunciou que o governo decidiu abrir o capital de sua cota correspondente da Caixa Seguros, empresa subsidiária do banco público. Atualmente, a Caixa, empresa pública, possui 48,21% do capital da seguradora. Da cota restante, 1,04% está em mãos de sócios minoritários e 50,75% nas mãos da empresa francesa CNP Assurances.

Para responder aos anseios das grandes corporações por mais ajustes, o governo avança na privatização da Caixa por um caminho que hoje oferece menor resistência. No entanto, desde muito antes, no cotidiano das agências, os trabalhadores já sentem os efeitos de uma relação quase promíscua entre a seguradora privada e o banco público. O banco público entra com a infraestrutura e os funcionários que são pressionados e assediados para cumprir as metas de vendas dos produtos da seguradora e esta, por sua vez, fica com os lucros das vendas.

Conversamos com os bancários, Thais e Edison, representantes sindicais de base das agências Sé e Sete de Abril para saber como estão vendo esta decisão do governo:

ED: Como vocês estão vendo essa decisão do governo em vender a parte dele da Caixa Seguros?

Hoje já é um problema sério nas agências toda a pressão em cima dos funcionários para vender seguros, capitalização, etc. A gente vê também muito funcionário fazendo venda casada pra bater meta, vê muita gente sendo cobrada diariamente dos resultados e trabalhando no limite. Se isso já acontece com a seguradora sendo uma parte da Caixa Econômica pode piorar ainda mais quando for totalmente privatizada. É só um começo para, se a coisa apertar, o governo vir pra cima tentando privatizar a própria Caixa.

ED: E como tem sido a reação dos funcionários?

Quando começou a circular aquela primeira noticia do Valor Econômico, muita gente que estava bem preocupada com a privatização e pronta pra reagir caso viesse o ataque, começou a baixar um pouco a guarda, achando que a Dilma tinha recuado em relação a esse plano de privatização. Mas a gente acha que as pessoas já começam a se dar conta de quanto a vida ainda pode piorar nas agências com essa privatização da Caixa Seguros.

ED: E como o sindicato tem atuado nessa situação?

Bom, a gente sabe que eles são aliados do governo. Enquanto não havia ainda confirmação oficial sobre essa decisão, eles estavam fazendo campanha em defesa da Caixa 100% pública, porém sem muitos esforços para que os bancários em seus locais de trabalho pudessem realmente tomar essa luta. Agora com essa notícia, eles já parecem estar “cantando vitória”, e minimizando que a privatização do restante da Caixa Seguros já é um passo fundamental rumo à privatização e à piora das condições de trabalho.

ED: E quais são as perspectivas?

Em São Paulo temos um comitê de base cuja próxima reunião acontece nesta quinta-feira, dia 9, um espaço aberto para que os bancários tomem mais parte nesta luta. Mas em vários lugares do país vemos que existem alguns sindicatos de oposição que também tem uma postura mais crítica e coerente.

Por isso nós fazemos parte do Movimento Nossa Classe, em discussão com a frente Avante Bancários e achamos que é fundamental abrir os olhos e preparar a categoria para uma grande luta, ainda mais diante da aprovação do PL 4330 e de um governo que não hesita em queimar a sua base social pra agradar os mercados e os grandes capitalistas.

 
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