Foto: MÍDIA NINJA/REPRODUÇÃO APIB
Indígenas que protestavam em frente à Funai em Brasília, nesta quarta-feira pela manhã foram recebidos com bombas de efeito moral e gás de pimenta da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).
Alguns grupos chegaram à Brasília a fim de uma reunião com o presidente da entidade e também pressionar pela derrubada de projetos de lei que ameaçam mudar regras relativas à demarcação de terras indígenas. As reinvindicações também exigem a expulsão de garimpeiros e invasores de territórios indígenas. O movimento foi nomeado de "Levante pela Terra".
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A PM-DF cinicamente confirmou ao portal CartaCapital que as bombas partiram dos agentes da corporação. “Às 15h15min, cerca de 150 indígenas deslocaram a pé até a FUNAI. O trajeto ocorreu de forma pacífica, no entanto, após chegarem em frente ao Brasil 21, os índios partiram em confronto contra a linha de contenção, inclusive, atirando flechas contra os policiais, sendo necessário o uso de gás para retomada do terreno”.
Depois do fato de terem sido atacados pela PM-DF, os indígenas agora pedem a saída do presidente do órgão, Marcelo Xavier, que é presidente graças à indicação da bancada ruralista no Congresso Nacional.
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Uma das lideranças indígenas Alessandra Korap Munduruku disse revoltada: “Nós deixamos nossos filhos, viajamos três dias para falar com o presidente da Funai, e nos recebem com bomba, com gás de pimenta. E nós não somos protegidos nem com o direito de viver no território” em frente à Funai. “A gente não tem direito de viver no território, mas ele tem o direito de expulsar a gente?”
A debilitação dos órgãos de fiscalização como a Funai, faz parte fundamental de uma escalada de invasões e ameaças por parte de garimpeiros, jagunços e também milicianos, aos indígenas e povos originários. Para o presidente Bolsonaro que já deu declarações dizendo que os indígenas deveriam se “integrar” a sociedade e não viver isolados em suas tribos quando na verdade o que Bolsonaro propõe é a extinção dos povos indígenas, numa continuação do projeto colonialista que matou milhares de índios, agora em sua versão nacional. A decisão de incluir-se ou não na vida social “comum” do país e abandonarem suas aldeias cabe única e exclusivamente aos próprios indígenas. Somente em um estado controlado pelos trabalhadores urbanos e rurais aliado às massas oprimidas pode fornecer as condições pela conservação de terras demarcadas e também pela autodeterminação dos povos originários.
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