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POR UMA PARALIZAÇÃO NACIONAL
E se metroviários, professores e entregadores chamassem um grande dia de paralisação no país?
Lia Costa

Dia 29M foi um primeiro passo em direção ao que podemos construir como uma forte paralisação nacional contra Bolsonaro e esse regime de ataques do golpe institucional. A unidade entre juventude, setores da nossa classe - como metroviários, professores e entregadores - e os movimentos sociais, é a única saída que temos para que sejam os capitalistas que paguem por essa crise que está sendo jogada hoje nas nossas costas.

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O 29M marcou o retorno dos atos de ruas contra o governo em meio a pandemia. Diferente de outras manifestações que aconteceram durante esse período, no último sábado dezenas de milhares foram para ruas por um basta ao governo assassino de Bolsonaro. Nós do Esquerda Diário e do MRT estivemos presentes em diversas cidade pelo país ao lado de outras milhares de pessoas, gritando forte não só pelo Fora Bolsonaro, mas também do General racista Mourão, os reacionários militares e todos que compõem esse regime do golpe institucional, como Congresso, STF e Judiciário, e governadores. E ainda, acreditamos que a unidade e a construção de uma paralisação nacional entre todos os setores é um caminho fundamental a ser seguido, mostrando dessa forma, que somos nós que devemos ditar as regras do jogo já que somos nós, os trabalhadores, a força essencial que move toda a sociedade.

Veja aqui: Os sindicatos precisam chamar uma paralisação nacional para potencializar as ações de rua.

A campanha do #Fique em Casa da Rede Globo, de alas do regime e das centrais sindicais, mostrou o seu limite, uma vez que, enquanto a burocracia sindical se mantém em “quarentena” para não organizar as lutas pelos direitos dos trabalhadores; setores populares e de trabalhadores por outro lado mostraram sua vontade de ir às ruas, forçando as burocracias a se moverem para acompanhar os atos, só que sem construção. Burocracias essas que se encastelam nos nossos sindicatos, desmobilizam categorias e abrem espaço, com suas políticas, para os patrões e governos passarem por cima de nós.

Um exemplo disso foi a CUT e CTB dentro do sindicato dos metroviários - com a ajuda do PSOL, PSTU e UP - que ao invés de seguirem com a forte greve dos metroviários que ocorreu no dia 12 de maio - política levantada pela Chapa 4 Nossa Classe -, a burocracia manobrou para retroceder a greve colocando confiança na justiça golpista e desmobilizando a luta que havia sido posta em curso. Mas agora, com o Metrô impondo uma dura “negociação” que ainda mantém ataques absurdos contra os trabalhadores, a unidade entre os metroviários atropelou a manobra da burocracia, não aceitando que seus direitos sigam sendo rifados enquanto empresários e Doria lucram cada vez mais em cima das nossas das vidas.

Na educação, trabalhadoras e trabalhadores atuam diariamente, de maneira exaustiva, para que os estudantes não fiquem sem o acesso ao ensino, sendo que os próprios governos - federal, estaduais e municipais - não garantiram de maneira ampla e democrática esse acesso; e não garantiram até agora um plano emergencial efetivo de combate à pandemia para que as escolas pudessem reabrir de maneira segura. Este ano, em diversas cidades e estados do país, esses trabalhadores se levantaram contra o retorno presencial inseguro imposto por governadores e prefeitos. O Movimento Nossa Classe Educação, agrupação do MRT, faz uma grande campanha pela construção de Comissões de Higiene e Segurança em cada comunidade escolar, para que sejam estas que decidam quando e como esse retorno deve se dar, exigindo do governo tudo aquilo que é necessário para proteção da vida e a garantia do ensino.

Os entregadores, setor de trabalhadores que vem cada vez mais mostrando a sua força, se ergueram durante a pandemia por melhores condições de trabalho, denunciando a precarização pela qual são submetidos. Esse foi um setor que não parou nem um minuto durante a pandemia, seguindo com o trabalho exaustivo, com baixíssimos ganhos, sem a garantia de EPIs contra a contaminação da Covid. Mas no dia 1º de julho de 2020, construíram uma greve internacional de entregadores de APPs, o #BrequeDosAPPs, mostrando a força que a organização desse setor pode ter. Nós do Esquerda Diário também acompanhamos a greve em diversas cidades do país.

Estes são alguns dos exemplos de setores da nossa classe que mostraram a sua força durante os ataques desse regime golpista e também contra os patrões e os setores privados que lucram com a precarização das nossas vidas. A unidade entre todas e todos trabalhadores pode ser uma força motriz, que junto com a juventude e setores populares, poderiam colocar em curso uma engrenagem de transformações profundas na vida de grande parte da população. Não podemos seguir aceitando as mortes diárias por Covid e outras tantas doenças; a fome; o desemprego; as privatizações que destroem serviços que são essenciais para nós; e todos os ataques e reformas que o regime deposita na conta de toda nossa classe.

Assim, é preciso que novas ações sejam construídas depois desse primeiro passo que foi o 29M. Onde a partir das bases de diversas categorias, uma nova data seja discutida de maneira democrática e levantada por uma paralisação nacional de unidade entre trabalhadores, juventude e movimentos sociais. Isso significa que nós trabalhadores e estudantes precisamos voltar às estruturas operárias e de estudo, exigindo dentro dos nossos sindicatos pela organização de assembleias com direito a voz e voto a todos. As centrais sindicais precisam sair dessa “quarentena” das lutas e organizar a construção desse importante passo. Saídas eleitorais como as defendidas pelo PT e grande parte da esquerda, não abrem de fato o caminho para as transformações que a unidade da nossa classe pode conquistar através da auto-organização. Essa auto-organização entre metroviários, professores, entregadores e todos os explorados e oprimidos pode fazer tremer as bases desse governo, exigindo a atuação dos sindicatos pela construção de uma forte mobilização e paralisação nacional por Fora Bolsonaro, Mourão e os militares!

Veja também: 5 pontos para potencializar a mobilização com a força do 29M.

 
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