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COLUNAS OPERÁRIAS
Entenda o que está por trás da polêmica do voto impresso
Gabriel "Biro"

Está circulando no whatsapp uma consulta pública do site do Senado uma pesquisa sobre o retorno do voto impresso. Inclusive chegou até o Esquerda Diário que essa pesquisa do Senado, além de estar sendo utilizada pela militância bolsonarista, também tem sido repassada pela chefia patronal nos grupos de trabalho. Mas o que está realmente por trás dessa balela toda de retorno do voto impresso?

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A polêmica do uso das urnas eletrônicas nas eleições está mais uma vez instaurada. Os questionadores da vez são os Bolsonaristas de plantão, que, incentivados pelo próprio mito genocida, se espalham nas redes para estimular a suspeita no processo eleitoral. Do outro lado da moeda, as instituições federais e as grandes mídias juram de pé juntos que o processo eleitoral e as urnas eletrônicas são totalmente confiáveis e seguras. Mas o que está realmente por trás dessa balela toda de retorno do voto impresso?

Está circulando no whatsapp uma consulta pública do site do Senado: "Voto impresso em 100% das urnas. Você apoia essa proposição?". Inclusive chegou até o Esquerda Diário que essa pesquisa do Senado, além de estar sendo utilizada pela militância bolsonarista, também tem sido repassada pela chefia patronal nos grupos de trabalho. Incentivados ou não pela campanha Bolsonarista, muitos trabalhadores de fato desconfiam do processo eleitoral, fazendo com alguns trabalhadores sinceros cheguem até a cair nesse discurso.

Bem, antes de tudo é preciso dizer que hoje no Brasil não impera nenhum regime de plena “democracia”, ainda mais após o golpe de 2016, com militares que comemoram a ditadura militar nos postos do executivo, com um STF que está requentando a Lei de Segurança Nacional, que foi utilizada para perseguir e torturar opositores, onde a polícia é juiz e carrasco, entrando nas favelas e executando pessoas negras e chamando-as de “bandidos”. Um regime desses mal consegue mais segurar uma máscara democrática parada no próprio rosto.

Agora quais são as intenções de Bolsonaro com a defesa do voto impresso, afinal ele não ganhou as eleições de 2018 na urna eletrônica? Acontece que Bolsonaro sabe que sua vitória em 2018 foi fruto de um dos maiores golpes eleitorais da história do Brasil. Lula foi preso e teve seus direitos políticos cassados para que não participasse de nenhuma forma da eleição. Mesmo não querendo aqui dar nenhum apoio político a Lula, é preciso dizer claramente que as eleições foram manipuladas pela Lava Jato, pelo STF, pela mídia e com aval dos militares e todas as instituições do estado brasileiro. O voto das pessoas foram sequestrados.

Ou seja, Bolsonaro quer renovar seus meios para disputar as eleições, ou, ao menos, questioná-las, e por isso defende o voto impresso. Segue o exemplo de seu ídolo Trump, que tentou até o último segundo invalidar as eleições alegando fraude. Contraditoriamente nos EUA o voto é impresso, mas bem, isso é um detalhe que não importa a Bolsonaro, pois com o voto impresso seu controle do processo eleitoral aumentaria de fato.

Não se trata de sermos ingênuos e confiar em uma urna eletrônica, afinal se quem comanda o processo eleitoral, o estado braileiro, prova ser capaz de um golpe institucional, como fez em 2016, porque não seria capaz de fraude eleitoral? Porém, nós trabalhadores não podemos cair nessa ladainha interessada bolsonarista de que a solução estaria no voto impresso. Bolsonaro busca as formas de jogar por si mesmo, sem depender das outras instituições que jogaram a presidência no colo dele em 2018.

Mas como o voto impresso ajudaria ele? Bem, todos sabem que voto de cabresto é uma realidade histórica no país. Toda eleição chovem denúncias de compras de votos, com churrascos nos bairros, com dinheiro para os apoiadores e eleitores ou com favores políticos, mas ter um comprovante impresso do voto facilitaria bastante o processo dessa corrupção.

Mas as vantagens que Bolsonaro poderia ganhar não acabam por aí, pois comprar voto, teoricamente, qualquer político capitalista é capaz de fazer. No voto impresso, Bolsonaro tem uma vantagem que nem todos os seus adversários têm. E termino com esse argumento: Imagine todo o exército miliciano que está conectado com Bolsonaro na favelas, imagine também o apoio do agronegócio e suas trupes de capangas pelo interior do país, imagine as tropas de policiais bolsonaristas; agora imagine tudo isso atuando nas eleições para coagir a população a votar em Bolsonaro nas comunidades, na zona rural e no Centro Oeste, comprando o voto das pessoas com balas de fuzis, garantido a “segurança” do processo eleitoral e até mesmo, quem sabe, o estabelecimento da “lei e dar ordem” em caso de amplo questionamento das eleições. Bem, isso sim seria uma vantagem considerável de Bolsonaro na disputa pelo poder em 2022.

Lula pode ter perdoado todo mundo que articulou sua prisão, com seu caminho aberto para eleições de 2022. Mas nós trabalhadores não podemos perdoar. Ao contrário de Lula, não podemos esquecer do golpe que nos impõe reforma trabalhista, reforma da previdência, lei do teto de gastos, a fome e mais de 4000 mil mortes na pandemia. Não podemos acreditar que tudo vai se resolver com uma nova eleição, ainda mais em um regime podre como esse. Esse regime tem que vir inteiro abaixo, e isso não vai acontecer pelas urnas eletrônicas, mas pela força da nossa luta enquanto classe, exigindo uma assembleia constituinte livre e soberana, onde todos nós tenhamos, aí sim, o verdadeiro direito garantido de voz e voto.

 
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