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POLÊMICA
DEM, PSDB e PP somam adeptos à política de eleições gerais de Luciana Genro e do PSTU
Marcelo Tupinambá

Nesta terça foi o senador Ronaldo Caiado do DEM a se somar à proposta do deputado federal pelo PSDB Luiz Carlos Hauly, que já tem adeptos no PP e outros reacionários. A Globo começa a aventar a mesma hipótese. Falta algo para mostrar que a política de Luciana Genro e do PSTU não é de esquerda?

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O líder do Democratas no Senado Federal, Ronaldo Caiado (GO), disse na manhã desta terça-feira (15): "Não existe governabilidade. Não tem como conviver com uma situação insustentável como essa. Tenho defendido a tese de entregarmos os mandatos no Congresso e na Presidência para novas eleições. As urnas legitimariam um novo governo. Ou nós buscamos uma solução para a crise, ou ela vai engolir o País. Nada é mais atual do que avançarmos para uma antecipação das eleições do Congresso e da Presidência".

Não foi só Caiado que, com a operação da Polícia Federal que atingiu 53 políticos e pegou em cheio o PMDB, começou a defender essa linha. Os próprios analistas da Globonews no Jornal das 10, incluindo o inconfundivelmente tucano e de direita Merval Pereira já embaralharam a mesma hipótese diretamente, como conclusão de que a crise de legitimidade dos políticos está cada vez maior e seria necessário “começar de novo”. Defendem essa política porque ao mesmo tempo em que o regime ganharia legitimidade, haveria grande chance de Aécio vencer para presidente.

Essa já era a política levada à frente há algumas semanas pelo deputado federal Luiz Carlos Hauly, do PSDB do Paraná que lidera o Movimento pelas Eleições Gerais Já. Ele está colhendo assinaturas para instalação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de sua autoria, que propõe eleições gerais.

Hauly já havia ganhado a adesão do também deputado federal Odelmo Leão do PP, para ele “todos os eleitos, executivos e legisladores em todos os níveis de Governo, deveriam renunciar aos mandatos imediatamente; a decisão permitiria à Justiça Eleitoral convocar eleições gerais em curto prazo. Este é o caminho para sairmos da crise política que prejudica a economia e todo o povo do Brasil neste momento”.

Insistimos, a falta de uma política independente leva a esquerda para o colo da direita ou do governo do PT

Viemos insistindo na necessidade de uma política independente para responder à crise política e econômica vivida no país. Já não deveriam faltar exemplos de que, sem isso, as organizações da esquerda vão entrar no campo da direita ou do governo, por mais que façam discursos a favor de um “terceiro campo”. Os exemplos desta desorientação da esquerda já são muitos, sendo o mais recente a crise aberta no PSOL com todas suas principais figuras adotando a defesa aberta do PT e chamando os atos deste dia 16/12 de apoio ao governo. Luciana Genro, que tentava se diferenciar dessa linha, já a adotou compondo ato recentemente em Porto Alegre.

A falta de uma política independente, que só pode ter força em base à luta de classes e da decisão de se apresentar como alternativa política a todos os que não se sentem representados nem pelo governo nem pela direita, segue levando a esquerda a se ligar ao que existe de pior da política nacional, seja no colo do PT entrando na farsa de “luta contra o golpe” ou da direita tradicional com essa política de eleições gerais.

Se havia dúvida que o PSTU ia recorrer à sua clássica resposta quando há crises políticas, sempre adaptada ao regime democrático burguês tal como é hoje, com o chamado de eleições gerais, o início do processo de impeachment contra Dilma desmascarou o que alertávamos: que a verborragia de “greve geral para derrubar o governo Dilma e todos” não passava de....verborragia. Passaram a defender abertamente eleições gerais, sem nenhuma alteração das regras do jogo. De maneira risível falam de “revogabilidade” dos mandatos, que quando houver “estelionato eleitoral” o povo tem que poder tirar os representantes, mas para eles é pelo mecanismo da eleição tal como funciona hoje. Aécio e a oposição burguesa agradecem. Para aprofundar sobre nossa polêmica com o PSTU, leia este artigo.

Luciana Genro também lançou a política de eleições gerais após o Congresso do PSOL. Tentam com isso escamotear a política do PSOL de ser linha auxiliar do PT e Dilma, com a ajuda da sua própria corrente, o Movimento de Esquerda Socialista (MES). Mas ao se negar a uma política independente, vão do colo do governo, diretamente, para os braços da direita com a nova proposta de “eleições gerais”. Preferem ficar com “um pé em cada canoa” do que adotar uma política independente.

Quando falamos de esquerda, na maioria das vezes nem nos referimos mais ao PCO, não somente por sua insignificância política, mas porque virou uma mera agência de notícias “mais dilmista que Dilma”.

Da nossa parte, seguimos insistindo na fortaleza da política de uma política independente, que só pode ser dizendo: nem impeachment, nem “fica Dilma”, nem eleições gerais que mantém as regras do jogo, nem a constituinte de 88 que foi tutelada pelos militares, por uma nova constituinte imposta pela força da mobilização.

Somente combinando essa resposta independente para a crise política, com grandes batalhas na luta de classes contra o ajuste (terreno onde a esquerda não deu nenhum exemplo até agora), será possível construir uma mobilização independente do governo, da direita e desatar uma mobilização que possa colocar abaixo esse regime podre e abrir espaço para a luta por um governo dos trabalhadores.

 
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