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VIOLÊNCIA POLICIAL
PM no Rio mata criança de 2 anos
Fabyane Soares
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Sábado 12/12 alguns estudantes que estão na ocupação da UERJ ao ouvirem sons de bombas e grande movimentação de policiais nas proximidades se dirigiram até a favela Metro Mangueira. Na madrugada de sexta para sábado os moradores relatam que a policia militar entrou atirando na favela Metro Mangueira, atualmente com poucas casas em pé em meio a esgoto a céu aberto, muito lixo e escombros.

Moradores afirmam que na madrugada de quinta esta mesma operação da Polícia Militar com suporte do Choque ocorreu, foram tiros e ameaças para que os moradores se retirassem deste “importante terreno”. Nas palavras dos mesmos: “Se para eles isso aqui é ouro para nós é diamante! Não vamos para abrigo, não nos acharam na rua e sim em nossas casas de uma vida inteira.”

A operação desta madrugada resultou na morte de uma criança de 2 anos, Bruno Gomes, que morava com sua mãe num quartinho com banheiro organizado pelos próprios moradores depois da demolição de sua casa pela Defesa civil com tudo dentro.

No terreno recolhemos diversas cápsulas de fuzil 762 alvejadas nestas ultimas noites e também de bombas de gás lacrimogêneo usado em resposta ao protesto destes moradores hoje pela manhã. Estes moradores que resistem há cerca de 5 anos as investidas do Estado para atender as demandas capitalistas do lucro, especulação imobiliária e dos mega eventos já passaram por diversos processos e promessas.

Uma moradora fala das promessas da Prefeitura de não remoção neste ano e de apartamentos do Minha Casa Minha Vida numa área dominada por milícias que além da cobrar diversas taxas, existem relatos de violência e execuções. Em 2014 acompanhei, juntamente com outros estudantes, mais profundamente o Metro Mangueira dormindo lá com os moradores num processo brutal de remoções sem nenhuma alternativa de moradia para os mesmos, conheci diversas famílias e histórias de uma vida inteira naquele território, com toda sua construção social, de trabalho e de acesso às restritas políticas publicas.

Em 2015 novamente os estudantes da UERJ presenciaram remoções brutais dos moradores, muita violência e demolições com tudo dentro. Suspendemos uma assembleia estudantil para intervir e além da repressão policial enfrentamos a da própria Universidade com jatos d’agua e alunos agredidos. Via CASS (Centro Acadêmico de Serviço Social UERJ) junto com uma pesquisa da FSS (Faculdade de Serviço Social), o PET (Programa de educação tutorial)levantamos um dossiê para a defensoria publica para impedimento de remoção forçada neste ano e garantia de uma política de habitação que os atendesse.

Mais uma vez a subprefeitura fez promessas e os moradores denunciam que o que tem sido oferecido é moradia na Baixada sob domínio da milícia ou péssimas condições de moradia e tiros na madrugada. Na cidade olímpica assistimos sem educação, saúde, moradia, saneamento básico bilhões serem investidos na SuperVia que sacaneia o trabalhador cotidianamente, nos estádios superfaturados e bolsos das empreiteiras, carros de luxo na Alerj e nos altos salários dos políticos, portanto o argumento que não há verba disponível ou suficiente sabemos que é irreal. Na real é o velho e mesmo capitalismo devorando vidas para obtenção de mais e mais lucro. Mais uma mãe preta chora, menos uma criança negra, mais um para estatística da juventude negra favelada exterminada pelas mãos do Estado.

 
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