Foto: reprodução
Os enfermeiros se manifestavam contra a política negacionista de Bolsonaro em meio à pandemia. Na denúncia, o deputado ataca a “politização” desses trabalhadores da linha de frente, pedindo a investigação de quem participou do protesto. Segundo Girão, as mensagens manifestam crimes de injúria e difamação contra Bolsonaro.
Os enfermeiros e profissionais de saúde receberam o apoio da Associação Brasileira de Enfermagem no RN, que, em carta, afirmou que esses profissionais têm vivido tempos sombrios com o aumento de casos da covid-19, o que tem provocado desassistência aos pacientes por falta de recursos hospitalares.
Os trabalhadores da linha de frente do Tarcísio Maia devem ser cercados de solidariedade contra seu direito democrático de se manifestar contra o governo, especialmente diante das quase 280 mil mortes por coronavírus no país, que é de responsabilidade de Bolsonaro e governadores.
Atualmente em diversos lugares do Brasil, Bolsonaro tem sua corja tentando minar esse direito democrático, que inclusive se utiliza de medidas herdeiras da Ditatura Militar que ainda persistem no regime político brasileiro, como a Lei de Segurança Nacional. Recentemente, a professora Érika Suruagy, que preside o Sindicato Docente da Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE), foi intimada pela Polícia Federal por pedido direto de Bolsonaro, pelo sindicato ter feito manifestação política com um outdoor que criticava a gestão de Bolsonaro da pandemia, uma medida antissindical contra a manifestação política da entidade.
Veja mais: Em ataque antissindical, professora da UFRPE é intimada na PF por criticar Bolsonaro
Não são casos isolados. Ontem, o youtuber Felipe Neto foi intimado através da LSN por fazer postagem no Twitter com os dizeres "Bolsonaro Genocida". O mesmo mecanismo foi utilizado para diretamente prender um jovem em Uberlândia, Minas Gerais, por também tuitar contra o governo. Outra prisão importante dessa mesma forma autoritária pela polícia foi a do militante André Constantine, liderança de movimento de favelas no Rio e militante do PT. A prisão foi feita pela Polícia Militar do Rio de Janeiro durante ato realizado no centro da capital carioca.
O autoritarismo policial e judicial expressa um grande medo que as forças políticas de regime golpe tem do questionamento à política de Bolsonaro e da possibilidade de explosão de luta de classes no momento mais duro da crise pandêmica.
Por isso, cercar de solidariedade os trabalhadores da linha de frente que se manifestaram é imprescindível, assim como organizar em todo o país a luta pelo Fora Bolsonaro, Mourão e os golpistas, que gerem as crises sanitária e econômica em nome dos lucros dos patrões.
Esse caráter persecutório do General Girão e da extrema-direita é herdeiro da ditadura militar e também dos desdobramentos do golpe institucional de 2016, como principal ator o Judiciário, que, desde o golpe, mas também com o sequestro do voto de milhões com a proscrição de Lula e a biometria, abre o caminho para que se faça o que se queira contra nossos direitos.
|