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PANDEMIA
Até 2022 vão morrer centenas de milhares. É preciso barrar Bolsonaro e os golpistas agora!
Redação

A decisão de Edson Fachin embaralhou o cenário político nacional. Manchetes de todos os lugares estampam Lula, Moro e o STF em sua capa. Até o recorde de mortes em 24 horas, ocorrido nessa terça-feira com a marca de 1.972, foi ofuscado pelas novas reviravoltas. Em seu discurso de quarta-feira, Lula resgatou menos um radicalismo contra Bolsonaro e os golpistas do que o velho “lulinha paz e amor” da grande conciliação. Agora os olhos do PT se voltam para 2022 e cada frase do ex-presidente visa pavimentar um caminho sólido de renovadas alianças e amizades.

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Foto: trabalhadores do Hospital Universitário da USP se mobilizam em defesa de seus direitos

Enquanto isso, o povo adoece nas UTI’s, nas filas dos hospitais e do desemprego, sofre com os altos preços dos alimentos e combustíveis, vê os impactos das reformas trabalhista e previdenciária em suas vidas, se indigna com a lentidão da vacina e as marcas de casos e mortes crescem exponencialmente. É preciso que as centrais sindicais rompam com a trégua ao governo e organizem ampla e decidida resistência em cada sindicato, movimento social e entidade estudantil para combater os ataques agora. Não é possível confiar nos governadores ou no STF para resolver os problemas do país.

Ou batalhamos por vacina para todos, pela paralisação dos serviços não essenciais em todo o país com garantia de remuneração digna a todos os trabalhadores, pela proibição das demissões, pela reconversão da indústria para combater a pandemia, pela criação de leitos de UTI em massa por todo o país, pela contratação em massa de novos funcionários da saúde e construção de mais hospitais, por um auxílio emergencial digno, de R$ 2 mil, que garanta a sobrevivência de uma família… ou batalhamos por esse programa que visa combater a pandemia de frente, ou seguiremos padecendo diante das flexibilizações, sede de lucro e negacionismos exorbitantes.

Se nada mudar, chegaremos à marca de 500 mil mortos quando iniciarem as eleições do ano que vem. Na medida em que o PT de Lula está à frente da maior central sindical do país, da maioria das grandes entidades estudantis e boa parte dos movimentos sociais, chama atenção o silêncio frente à paralisia. É de enorme responsabilidade da CUT, CTB, UNE e centrais sindicais romperem com a atual trégua com o governo. Essa estratégia eleitoral, que visa tão somente desgastar Bolsonaro, acaba sendo funcional para os grandes empresários que estão aproveitando a quarentena das centrais sindicais para aprovar privatizações e reformas. A PEC Emergencial está sendo aprovada no Congresso sem um pingo de resistência. A reforma administrativa está na mira, a venda da Petrobrás e Eletrobrás em curso, a PEC do Pacto Federativo na lista e assim o Estado brasileiro vai definhando e os grandes empresários lucrando.

A verdade é que essa trégua das centrais sindicais é criminosa e precisa ser rompida urgentemente. Ela se baseia em uma estratégia eleitoral onde, com um passe de mágica, Lula iria vencer em 2022 e voltar os tempos da bonança da década retrasada. Acontece que para essa utopia sobreviver e ganhar votos ano que vem, Lula precisa se mostrar um eficaz bombeiro de convulsão social, apaziguar ânimos frente ao colapso nacional, abafar indignações com Bolsonaro e os governadores e acenar para o grande capital. Foi assim em 2002 e parece ser assim novamente 20 anos depois, mas com militares no poder, um negacionista assassino governando, um saldo de quase 300 mil mortes, um judiciário autoritária decidindo o futuro e uma crise econômica sem precedentes.

A CUT, a CTB e demais centrais sindicais devem romper com a paralisia atual e organizar forte resistência desde às bases, construindo assembleias presenciais e virtuais, com os devidos protocolos de segurança sanitário, buscando erguer uma enorme unidade dos trabalhadores capaz de dobrar Bolsonaro, os militares, os governadores, o próprio STF e os golpistas e lutar por um programa contra a pandemia e as reformas. É preciso lutar pelos plenos direitos de Lula, mesmo sem depositar nenhuma confiança em sua política, a fim combater o autoritarismo judicial que manipulou em 2018 e segua arbitrando os rumos do país. Para isso tudo, só a classe trabalhadora pode oferecer uma saída.

 
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