Christian dissertou sobre as “Eleições na Argentina e o fenómeno política da FIT” e entre outros estiveram presentes professores universitários de diferentes universidades e estados do nordeste, de Pernambuco da UFPE, de Sergipe da UFS, de Rio Grande do Norte da UFRN e de Paraíba da UFCG e da UFPB, representantes sindicais como o presidente da ADUFCG e membros da diretoria, assim como estudantes da UFCG tanto da graduação como da pós-graduação.

Centralmente a intervenção teve dois momentos: a primeira foi uma análise bastante detalhada do processo econômico e político na Argentina dos últimos anos e as condições de ascenso do kirchnerismo e as especificidades como fenômeno político desde um ponto de vista crítico do relato hegemônico que o próprio kirchnerismo faz de si mesmo. A segunda focou na FIT, como fenómeno político, entendida como uma frente política de esquerda anticapitalista e socialista, integrada por três partidos trotskistas que defendem a independência política da classe trabalhadora, sua origem, as lutas protagonizadas, resultados eleitorais e suas perspectivas políticas.

Um parágrafo a parte mereceu o papel da FIT nas campanhas eleitorais, focando nas deste ano e seu crescimento. Com prudência, já que sua conferencia foi realizada horas antes da eleição, antecipou que na sua perspectiva a tendência no segundo turno eleitoral era amplamente favorável para um triunfo de Mauricio Macri no marco do fim de ciclo e a direitização do kirchnerismo com seu candidato Daniel Scioli e que os trabalhadores deveriam se preparar para enfrentar o ajuste que vem.

Uma vez finalizada a apresentação foram levantadas um conjunto de questões relevantes pelos presentes, que foram desenvolvidas por Christian, como por exemplo o papel do PTS e sua relação com o sindicalismo de base, onde explicou a decisão política partidária de fazer trabalho na indústria e a importância dos delegados de base nas fábricas; o internacionalismo e o papel da Fração Trotskista- IV Internacional assim como sua inserção em diferentes países fundamentalmente de América Latina e Europa; as perspectivas das esquerdas no Brasil com a necessidade de se delimitar politicamente do governo do PT que faz um profundo ajuste e da oposição de direita que o acompanha nos ataques, e a importância de construção de um terceiro campo político de independência de classe, como vem batalhando a organização irmã do PTS no Brasil, o MRT; sobre o movimento de mulheres e a experiência de Pão e Rosas, como se entende de forma leninista o parlamentarismo revolucionário e as perspectivas da FIT no fim de ciclo kirchnerista, entre várias outras.

Desta forma Christian finalizou sua intensa jornada no nordeste. Em síntese: na quarta-feira 18 de novembro participou da mesa de abertura do VII EPMARX intitulada: Balanço dos governos latino americanos: fim de ciclo?e foi entrevistado pelo programa de Radio Educação, Cultura e Sociedade da ADUFCG; na quinta-feira 19 de novembro fez parte do Grupo de Trabalho Estado e luta de classes na América Latina apresentando um texto “Crises do fim de ciclo dos governos pós-neoliberais e luta de classes na América Latina” junto com o professor da UFCG Gonzalo A. Rojas; sexta-feira participou da reunião dos grupos de pesquisas marxistas participantes do evento e foi entrevistado por mais de duas horas estudantes de pós-graduação e graduação que estudam a FIT e o sindicalismo de base na Argentina.

A presença de Christian Castillo e sua visão ofensiva do marxismo resultou relevante no nordeste assim como a iniciativa política de Esquerda Diário, poucos dias antes da presença de Nicolás Del Caño, hoje a principal figura política da esquerda argentina, o dia sábado 28 de novembro ás 15 horas no sindicato dos metroviários.